Sociedade

Caímos na estrada da Internet
para conhecer o mundo inteiro

ALEXANDRE SECCO - 05/07/1997

Se você é daquele tipo que despreza a tecnologia e acredita mais em caneta e papel do que em computador, esqueça este assunto e volte imediatamente a cuidar da vida. Deve haver uma pilha enorme de papéis esperando-o sobre a mesa. Aqui vai se falar de alguns entre os cerca de 400 mil internautas brasileiros que estão criando uma comunidade muito especial, que usa a tecnologia sem preconceitos para fazer negócios, namorar, discutir política e até interferir diretamente nas decisões do Poder Público.

A Internet é feita com tecnologia de ponta, mas é usada por gente normal. Afinal, a rede é muito, muito simples: milhões de computadores ligados pelo telefone. Gente igualzinha a você, como aquele vizinho bom de papo ou aquela menina bonita do escritório, está na rede.

É claro que a Internet também está coalhada de personalidades, digamos, mais especializadas. Nessa era da informática todo mundo tem um primo esquisitão que costuma usar com naturalidade uma lista sem fim de termos estranhos como java, browser, push, web casting, amazom.com, WWW, HTML, C++ e outros palavrões tecnológicos. Não é preciso entrar em pânico. Essa linguagem de experts serve pouco aos simples mortais. Ninguém precisa saber onde estão o rádio, o fêmur e o perônio para andar por aí.

É bom ficar sabendo logo que cair na rede é questão de ligar o computador na tomada e o modem no computador. Mas que diabo é um modem!? Calma! Quem já viu um computador e sabe onde fica um botão normalmente denominado on, se nesse computador existe o tal do modem e se esse modem está ligado a um telefone… Shazam!

A Internet está a um passo. Nesse mundo as coisas acontecem muito rápido. Tudo que se falava no mês passado sobre problemas técnicos e dificuldades de instalação não é mais verdade. Uma das coisas que explicam o surto da Internet — o Brasil é o segundo País nas Américas, depois do Peru, onde a rede mais cresce — é que o sistema tem se tornado simples.

O negócio já está quase tão fácil como ver televisão. Por cerca de R$ 2 mil é possível comprar equipamento prontinho para surfar na rede que é só ligar na tomada mesmo. Esqueça de todas as bobagens sobre configurações e programações. É possível até comparar a Internet ao rádio e à televisão: fontes inesgotáveis de lazer e informação. Porém, o mundo da informática anda muito mais depressa. O tempo que a TV levou para ficar colorida é uma eternidade se comparado ao ritmo dos acontecimentos na Internet.

Quem lida com computadores sabe que ontem mesmo a humanidade arrancava os cabelos na frente de programas baseados no sistema operacional DOS. Hoje, sob o Windows, o computador pode até entender a voz do dono. Outro detalhe importante é que a Internet não se resume a seu computador. Apenas se utiliza dele. Dessa forma, andar pela rede pode ser até mais fácil do que programar o videocassete. É questão de não se intimidar, de não julgar pelas aparências. É bem verdade que a maioria dos mortais sofre calafrios ao pensar em programar o vídeo para gravar a novela das sete na próxima quinta-feira. Em todo caso, não existe quem não conseguiu ligá-lo, ainda que isso tenha tomado a tarde de domingo.

A propósito, um modem é um aparelhinho que, simplificando as coisas, traduz a língua falada pelo computador para a língua falada pelos telefones e vice-versa. Daí o nome: modulador-demodulador. É uma espécie de C3PO, o simpático andróide brilhante da série Guerra nas Estrelas que é capaz de versar e traduzir em qualquer idioma. Com o modem é possível transmitir e acessar qualquer coisa existente dentro de um computador a partir de outro computador, desde que os dois estejam ligados pelo telefone. Aliás, a empresa que inventou o modem na segunda metade da década de 80 está chegando este mês ao Brasil, onde vai montar escritório.

Para sentir o que é a rede, imagine tudo que existe em todos os computadores do mundo. Fotos, cinema, som, imagem, shoppings, está tudo na Internet. Compre no supermercado, visite uma livraria com mais de 2,5 milhões de títulos em segundos, pague com cartão de crédito e receba em casa, converse com pessoas em todo mundo, encontre um amigo que mudou para a China. Tudo isso disponível em seu computador. Esse é ovo de Colombo da Internet. Como o ovo ajudou Colombo a se livrar de uma enrascada, a Internet foi criada pensando-se em livrar o mundo ocidental de perigoso isolamento se porventura uma guerra destruísse os canais regulares de comunicação.

Até bem pouco tempo a rede era mantida com finalidade militar, em seguida foi apropriada pelos centros acadêmicos de pesquisa até virar domínio público. Público literalmente. A rede não é de ninguém. A polarização União Soviética e Estados Unidos acabou e com o fim do atrito, além de milhares de espiões desempregados, sobrou a Internet, prontinha para ser usada por todo mundo.

Essa comunidade, que já cumpriu os requisitos do modem, computador e telefone, está espalhada por todos os cantos do planeta e se desenvolve no Grande ABC. Na verdade, a região está descobrindo o potencial da Internet. Engatinha, pode-se dizer. Mais de 85% de tudo que existe na rede são produzidos e utilizados nos Estados Unidos. Um dos resultados disso é que o sistema também fala em números padrão EUA quando o assunto é dinheiro. Até o ano 2000 a previsão é de que a rede movimente ao ano US$ 6,6 bilhões na comercialização direta de produtos e mais US$ 5 bilhões em venda de espaço publicitário, segundo a Forrester Research.

Pouco? Muito? Essa é a mesma cifra que o Grande ABC inteiro movimenta por ano atualmente (US$ 12 bilhões, de acordo com o levantamento Brasil em Foco 97, produzido pela Target Pesquisas e Marketing).

Estamos atrasados em número de usuários, qualidade de linhas telefônicas, preços e políticas de utilização da rede, mas é inegável que a Internet disparou e cresce nacionalmente a índices de mais de 200% ao ano, segundo dados do Cyber Atlas, que pesquisa mundialmente a utilização da rede. “Não temos números específicos, mas estamos sentindo o desenvolvimento da Internet na região” – diz Alfredo Cezarini Marques, responsável pelas áreas de tecnologia e Internet do Diário do Grande ABC. “Não posso precisar dados, mas posso dizer que nossa empresa está crescendo” – acrescenta Maurício Olívio, diretor da Anatech, provedora de serviços de Internet em São Caetano.

A Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa no Estado de São Paulo) avalia em 400 mil os internautas no Brasil. Seguindo-se alguns critérios de proporcionalidade, seriam de cinco mil a 10 mil os internautas no Grande ABC. O problema é que a tecnologia é nova e ninguém inventou um jeito de contar os membros dessa comunidade que tem personalidades ilustres como Jô Soares, Gilberto Gil, Xuxa, Paulo Coelho e o presidente Fernando Henrique Cardoso.

Faltam números, mas sobram casos interessantes do uso da Internet na região. Uma grande empresa, a Valisère de Mauá, entrou para a comunidade e vai economizar milhares de dólares este ano porque falar com sua equipe de vendas espalhada pelo Brasil ficou mais fácil. Além disso, está aproveitando a rede para mostrar toda sua coleção de lingerie (endereço http://www.valisere.com.br).

Para quem já costuma presentear namorada ou esposa com mimos mais excitantes do que caixas de bombom em lacinho de fita ou com monótonos vasos de flores amarelas é boa idéia checar os novos lançamentos em moda íntima da empresa. Não se quer dizer que presentear com moda íntima é sinônimo de criatividade, é claro. Ainda não é possível comprar esses produtos pela Internet, mas o mostruário está todo lá. A moça da loja vai se assustar quando você se referir ao modelo da Internet. Salvo alguma feliz surpresa, ela não entenderá nada.

No Brasil, o uso da rede é uma questão de escolaridade e conta bancária. Segundo o Ibope (Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística), que pesquisou 18.225 pessoas entre novembro e dezembro passados, a Internet está sendo usada quase que exclusivamente pelas classes A e B. A pesquisa mostrou que 77% dos usuários têm Segundo Grau ou nível superior. Além disso, nada menos que 62% dos internautas brasileiros falam inglês e 38% deles classificam-se como empresários, executivos ou autônomos.

Outro aspecto interessante da pesquisa mostrou que essa comunidade é um grande clube do bolinha eletrônico, pois 87% são homens. “Isso, o clube do bolinha eletrônico, vai mudar radicalmente pois sabe-se que a opção de compra nos lares brasileiros é das mulheres. A Internet está se firmando como nova e importante mídia e precisará ser tratada como tal” – diz Ney Euphrausino, da produtora Fatcory, de Santo André, que elabora sites para a rede.

Foi pensando no público feminino que a empresa desenvolveu o site da Melitta, um produto totalmente voltado às mulheres. O site (endereço http://www.melitta.com.br) pretende não se restringir aos melhores truques para coar café. Quer abordar o universo feminino com dicas de entretenimento e lazer. Outra novidade da empresa de Santo André voltada ao público feminino é o lançamento, previsto para breve, do site da Johnson & Johnson, que terá informações sobre fraldas, gestação e saúde do bebê.

Em tempo: site, ou home page, pode ser entendido como uma revista eletrônica que pode ter fotos, vídeo e áudio e ser acessada a qualquer momento de qualquer lugar a partir de um computador ligado à Internet.

Também foi pensando nas mulheres que a Coop-Cooperhodia já colocou a rede em discussão e está preparando serviço que permitirá a compra de milhares de itens via computador. O usuário acessará o site da Coop através de seu próprio terminal, passará os olhos pelas gôndolas virtuais, colocará as compras no carrinho eletrônico, escolherá como vai pagar e horas depois receberá tudo em casa, sem filas, sem perder os cabelos procurando onde estacionar. Coisa do futuro? Negócio para viciados em computador? Nada disso. Na realidade já existe um supermercado como esse funcionando em São Paulo: o Pão de Açúcar on line (acessável pelo site http://www.uol.com.br).

Para quem ainda se recusa a pensar em computador, tudo bem. Quem esteve na última Feira de Utilidades Domésticas, a UD, conheceu a WEB TV, uma televisão que acessa a Internet. Nada de computador, nada de milhares de teclas e funções e nada que lhe faça refém daquele seu sobrinho viciado em informática que costuma ter na ponta da língua as respostas para o que parece ser o caos, quando, por exemplo, o computador simplesmente se recusa a obedecer as ordens mais prosaicas.

A Internet também atende aos mais zelosos cidadãos. Aquele tipo que faz parte de associações amigos de bairro, da diretoria do clube e do grêmio da empresa, tudo ao mesmo tempo. Você que é um desses encontra no site de Ribeirão Pires serviço na medida (endereço http://www.pmrpires. sp.gov.br). É o Banco de Idéias, que permite o envio de reclamações, sugestões e (se você tiver alguma) idéias direto para a prefeita Maria Inês Soares. O Banco de Idéias funciona através de um dos mais populares serviços disponíveis na Internet, o e-mail. É igual ao correio normal, só que em tempo real. Escreva sua carta e remeta agora mesmo para seu cunhado na Arábia Saudita. Na mesma hora estará lá. A condição é que você e seu cunhado estejam ligados à rede.

Agora os membros da comunidade podem conhecer melhor o Município e ajudá-lo a encontrar caminhos para o desenvolvimento. Os moradores já começaram a usar o serviço para pedir asfalto, para conhecer um pouco da cidade. Ribeirão Pires foi pioneira no Grande ABC a usar serviço on-line com objetivo claro de atrair investidores e manter canal direto de comunicação entre comunidade e dirigentes públicos. O site tem sido usado de formas inusitadas.

Um morador de Manaus que planejava mudar para Ribeirão, o professor de natação Carlos Moreno, conheceu melhor a cidade, gostou e poderá vir mais tranquilo. “Eu pensava mesmo em mudar, mas o embarque seria no escuro. Foi legal conhecer um pouco da cidade sem precisar sair de casa’’ – disse.

A home page da Prefeitura está sendo ampliada e oferecerá guia completo de turismo e lazer, além de perfil sócio-econômico do Município. A idéia do site é mostrar a cidade como local interessante para investimentos em ecoturismo. A vantagem da Internet é a capacidade de atingir o mundo inteiro. Acessando o site de Ribeirão Pires, um investidor australiano interessado em construir um parque temático poderá saber tudo que precisa sem levantar da cadeira, pagando por uma ligação local.

Pequenas empresas também estão aproveitando oportunidades oferecidas pela rede. Um mecânico de Santo André, da oficina Ponto Certo, a usa para ajudar senhoras em apuros com seus carros no Rio Grande do Sul. A oficina optou por serviço muito simples, aquém das possibilidades da rede, e mesmo assim comemorou em junho mais de 500 visitas a seu endereço virtual. Outro caso de serviço fácil mas eficiente é o da pizzaria Vero Verde (endereço http://www.regra.com.br/fastfood/vverde/), de Santo André, que já aceita encomendas pela Internet. O usuário do serviço evita o blá-blá-blá e pode encomendar a pizza batucando o teclado do computador enquanto trabalha em um projeto ou relaxa disputando um game. “Ainda vendemos poucas pizzas pela Internet, apenas 10 por semana, mas atingimos plenamente o objetivo de buscar um diferencial de mercado” – afirma a gerente Nádia de Freitas.

A padaria também caiu na rede. O Sipan-ABC (Sindicato das Indústrias de Panificação e Confeitaria de Santo André) desenvolveu a Padaria Virtual, serviço inédito que coloca à disposição da comunidade virtual receitas atualizadas semanalmente. Uma livraria de verdade onde se encomendam os melhores títulos sobre panificação e ainda se obtêm dicas de nutrição e saúde e o passo-a-passo de como é que se faz o pão mostrado com fotografias e animações dirigidas ao público infantil (http://www.regra.com.br/padaria).

O Diário do Grande ABC está construindo uma cidade inteira que pode ser visitada pela Internet através do endereço http://www.dgabc.com.br. O visitante pode checar a relação de hospitais, serviços 24 horas e ainda tem acesso a uma edição especial do jornal para a rede. Todo o serviço é voltado aos moradores do Grande ABC. “É claro que ainda estamos no início de uma cultura” – diz Alfredo Cezarini, responsável pela área. Mas, segundo ele, a Internet já tem base de usuários grande o bastante para compensar investimentos importantes. A empresa já desembolsou R$ 300 mil nessa nova mídia. É claro que esse é um superinvestimento.

Empresas menores têm conseguido bons resultados com muito menos. Um dos lados fascinantes da Internet, diz Cezarini, é a possibilidade de fazer publicidade e venda ao mesmo tempo. No Brasil, essa experiência ainda está começando. O Pão de Açúcar é um exemplo clássico. Também existem livrarias e uma verdadeira infinidade de sex-shops on line. Um dos lados da rede que permitem comparação com mídias tradicionais é o amplo uso do meio para divulgação da pornografia. A rede é livre, não tem dono e funciona rigorosamente sem censura. O mundo on line está repleto de fotos escandalosas, insultos e provocações. Um dos sites brasileiros mais populares é o http://www.gostosa.com.br. Já teve mais de um milhão de acessos mostrando fotos de terceira categoria de mulheres nuas ao som de marchinhas fúnebres. Muito mais para exótico que erótico.

Além de inovador, utilizar a Internet para fazer negócios é barato. Talvez isso explique o uso da rede pelo mercado da pornografia. É mais barato anunciar o catálogo de um sex-shop na rede do que produzir impressos. Também é bastante fácil, e em alguns casos grátis, divulgar seus assuntos de interesse para o mundo (consiga uma home page de graça no endereço http://www.geocities.com.br). Adolescentes mantêm lista infindável de sites com orientação explicitamente pornográfica.

Um dos grandes problemas é encontrar o que se quer na Internet, devido à avalanche de informação. É o fim do mundo. É preciso recorrer a mecanismos de busca como o http://www.cade.com.br e digitar uma ou mais palavras sobre o que se busca.
Experimente a palavra sexo. Aparecem mais de 550 alternativas. Depois tente a palavra saúde (350 alternativas). Nota-se que os internautas não têm preocupações médicas e se divertem muito. O casamento está em baixa: nos sites brasileiros listados pelo Cadê a palavra aparece apenas 41 vezes.

Para entrar na rede é possível recorrer a um desses adolescentes excitados que fazem suas próprias home pages de graça. Mas um bom serviço de Internet, que leve em conta design estudo de marketing e uso de tecnologia adequada é feito a partir de R$ 2 mil ou R$ 3 mil, no mínimo. É possível ter um site por muito menos. Porém, na hora de investir, pense na Internet como em uma revista ou um programa de TV. O que é mais atraente? Um daqueles velhos documentários da BBC sobre as savanas africanas ou meia hora na frente do Programa Legal da Regina Casé? Caso você queira entrar na rede, a dica é procurar uma boa produtora de sites.

Outro lado da Internet é o uso da rede internamente, dentro das empresas. A Valisère gastava cerca de R$ 10 mil por mês para manter contato com os 120 vendedores espalhados pelo Brasil usando sistemas convencionais de transmissão de dados da Embratel. A perspectiva da empresa é economizar R$ 72 mil por ano abraçando a Internet. “Ao adotar a rede plenamente conseguiremos redução de custos expressiva” – diz Élcio Rodrigues Gallo, gerente de sistemas da empresa. Hoje, se alguém precisa consultar preços em um fornecedor norte-americano ou algo como o último relatório de vendas, está tudo à mão via Intranet. Todas as informações em forma de gráficos prontos para ser estudados. “Os resultados positivos já estão começando a aparecer. Dentro da empresa o pessoal quer checar novidades, buscar novas informações” – diz Gallo.

Para integrar sua equipe interna de 60 pessoas, a Valisère investiu cerca de R$ 25 mil. A produção do material que vai para a rede é feita dentro da empresa. O investimento foi só em hardware. Outro aspecto que a Valisère aproveita da Internet é a grande capacidade da rede de trabalhar com imagens e fartos volumes de informação.

Entrar na rede é praticamente tão fácil quanto acompanhar a programação da TV. Alguns fabricantes de computadores como Itautec já vendem máquinas prontinhas para a Internet: é só ligar na tomada e no telefone. O preço varia de R$ 2.000,00 a R$ 3.000,00. Um computador 486 realmente muito simples e um modem de velocidade de transmissão 14.400 bps ligado à linha telefônica é tudo de que se precisa. Esse pacote é encontrável até por R$ 1 mil em boas lojas de informática.

Tendo o equipamento básico, será necessário escolher um provedor de acesso. É a empresa que vai se encarregar de ligar sua linha telefônica ao resto do mundo. Sem dúvida, escolher o provedor é a etapa mais chata, algumas vezes insuportável da Internet. Os provedores parecem tratar a todos como experts em informática. Em tese, essas empresas deveriam fornecer todas as informações passo-a-passo para que você configure seu computador e use os serviços. Deveriam agir como alguém que vende um carro.

O que se espera do comprador é que saiba dirigir e não que conheça mecânica. Acontece que, dependendo do caso, o programa que permite o acesso, chamado browser (como o Netscape ou o Explorer), precisar ser ajustado. O ajuste consiste em fornecer ao programa códigos e números geralmente indecifráveis. É realmente intragável para quem vê essa parafernália numérica pela primeira vez. Infelizmente a regra é que os provedores costumam tratar o usuário de primeira viagem com insuportável fleuma.

O negócio é não se intimidar. Pergunte a esses sujeitos metidos se sabem programar o próprio videocassete. Se você for químico, experimente conversar sobre a natureza dos aldeídos… A garotada está louca para telefonar aos pais adotivos, falar com o pessoal do intercâmbio. A Internet pode fazer você economizar um bocado. Esteja essa gente em Rio Grande da Serra ou no Cazaquistão, só se pagará a conta de telefone relativa a ligação entre você e seu provedor. Por isso escolha um provedor na mesma cidade onde vai usar a Internet.

Para entender a rede basta compará-la a um sistema de estradas. Para sair de São Caetano e atingir Rio Grande da Serra é preciso usar série de ruas e avenidas. Não existe caminho em linha reta. A soma dos milhões de avenidas, ruas, estradas e pontes existentes no mundo permite que se viaje para qualquer parte do Planeta. A estrada da Internet é a rede telefônica comum. A mesma que se usa todo dia.



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