Imprensa

Fuga de Entrevista Indesejada
prova sucesso de CapitalSocial

DANIEL LIMA - 01/12/2011

Um erro crasso de avaliação de "Entrevista Indesejada", seção que introduzimos de forma inédita no jornalismo brasileiro, é acreditar que o índice de inadimplência ou o grau de covardia dos protagonistas significaria o fracasso da empreitada. Muito pelo contrário: qualquer que seja a reação, CapitalSocial sempre será o vencedor.

 

Explico: se CapitalSocial obtiver as respostas pretendidas, os leitores terão o que analisar e julgar; mas se as respostas não chegarem, quem perde para valer, tudo, tudinho, são os faltosos, porque as perguntas ganham contorno interpretativo de verdade incontestável.

 

Como não tenho vocação a dissimulações e jogo sempre limpo, porque respeito os leitores, digo com todas as letras e sentimentos que Entrevista Indesejada veio para complicar a vida dos possíveis entrevistados. É jogo jogado com força. É guerra pura.

 

Repito tudo isso quantas vezes quiser sem incorrer em qualquer penalidade porque me submeti a esses princípios quando conselheiros editoriais desta publicação me inquiriram ainda recentemente. Não fugi da raia.

 

A perspectiva de que não mais de 30% dos escolhidos optariam por responder caminha para acerto na mosca. Por enquanto, dos sete nomes colocados à prática de questionamentos, somente este jornalista e a diretoria do Esporte Clube Santo André ofereceram respostas aos leitores. Os fujões são conhecidos.

 

Picarelli arredio?

 

E a lista tende a aumentar. Um passarinho me disse ainda outro dia que o presidente da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) de Santo André, Fábio Picarelli, também não se pronunciará. Ele resolveu dar ouvidos a alguns urubus que vivem da carniça da baixa cidadania, e, mesmo sabendo que a repercussão desta revista digital é muito maior e evolutiva do que se propaga, teria optado pelo silêncio. Se tivesse que dar algum conselho aos refratários da confraria de Entrevista Indesejada diria que a pior saída é a omissão. Cada pergunta não respondida tem forte impacto de credibilidade. O silêncio é um tiro que sai pela culatra. A emenda da omissão é pior que o soneto da franqueza.

 

Também reconheço que não é fácil esse enfrentamento. As questões formuladas não têm nenhum parentesco com o sensacionalismo vadio, com a perseguição insana, com a manipulação semântica em letras de forma. Nada disso. São ponderações que brotam de fatos, principalmente, e desta forma deveriam ser analisadas com mais critério.

 

Não tenho dúvida igualmente que o potencial conflituoso que "Entrevista Indesejada” carrega para entornar o caldo de relacionamento entre este jornalista e os potenciais entrevistados não é desprezível. Os enunciados quebram a rotina do jornalismo verde e amarelo de convergir para o oba-oba, principalmente. Como levo a ferro e fogo a função social do jornalismo e não tenho vocação a colunismo social, sigo em frente.

 

Nomes escrutinados

 

Não acreditem os leitores, entretanto, que Entrevista Indesejada seja uma metralhadora giratória a atingir potencialmente a todos. Os nomes foram pré-selecionados e aprovados em função de observações que levam em conta, mais que o presente recente, o conjunto da obra de individualidades que persistem em apresentar rendimento abaixo das demandas por responsabilidade social.

 

Atinge diretamente quem tem de alguma forma influência nos destinos da Província do Grande ABC, a maioria, senão a totalidade dos quais só consegue conviver com mensagens bajulativas, com o dobrar de espinhas. Acham-se intocáveis. E contam com a retaguarda de vasta gama de portas abertas na mídia. Tanto é verdade que ainda no final de semana li uma nota com direito a foto do empresário Sérgio De Nadai, réu condenado por integrar a Máfia da Merenda e notório candidato a celebridade. Que disse Sérgio De Nadai, cuja empresa está em recuperação fiscal depois de refestelar-se nos escaninhos públicos? Que está organizando o chamado Natal do Bem, uma empreita da marquetológica de uma granfinagem postiça de São Paulo que supostamente arrecadaria fundos para os excluídos sociais.

 

Seria interessante que nesse mesmo evento o médico Roger Abdelmassih, condenado a mais de 200 anos de prisão, fosse homenageado com oTroféu Pai Paulistano, pela excelência de serviços prestados a candidatas a mãe que confiaram a ele a solução de problemas de reprodução humana. E que se preparasse também o Troféu Pais Exemplares ao casal Nardoni. Para abrilhantar ainda mais a festa, porque ninguém resiste mesmo a celebridades de verdade, quem sabe o Troféu Barriga Tanquinho a Ronaldo Fenômeno?

 

Os leitores que ainda não souberam interpretar as nuances que cercam a ausência de respostas da série Entrevista Indesejada possivelmente levarão a sério a festa preparada por Sérgio De Nadai e também as homenagens especiais sugeridas por este jornalista.

 

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DeNadaifoge de entrevista como Bigucci, Moura, Ronan e Walter



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