Sociedade

Denunciante engana promotora
de Justiça no Caso Saul Klein

DANIEL LIMA - 11/01/2021

Ana Paula Fogo mentiu para Gabriela Manssur. Gabriela Manssur acreditou em Ana Paula. O namorador de Alphaville é quem está pagando o pato. O estardalhaço da Imprensa o colocou a nocaute. O esforço à recomposição emocional é uma batalha que lembra as tormentas dos anos de depressão pelos quais Saul Klein passou, mas essa é outra história no interior do Caso Saul Klein que, agora, chega ao segundo capítulo.  

Ana Paula Fogo também é conhecida entre mulheres e homens pelo codinome Banana. Descartamos o apêndice porque estabeleceria juízo de valor depreciativo à personagem que, como se verá, dispensa algo que já incorpora naturalmente.   

O que temos é um assassinato social com crueldade vingativa. A narrativa de que o namorador Saul Klein é um estuprador no sentido técnico e também popular do termo é uma fraude porque não comporta uma prova material sequer. E vai ser muito difícil encontrar uma saída para a mentira emoldurada pelo estardalhaço midiático. Provas em contrário de que Saul Klein é apenas um namorador extravagante não constam do inquérito ministerial. E tampouco dos ensaios midiáticos contundentes, embora vazios de contexto fático.  

O máximo até agora que a promotora criminal Gabriela Manssur supostamente abriu à imprensa num caso sob segredo de Justiça é que Saul Klein foge à normalidade de pessoas comuns, dessas que não têm dinheiro nem apetite sexual acentuado. Quem tem muito dinheiro e gosta de mulheres, ou de outras modalidades de gênero, costuma ser discreto. Saul o fora até que apareceu Ana Paula Fogo.  E há por trás dela outros personagens desconhecidos da promotora criminal. Mas que vão ganhar identidade ao longo dos capítulos. Será de arrepiar o cabelo da ingenuidade.   

Criminalização sem provas   

Ana Paula Fogo e Gabriela Manssur são protagonistas do caso de suposto estupro de mais de uma dezena (e prometidas outras dezenas) de mulheres. O ex-executivo familiar e um dos herdeiros da Casas Bahia é alvo especial das investigações.  

O namorador de um condomínio de luxo de Alphaville está no centro de um caso em que qualquer conjectura motivacional corre o risco de estatelar-se no solo da simplificação.  A complexidade é a marca de um enredo que desafia os mais refinados dos dramaturgos.  

Ana Paula Fogo e Gabriela Manssur reuniam objetivos diferentes quando o Caso Saul Klein as levou a percorrer a trilha da denúncia e da criminalização. Ana Paula é movida pela vingança de ter perdido o trono sempre provisório de um namorador que imagina controlar como terceirizada de uma empresa de eventos da abrangente indústria do sexo.  

Gabriela Manssur está decidida a defender mulheres da violência.  Não se deu conta de que sentimentos e comportamentos não podem ser estratificados por gênero, por mais que na maioria das situações expostas, mulheres sejam submetidas a imposições dos homens.  

A cultura nacional de mulheres subjugadas por homens comporta muitas exceções nem sempre levadas em consideração. A estatística induz à credulidade generalizada e em muitas situações sem anteparos em forma de contraditório.  

Ana Paula Fogo – sempre considerando a fragilidade do inquérito ministerial que agora passa por escrutínio legal da Polícia Civil -- pode se encaixar no compartimento de suposta exceção de mulheres que rompem o universo de vítima e bandeiam para o território ocupado por homens.  

Coordenadora terceirizada 

Ana Paula foi instrumentalizada por terceiros, também mulheres, para coordenar por muito tempo a vida de namorador de Saul Klein. Inclusive durante os anos de depressão. A ruptura provocou série de retaliações contra Saul Klein. A denúncia de estupro (e também de maus-tratos) é um desses contratempos.  

Na área trabalhista também. Ana Paula quer quase R$ 1 milhão de Saul Klein ao atribuir vínculo empregatício longevo. A agência de eventos, dirigida por mulheres, origem e razão da atividade de Ana Paula, parece não existir. A amizade que liga as mulheres dos dois lados do balcão de eventos da indústria do sexo e suas variáveis garantiria autoproteção e união em torno da causa.     

A acusação contra Saul Klein é uma peça sem pé nem cabeça de coerência com os fatos e sem respaldo de materialidade. Entende-se fatos o encadeamento de relações entre as partes envolvidas no mundo de diversão de Saul Klein.   

Mensagem desmente  

Ana Paula Fogo fez gato e sapato da verdade. Quem a coloca de saia justa é ela mesma.  Possivelmente Ana Paula esqueceu que o mundo moderno conta com tecnologias interativas que deixam rastros.  

Algumas das mulheres da lista de praticantes de jornadas namoradeiras de Saul Klein não se teriam silenciado ante as denúncias. Correram em apoio ao acusado.  

O que Ana Paula diz numa das mensagens do aplicativo WhatsApp é inteiramente diverso das declarações ao Ministério Público. E no ponto principal, de estupro, não há nenhum registro anterior à atuação do Ministério Público Estadual. Longe disso.  

Há sim a negação implícita e explicita a qualquer investida de Saul Klein fora do rito de relações consensuais, conforme as regras de um jogo limpo que contava, justamente, com o arbitramento terceirizado de Ana Paula Fogo. 

Mau-gosto explicativo  

Num trocadilho que pode ser de mau-gosto, mas sem carga de machismo, até porque se desdobra de espécie de provação masculina, Ana Paula se meteu numa grande enrascada.  

Assim como homens pegos em flagrante delito sexual ganham a contundente expressão condenatória de “batom na cueca”, ou seja, não se abre espaço a justificativas insolventes, no Caso Saul Klein o que se configura é espécie de “esperma na calcinha”. É mau gosto? Que seja, mas autoexplicativa.  

Ana Paula é uma contradição de argumentos que não combinam numa linha lógica de raciocínio e provas que possam ser utilizados para sustentar a denúncia do Ministério Público Estadual.  

Rebeldia organizada 

A promotora criminal Gabriela Manssur fiou-se numa mulher que organizou a rebeldia de um batalhão de mulheres. Tomou como espontânea uma operação de guerra ajustadíssima à receptividade do clamor geral favorável às mulheres em reação.  As testemunhas arroladas pelo MP são muito próximas aos interesses retaliatórios de Ana Paula Fogo. Portanto, tudo foi decidido com a finalidade de arruinar a reputação de namorador de3 Saul Klein, tornando-o estuprador. Uma besteira que a própria Ana Paula Fogo descaracteriza em áudio.   

Ana Paula fez um jogo de cartas marcadas ao catequizar testemunhas. Incentivou a rebelião de supostas estupradas. Acenou a todas com a possibilidade de movimentar artilharia de indenizações milionárias. Como a que empreende contra Saul Klein no campo trabalhista.    

Ana Paula Fogo usou um arquivo de mulheres, organizado por ela própria e pela parceira de negócios da empresa de eventos, como base do inquérito instaurado pelo Ministério Público Estadual. São mulheres sob seu comando nos tempos de coordenadora terceirizada dos eventos na mansão e no sítio de Saul Klein. Mulheres que formam coral afinadíssimo de narrativas sobrepostas. Ana Paula exagerou na dose. No extremo da aceitação criminal das mentiras que relatou, se tornaria cumplice do que denunciou.  

Ancoragem do Fantástico 

A incriminação ministerial do herdeiro da Casas Bahia por estupro é uma fraude montada por Ana Paula Fogo. O inquérito levado ao Judiciário trata relatos das testemunhas como fatos consumados. Tudo é consequência de Ana Paula ter mentido ao MP.     

Para se ter a dimensão do tratamento especial a Ana Paula Fogo no inquérito preparado pela promotora Gabriela Manssur, o programa Fantástico, da Rede Globo, lançou mão de demolidora narrativa sem emitir qualquer sinal de que tudo tenha sido precedido das devidas cautelas.  

Tanto é que na contundente reportagem, Ana Paula Fogo virou âncora subliminar, quando não explícita, das denúncias. Desempenhou, portanto, papel midiático superior ao do próprio repórter escalado à missão.   

Dramaticidade novelesca  

Em imagens distorcidas ou com máscaras, Ana Paula se apresentou como uma das vítimas e denunciadora do suposto enfileiramento de estupros. Foram várias as aparições de Ana Paula Fogo numa reportagem de 14 minutos dos quais apenas dois contou com defesa do advogado André Boiani. Quase tudo foi pancadaria orquestrada no inquérito do Ministério Público.  

A estratégia de esconder o rosto de Ana Paula Fogo supostamente manteria a segurança da denunciante a salvo de retaliações, ao mesmo tempo em que aplicaria o selo emblemático de que os fatos narrados ganhavam o rótulo de verdades intocáveis. Criou-se ambiente televisivo de dramaticidade novelesca.  

O namorador que tantas vezes seguiu à risca a seleção de mulheres a cargo de uma rigorosa Ana Paula, em anos seguidos de atenção, virou estuprador exatamente nas mãos da mesma Ana Paula. É pouco provável que ganhe ares de factível algo que a gravação de recomendações da própria Ana Paula Fogo às mulheres interdita. Afinal, havia uma concorrência forte entre as jovens para estar na companhia do namorador.  

A mesma Ana Paula que, antes de decidir atacar, enviou ao namorador cartas de declaração de amor não correspondido.  

Poço de contradições  

Essa, uma das mulheres proeminentes do namorador Saul Klein, é um poço de contradições. Parece ter havido pouco cuidado também na escolha de Ana Paula para interpretar no Fantástico uma das supostas estupradas por Saul Klein.  

Considerando-se que o processo corre em segredo de Justiça e que tenha vazado primeiramente para a Folha de S. Paulo da colunista Mônica Bergamo, não é ofensivo concluir que a iniciativa partiu de quem participou intensamente dos depoimentos das testemunhas arregimentadas por Ana Paula.   

Não parece crível que a denunciante principal, Ana Paula Fogo, tenha tanta credibilidade para transformar segredo em privilégio informativo. Sobremodo a uma jornalista que, cercada de uma equipe, é o espaço preferido entre 10 de cada 10 coturnos respeitados da vida paulistana.  

Fonte privilegiada  

Esse parece ser um ponto pouco importante para quem não conhece a estrutura de sustentação legal a assuntos tão abrasivos na mídia. Não é qualquer fonte que é levada em conta quando o espaço editorial em jogo é cercado de todos os cuidados.  

Ou seja: Ana Paula Fogo só entrou no mundo midiático do colunismo social que se confunde com reportagens especiais sem que houvesse preocupação alguma com o período antecedente à denúncia porque havia a retaguarda denunciatória de uma instituição chamada Ministério Público Estadual.  

O papel desempenhado pela denunciante ao longo do tempo em que atuou como executiva de campo de uma empresa de eventos nada ortodoxos foi olimpicamente ignorado. Não houve, portanto, nenhum obstáculo em forma de curadoria a impedir o festival de acusações tanto do Ministério Público como do repasse à Folha de S. Paulo.  

Para completar esse segundo capítulo, acompanhe a transcrição de um áudio de aplicativo de celular. A mensagem de Ana Paula Fogo é dirigida às mulheres que administrava em parceria com uma empresa de eventos. Quando diz “Zinho”, Ana Paula se refere a Saul Klein. Saulzinho para muitas mulheres. Zinho para Ana Paula. A reprodução é literal, seguindo o desempenho verbal e de expressão cognitiva da denunciante.  

 É lógico que vai entrar meu nome na história, mas a gente vai pedindo conforme dá. Na hora que não der mais, porque se acumular, fudeu, porque não tem mais história mirabolante que dê para pagar um valor tão alto. Então a gente vai tentar pagar por semana assuntos que vão ficar mais barato. E chegando ao spa, reduzir. Reduzir, e preciso muito a compreensão de vocês. Que vocês entendam que saiu da lista, é porque já veio, é porque não está rendendo. Isso pode perguntar para mim. Isso pode perguntar prá mim. Porque meu termometrozinho é ele. Quem eu gosto, quem não gosto, quem está gorda, quem faz, quem dá o cú, é ele. Agora, aqui no dia-a-dia, quem vê sou eu. O tempo todo. Quem participa, quem não participa, quem fica sentada, quem se levanta, quem vai para o café da manhã, quem não vai.  

Mais Ana Paula Fogo   

 Tudo, tudo isso vai ser uma percentagem para entrar no final de semana. E.... o cachê, que já vinha falando nisso faz um tempo, de menina que não dá para o Zinho, vai reduzir. Porque vir aqui só para participar, tenho certeza que muita gente lá fora tá pagando até menos. Mas aí tem uma xis, essa xis aquela que o Zinho é louco. Infelizmente no Brasil só tem uma Xuxa. O resto tem fãs ou são apenas uma panicat. Muitas vezes, no que tenho percebido, as meninas que o Zinho gosta muito, que ele tem muita paixão, que tem necessidade de vir todo final de semana, que se depender dele viria todo o final de semana, é por mérito. É raras exceções hoje que é uma menina por rostinho bonito. A maioria é por mérito. É aquela que vai lá, se dedica, dá atenção, fica por perto, sabe desse papel direitinho.  

Mais Ana Paula Fogo   

 É até chato às vezes que às vezes tem pessoas que não é do meu agrado, pessoas mais simpáticas, mas legais. Mas está agradando ele, está fazendo o meu final de semana mais tranquilo por causa disso, não tem por que eu implicar. Isso é muito individual de vocês. É assim: eu estou com todas as armas nas costas esperando vocês virem me procurar para me informar de alguma coisa. Só estou esperando. Porque de 23 aqui eu tenho três que são perfeitas. O resto deixa muito a desejar. Muito. Então, na hora que quiser conversar e realmente negociar sobre cachê, sobre final de semana, porque vem e porque não vem, vem falar comigo. Vem falar comigo. Por favor.   

Mais Ana Paula Fogo   

 Aí o que acontece: tirando o defeito de vocês, o que a gente vai usar como argumentos para fazer lista. Primeiro que é assim: teoricamente estou colocando na lista todo mundo. A minha lista, e quem quiser ir ao meu computador pode pegar. Tem quase 50 meninas. Na minha lista.  Eu coloco todo mundo na minha lista. Na hora que quiser negociar, e realmente conversar. Depois que ele escolhe, se eu vejo que escolheu uma pessoa que que não faz muita diferença, que escolheu por escolher, eu vou e tiro. Ou talvez porque está vindo vários finais de semana, a gente precisa fazer um remanejamento. Há pessoas que precisam também pagar suas contas. A gente retira porque eu sei que ele coloca uma pessoa que não vai faz tempo. Vantagens também. Em ficar até segunda-feira ou chegar mais cedo. Isso também vai contar muito. Principalmente para quem o Zinho tenha mais atração.   

Mais Ana Paula Fogo 

 Então é assim: basicamente o nosso final de semana vai ser remetido de específicos. Coordenadora que trabalha. E coordenadora para ele não tem exatamente um cartaz. É aquela que faz e aquele que é mais velha. Novas e seminovas. Essas são certeza. O resto a gente vai fazer revezamento. A gente vai tentando colocar aí conforme méritos. Uma maneira de ganhar seu extra é ficando assim até segunda-feira e cuidar dele durante a semana. Não sou eu que escolho. Ele só escolhe quem é muito dedicada a ele. Quem cuida, quem é muito paciente, quem é gente boa. Tem gente que se você pedir para cuidar dele ele quer toda a semana. Tem gente que ele não quer de jeito nenhum. Jamais. Então é assim: vocês cultuam vocês. Vocês têm o rótulo de vocês. Então, não reclamem. Vocês não são obrigadas a nada, mas também a gente não é obrigada a nada. Infelizmente, tirando algumas pessoas que eu tenho convivência, um carinho particular, pessoal, trabalho é trabalho.  



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