A próxima semana marcará duas mudanças temáticas nas edições de CapitalSocial, publicação que todos conhecem e que está na praça editorial há 34 anos sem parar.
Primeiro, se encerra a série “Carta Aberta ao Dono do Diário do Grande ABC”, com a vigésima edição da primeira temporada.
Segundo, começa a série ainda de marca não definida e que vai mostrar o balanço de sete anos da Administração de Paulinho Serra à frente da Prefeitura de Santo André.
Não quero antecipar o que vou escrever sobre a gestão de Paulinho Serra mas como todo mundo tem acompanhado o que esta publicação pensa e explicita sobre os quase sete anos já completados, acho que é impossível exercitar falsidade informativa, ou seja, fazer de conta que a conta de Paulinho não é uma conta multideficitária.
GALHOFA E SERVILISMO
Ainda não sei se vou utilizar como marca da série sobre a gestão de Paulinho Serra algo que remeta ao convite que ele me fez no gabinete que ocupa no Paço Municipal. Já escrevi sobre isso. Paulinho Serra me convidou três vezes durante aquele encontro a ocupar algo como um cargo oficial ou oficioso de “meu Conselheiro Especial”.
Revelo essa iniciativa do prefeito com objetivo que não seja evitar que bajuladores profissionais dele nas redes sociais tratem a questão como galhofa.
Sei que não é fácil para quem precisa agradar a um prefeito de qualquer maneira suportar a ideia de que o servilismo é a comprovação de inutilidade.
Tampouco tornei público o convite de Paulinho Serra para me colocar em posição de suposto destaque. Até porque, convenhamos, sem falsidade, qualquer idiota sabe que a Administração de Paulinho Serra seria diferente caso aceitasse o convite de Paulinho Serra. Ou, então, não duraria muito tempo no cargo. Como não durei mais que nove meses no Diário do Grande ABC, entre 2004 e 2005.
Faço parte de um grupo de no máximo 10 representantes da sociedade que têm conhecimento suficiente e comprovado na área econômica para influenciar mudanças profundas como participante ativo de uma Administração Pública.
BATEDORES DE CARTEIRA
Na matéria que vou escrever como tiro de largada da série sobre a gestão de Paulinho Serra talvez enverede pelo caminho explicativo das razões que me teriam levado a não responder ao prefeito durante aquele encontro e tampouco depois.
No fundo, se querem saber, me sinto um pouco culpado por não ter respondido sim ou não diretamente ao prefeito, mesmo tempos depois, e de ter revelado a proposta publicamente.
O que atenua minha dor de consciência é que só o fiz, ou seja, só tornei público o convite, porque há vira-latas, batedores de carteiras éticas profissionais, que, por força de circunstâncias, sempre tem aqui ou ali algum grau de credibilidade incauta e ingênua, quando não ressentida.
O leitor provavelmente está a indagar sobre as razões de ter escolhido o prefeito Paulinho Serra para a produção de um balanço anual. Com toda a razão, a curiosidade precisa ser respondida.
PREFEITO PERFEITO
Primeiro, porque um balanço tangencial dos outros dois prefeitos em segundo mandato, Orlando Morando e José Auricchio, além do próprio Paulinho Serra, já foi feito e ainda não se encerrou. Está no arquivo a série de análises que os colocam como concorrentes ao Troféu Celso Daniel de Gestão Pública.
A especificidade em torno de Paulinho Serra tem tudo a ver com a política de comunicação de Paulinho Serra. Quem tem tudo a ver com a política de gestão de Paulinho Serra. Que tem tudo a ver com a política de proteção a Paulinho Serra.
Resumo da ópera: nenhum dos atuais prefeitos da região (e tampouco ao longo de 50 anos de história de gestores públicos na região) contou tão ostensivamente com suporte midiático. Paulinho Serra se tornou, aos olhos de leitores de publicações adocicadas, um prefeito perfeito. E está longe disso.
Aliás, vou mais longe: seguramente, seguramente e seguramente, ou seja, triplamente seguramente, Paulinho Serra se revelou, por conta do ambiente que o torna sacrossanto, o prefeito mais medíocre da história de Santo André. Entenda “medíocre” da forma etimologicamente adequada.
738 TEXTOS
Nada melhor e mais sensato, para não dizer justo e providencial, que se mostre em detalhes o desempenho de Paulinho Serra nos aspectos mais emblemáticos de um gestor público. E isso o faremos ao longo da próxima série. Com a vantagem de que a matéria-prima está toda organizada, carimbada, aprovada e publicada por esta revista digital.
Dei uma espiadinha nesse momento para aferir quantas das mais de oito mil análises que constam desta publicação se referem direta e indiretamente a Paulinho Serra. A pesquisa vale para todo o tempo do acervo, não apenas a partir de Paulinho Serra prefeito. São 738 até agora. Sem contar esta edição.
Fosse mais apetrechado no manuseio da tecnologia que este endereço digital permite, saberia quantos textos se referem especificamente a Paulinho Serra como prefeito, porque a maquinaria assim o permitiria. Como não consegui porque sou um besta quadrada, prefiro mesmo citar o total geral de “Paulinho Serra”.
Interrompi o texto acima para dar a corridinha diária e, na volta, que é agora, incrementado pela reflexão de 50 minutos de pernas para que te quero, eis que encontrei uma maneira de dar um nó na quantidade de textos que já produzi sobre Paulinho Serra.
NOVA BUSCA
Minha busca no acervo, desta vez, não se limitou ao nome “Paulinho Serra”, mas ao nome precedido do cargo “prefeito Paulinho Serra”. Conclusão? São 434. A partir de dezembro de 2016, ou seja, antes de assumir o cargo.
Quando me meter a escrever a série que vai começar na semana que vem, vou pegar o chifre cronológico a partir da eleição de Paulinho Serra em outubro de 2016. Será inevitável que o faça porque me lembro bem que mantivemos um encontro e sugeri ao prefeito recém-eleito algumas recomendações que ele rigorosamente desprezou.
Talvez seja por isso que seis anos depois tenha me convidado a ser seu Conselheiro Especial. E talvez seja exatamente por isso, ou seja, pelo tempo passado demais, uma das razões de não ter aceitado a proposta.
SEM TEMPO
Acho que já não há mais tempo para Paulino Serra reverter a avaliação geral da administração que imaginávamos pudesse imprimir a Santo André, mesmo levando-se em conta seu passado como vereador mais que inútil, mas também como secretário municipal trapalhão da gestão do petista Carlos Grana.
Fracassamos quando pensávamos que Paulinho Serra pudesse quebrar a sequência de gestores municipais de Santo André incapazes de manter léguas de distância da qualidade de Celso Daniel. Temos um caso que chamaria de abuso de autoridade no sentido político-administrativo. Paulinho Serra se converteu em refém de grupos organizados extrativistas que mantiveram Santo André mergulhada num mar de incompetências sistêmicas, contaminadoras, desagregadoras e inquietantes. É isso que vou mostrar na série especial a partir da semana que vem.
Aqueles que idolatram Paulinho Serra peça relevante de uma engrenagem de quinquilharias públicas estão de parabéns. Conseguiram o que queriam, ou seja, expandir a mediocridade em Santo André. O preço é salgadíssimo e será pago pelas próximas gerações. Como as atuais o estão pagando ante a abundância de improdutividades de antecessores pós-morte de Celso Daniel.
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11/11/2024 GRANDE ABC DOS 17% DE FAVELADOS