Este é o quinto capítulo de uma obrigação jornalística que a mídia em geral não segue em casos que se configuram escandalosos e com alto potencial de estragos. Trata-se de ouvir o outro lado, sempre que o outro lado está disposto a ser ouvido. É o que diferencia a abordagem do Caso Saul Klein em nossas páginas digitais. Tanto o Fantástico, da Globo, quanto a Folha de S. Paulo, na coluna de Mônica Bérgamo, e lateralmente o UOL, endereço eletrônico vinculado ao grupo Folha, não o fizeram de forma equilibrada. Da reportagem do Fantástico, por exemplo, menos de dois dos 14 minutos foram reservado à defesa de Saul Klein. A metralhadora condenatória ultrapassou todos os limites do razoável. E tudo sem provas.
Apresentamos nesta edição sete depoimentos adicionais de mulheres que decidiram defender o namorador de Alphaville, Saul Klein, das acusações de 14 mulheres reunidas por uma ex-namorada do denunciado e que, em acelerado e impreciso processo, redundaram não só na denuncia ao Judiciário com desdobramento na Polícia Civil, como incrementaram um massacre midiático.
Monstro ou cavalheiro?
Saul Klein é um monstro segundo as testemunhas de acusação. As declarações estão protegidas pelo segredo de Justiça, mas foram sintetizadas nas reportagens jornalísticas. Saul Klein é um homem generoso, respeitador e educado, segundo as agora 14 testemunhas de defesa que compareceram a um cartório de notas na Capital.
A linha divisória a ser traçada nos próximos tempos demarcará as investigações policiais. Quem vai resistir ao aperto de questionamentos que deverão eliminar fraturas expostas das testemunhas? Até que ponto as mulheres seduzidas por Ana Paula dos Santos, a Banana, vão sustentar as acusações contra Saul Klein? Haveria provas que confirmariam os testemunhos? E as testemunhas de defesa do empresário também manterão a suposta veracidade das declarações juramentadas em cartório? Que provas consistentes teriam a apresentar?
CapitalSocial não vai abrir mão de acompanhar o Caso Saul Klein, como o fizera no passado do Caso Celso Daniel. E será mais uma vez refém de investigações e provas. Sem deixar escapulir a curiosidade própria de quem deve carregar dispositivo de ceticismo para filtrar as informações.
Frágil peça acusatória
Fontes ligadas à apuração policial do Caso Saul Klein sugerem alguns fiapos de constatações que já teriam saltado do inquérito em processo de avanço gradual e consistente. A fragilidade da peça acusatória do Ministério Público Estadual, especificamente da promotora criminal Gabriela Manssur, à frente de um projeto em defesa de mulheres chamado Justiceiras, parece se direcionar para o campo da confirmação tácita. Ou seja: estaria se desenhando mais um assassinato social.
Tudo porque, sempre levando-se em conta a fase ainda embrionária das investigações policiais, houve excesso de voluntarismo na incursão de um representante do Ministério Público. Sabe-se, por isso, que há certo incômodo da instituição com o desenrolar do caso. Quando não se tem materialidade de acusações, definha-se a conclusão desgarrada do Código de Processo Penal.
Ana Paula Santos é uma das principais peças do inquérito do Ministério Público, e razão de as acusações se cristalizarem como imprecisas e inconclusivas quanto aos supostos crimes cometidos por Saul Klein. Ana Paula Banana – é assim que muitas das mulheres que frequentam os domicílios de Saul Klein a chamam -- é declaradamente apaixonada pelo empresário.
Ex-namorada à frente
Praticamente todo o inquérito do MP contém as digitais de Ana Paula. Com alta carga de vingança, Ana Paula teria se excedido nas informações que colocaram Saul Klein como aliciador e estuprador. Inclusive de menores de idade.
Há enorme ponto de interrogação na história contada por Ana Paula Santos ao se colocar na posição de vítima de Saul Klein. Entretanto, cada vez mais ela e uma mulher de nome Marta, cujas ações vão ser incluídas nesta série, são apontadas como responsáveis pela coordenação de iniciativas que selecionavam mulheres que o namorador de Alphaville reunia em festas.
Mais que isso: os depoimentos das mulheres em defesa de Saul Klein apontam Ana Paula Banana como espécie de vilã nas relações nos dois endereços domiciliares do empresário. Há informações que também a colocariam como espécie de algoz das próprias testemunhas de acusações, reunidas por ela mesma. A Delegacia de Polícia de Defesa da Mulher, em Barueri, não confirma os primeiros depoimentos já prestados.
Acompanhe os sete depoimentos complementares de mulheres do namorador Saul Klein. Outros depoimentos estariam sendo finalizados.
Oitavo depoimento
Os cinco finais de semana que passei com o Saul foram totalmente consentidos. Jamais fiz algo forçado; jamais fui forçada a fazer uso de remédios ou entorpecentes. Na casa do Saul não se faz uso de bebidas alcoólicas ou qualquer substância que altere o comportamento. Na hora da festinha todas as meninas que se sentiam bem e quisessem participar se faziam presentes no quarto dele. A todo instante o Saul perguntava se as meninas realmente queriam praticar ato sexual. Caso contrário, tinha todo o direito de sair do quarto. O uso de celular era permitido somente dentro do quarto por questão de privacidade. Além disso, tínhamos cinco refeições por dia. Não éramos privadas de alimentação de forma alguma. Saul era um verdadeiro sugar daddy. Trata suas babies como princesas. Jamais fez algo forçado ou sem consentimento.
Nono depoimento
O Saul sempre foi um amor de pessoa. Nunca tive relação com ele e muito menos sem meu consentimento. Ele é uma pessoa extremamente carinhosa e atenciosa. A Ana Paula já era diferente. Ela forçava as meninas a beber. O Saul não sabia disso. Ele jamais aceitaria isso. Depois disso, parei de frequentar a casa, porque a Ana Paula falou que eu tinha a pele escura. Eu não tinha contato dele, então, infelizmente, fui cortada. Quando vi a reportagem fiquei chocada com a crueldade que estão fazendo com o Zinho. Ele sempre fez de tudo para as meninas que estavam lá. Meninas que usufruem de tudo do bom e do melhor lá. Eu convivi com ele por dois anos e só tenho coisas boas para falar. Eu sou grata por ele ter feito parte da minha vida. Sempre carinhoso, culto e muito generoso. Sobre os estupros, fico inconformada. Ele já é de idade e jamais teria forças para isso. Conhecendo o Saul, ele jamais teria ou faria algo sem consentimento. Espero que a verdade apareça e ele consiga mostrar que o único monstro era a Ana Paula, uma pessoa manipuladora, preconceituosa, mentirosa, aproveitadora e sem caráter.
Décimo depoimento
Estávamos com ordem de despejo, várias contas atrasadas, meu nome e da minha mãe sujos e três crianças pequenas em casa, meus irmãos menores. Ela então me ofereceu pagar todas essas contas e mais os dois mil do fim de semana se eu aceitasse. Mesmo nunca tendo feito nada do tipo, aceitei. Ficou explicado desde o começo que se a qualquer momento eu desistisse, poderia ir embora. Então fui até o flat em Alphaville para me preparar. Cerca de duas semanas depois de me abordarem na balada, fui até a casa dele. Fui superbem recebida por ele, sempre muito gentil e educado. Conversamos bastante e depois fomos para o quarto dele, onde tivemos relação sexual. Ele foi super amoroso e carinhoso comigo. Quando acabou, me convidou para passar o fim de semana com ele e mais algumas meninas no sítio em Indaiatuba. Aceitei. Quando saí da casa do Saul, a Marta me pediu para voltar ao flat, para ela me explicar o que aconteceria no sítio. Ficou bem explicado que poderia voltar para casa assim que eu quisesse, caso não estivesse à vontade ou não estivesse mais a fim de ficar por lá. No sítio tínhamos algumas atividades e horários para fazer tudo. Tínhamos caminhada de manhã, academia, piscina, cinema, videokê. E à noite ele escolhia uma menina para ficar com ele no quarto. Ele sempre foi muito gentil, respeitoso e sempre se preocupou se estávamos bem ou se queria ou precisava de alguma coisa. Frequentei o sítio por pouco mais de dois anos. Só tenho a agradecer ao Saul por tudo que fez por mim e por minha família, e por ele ser o cara incrível que ele sempre foi comigo. Não acho justas as acusações que saíram na imprensa.
Décimo-primeiro depoimento
Havia muitas meninas mal-intencionadas querendo expor umas a outras; umas por puro ciúme dele e por medo de perder a vida boa que ele proporcionava. A maioria das regras era sobre comportamento, principalmente educação. Tínhamos muitas atividades sem a presença dele, como churrasco, piscina, academia, médico ginecologista, dentista, entre outros. Nunca tive restrição alimentar. Fazia cinco refeições por dia, sempre tive mais corpo que todas que estavam ali e nunca fui submetida a tratamentos estéticos, além de ser por minha vontade de fazer. Existia coordenação por conta de as meninas brigarem entre si, para uma boa convivência. Me causa indignação ver acusações falsas. Nunca passei por isso. Em quase um ano que estive lá, sempre pude ir e vir. Nunca houve drogas ou bebidas em todo o tempo que estive lá. E relações entre garotas eram encenadas, nada real. Ele sempre parou quando eu quis porque a relação era de menos de um minuto. Recebíamos não só presentes como boa educação e outras coisas positivas. Eram super tranquilas as situações. Recebíamos ursos porque eram nosso pedido. Vozes fofas eram de namorada para um namorado normal. Ele me deu uma vida estável. Não tinha do que reclamar. Voltaria sempre que pudesse.
Décimo-segundo depoimento
Sempre fui muito bem tratada. Nunca faltou nada. Saul sempre foi respeitoso comigo e com as outras meninas. Nunca presenciei nenhuma situação que fosse de acordo com o que está sendo divulgado na mídia. Ao tomar conhecimento do que estava sendo divulgado, fiquei muito surpresa, pois nada do que foi informado na mídia é verídico. Sempre fui muito bem tratada. Saul sempre se mostrou preocupado.
Décimo-terceiro depoimento
Fui conhecer a mansão do Saul no dia 27 de março de 2020. Chegando lá fui recepcionada pelas coordenadoras. Na hora que chegamos elas reforçaram algumas regras e aceitei todas. Conheci o Saul. Foi uma das melhores pessoas da minha vida. Saul sempre me incentivou a estudar e a ser uma pessoa melhor. Sempre me tratou de forma educada. Nunca me desrespeitou. Sempre estive disposta a ir novamente, e continuei indo até o dia 16 de agosto de 2020. Algumas meninas estavam enciumadas e faziam de tudo para que o Saul só gostasse delas. Aliás, a briga sempre foi entre as próprias meninas. Elas não aceitavam o Saul gostar de outras meninas também, e ele me colocou para ajudar a organizar as coisas. Foi quando uma delas surtou de ciúmes e falou coisas desagradáveis a mim. Saul nunca me forçou a nada. A vontade do ato sexual sempre foi de ambas as partes e desde o primeiro contato com a supervisão estava ciente do que poderia acontecer. Sempre achei o Saul um homem do bem e que incentivava a melhora do próximo.
Décimo-quarto depoimento
As festinhas que aconteciam com ele e as outras meninas nunca foram algo forçado. Também nunca precisamos ficar com as outras meninas. Ele nunca estava bêbado ou usava algo, e muito menos a gente. Era tudo muito rápido e com carinho e bem explicado, antes mesmo de tudo começar. Ele ficava bem preocupado em saber se a gente queria participar. No final das festinhas a gente sempre ganhava presentes como urso ou bonecos. Era a gente que pedia.
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21/01/2025 PAULINHO, PAULINHO, ESQUEÇA ESSE LIVRO!