Economia

Agenda para reduzir a farra
do boi do mercado imobiliário

DANIEL LIMA - 05/12/2011

Já que a Associação dos Construtores comandada há mais de duas décadas pelo autoritário Milton Bigucci é indolente em organizar algo que chegue minimamente próximo do que chamo de responsabilidade social de uma atividade que faz parte da cesta básica de cidadania, decidi preparar um conjunto de propostas que possivelmente contrariará os mercadistas ensandecidos do setor. Até o final desta semana apresentarei sucintamente propostas aos leitores. Não tenho esperança de que sejam viabilizadas. E sabem por que desconfio de que nada resultará das sugestões, embora sejam todas tão factíveis quanto prudenciais? Porque a sociedade da Província do Grande ABC não está nem aí coma hora do Brasil.

 

Há sim pessoas, individualidades, e muitas, inconformadas coma inércia institucional na região, mas não encontram respaldo para se juntarem e lançarem empreitadas mobilizadoras, moralizadoras e restauradoras.

 

Grupo de ação

 

Por isso a Associação dos Construtores, Incorporadoras e Imobiliárias dirigida por Milton Bigucci deita e rola em matéria de sofismas, lobbismos e outros truques marquetológicos que pretendem torná-la ativa, quando, de fato, é apenas um simulacro de entidade.

 

Minha esperança é que num futuro não muito distante haja nesta Província um grupo de empreendedores imobiliários que vá muito além do que já se manifesta hoje, contrário à forma com que Milton Bigucci conduz uma entidades em representatividade: que se deem as mãos e se lancem num projeto de mudanças substantivas.

 

Afinal, como é possível que um setor tão importante para a qualidade de vida regional seja persistentemente deixado ao controle de quem pensa e age apenas com objetivos comerciais sob recorte mais que suspeitoso?

 

Decidi elaborar um rol de propostas para que o mercado imobiliário se insira de verdade no seio da comunidade regional. Tenho horror àqueles que, sem argumentos, procuram desclassificar o posicionamento desta revista digital em relação à inoperância do eterno presidente da Associação dos Construtores, um homem truculento no sentido jurídico, porque tentou e ainda tenta impedir que este jornalista se manifeste.

 

Milton Bigucci já perdeu duas batalhas na Justiça e perderá todas se os magistrados agirem com discernimento. Algo sobre o qual tenho total confiança, sem precisar do tiro de canhão da argumentação básica e inalienável deliberdade de expressão. Prefiro manter-me neste espaço sob o pressuposto ainda mais democrático de liberdade ao contraditório, sempre à disposição de terceiros. Algo de que Milton Bigucci abriu mão porque o jogo que joga é o jogo do obscurantismo. Não lhe interessa nada que cheire à transparência.

 

Alguns pontos do elenco de sugestões que ganham forma de desafios à direção da Associação dos Construtores já permearam artigos deste jornalista ao longo dos anos, mas o conjunto da obra é inédito.

 

Abaixo o corporativismo

 

Não sou especialista em mercado imobiliário e isso me ajudou muito na formulação das propostas, porque estou isento de qualquer ranço corporativista.

 

O que posso antecipar aos leitores sobre o que virá é que invadiremos a grande área de inoperância, desatenção, descaso, imprudência, oportunismo e tudo o mais que caracteriza as eternas gestões dos mandatos seguidos de MiltonBigucci na Associação dos Construtores.

 

Mandatos dele e do clube de amigos que não largam o osso da entidade porque a transformaram em marketing institucional para benefícios corporativos individuais, sempre com o suporte de políticos que se beneficiam de uma teia de relacionamentos com o mercado imobiliário no financiamento de campanhas eleitorais.

 

Na verdade, com as sugestões que vou apresentar aos leitores, mato dois coelhos com uma só cajadada de pragmatismo: revelo que a especialidade de integrar um determinado setor em muitas situações inibe e tolhe a liberdade de enxergar o mundo que o cerca e, também, coloco contra a parede uma entidade que não passa de simulacro de representação de um ramal da economia com amplo imbricamento social.

 

Certo mesmo é que, fossem aplicadas as propostas de CapitalSocial, o mundo do mercado imobiliário da Província do Grande ABC seria um exemplo para todo o território nacional. Mas quem disse que isso integra o portfólio de uma entidade que viceja nas sombras e que foi criada exatamente para se converter num potentado de poucos iluminados, ante a omissão da grande massa de empresários do setor?



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