Economia

G-20: PIB de Serviços também coloca
região abaixo de principais municípios

DANIEL LIMA - 02/03/2012

A situação é inescapável: como a Província do Grande ABC vem perdendo peso no PIB Geral (Produto Interno Bruto) do G-20, o grupo dos 20 principais municípios paulistas, e também no PIB Industrial, não há como escapar da redução da capacidade de geração de riqueza no setor de serviços. Em novo levantamento de CapitalSocial sobre o comportamento da economia regional na primeira década deste século, o resultado do PIB de Serviços acrescenta mais preocupações a quem prefere tratar as enfermidades da região com seriedade, não como objeto de propaganda eleitoral compulsória ou de triunfalismo com objetivos pouco nobres.


 


Dos cinco municípios da Província do Grande ABC que integram o G-20, apenas São Bernardo manteve-se nos anos 2000 no bloco das 10 primeiras colocadas no PIB de Serviços, situação que sustentou o quinto lugar na classificação geral das atividades que considera a solidez de um ranking de muitas décadas. Santo André, um desastre nos indicadores anteriores, de PIB Geral e de PIB Industrial, também fracassa nas atividades que envolvem educação, saúde, transporte e uma infinidade de outras ocupações: ficou em 17º lugar no ranking da primeira década e com isso caiu do oitavo para o nono lugar na classificação geral. Foi a pior posição na década entre os municípios da região. Diadema ficou em sétimo, São Caetano em 15º e Mauá em 16° lugar no período de 10 anos.


 


O resultado geral do PIB de Serviços é inquietante para a economia da Província do Grande ABC porque esquarteja o discurso evasivo que minimiza a gravidade do rebaixamento da produção de riqueza nas atividades industriais neste século, mesmo com a base de comparação favorecida. O ano de 1999, sobre o qual gira o eixo do banco de dados na geração dos números do G-20 Paulista, já expunha fundas perdas da última década do século passado na região, quando a desindustrialização foi tão prolongada quanto rígida. Ou seja: por conta daquele passado inglório, os números da Província do Grande ABC deveriam ser muito melhores. Os recordes da indústria automotiva, carro-chefe da economia regional, estancaram o processo de perdas e até mesmo provocaram avanços na Economia da região, mas sempre abaixo dos concorrentes.


 


A média de crescimento nominal (sem considerar a inflação do período) do PIB de Serviços do G-15 (o G-20 sem os cinco municípios da Província do Grande ABC) é bastante superior aos números do G-7, o grupo dos sete municípios da região, que envolve, além dos cinco integrantes do G-20, também Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra. O G-15 contabilizou avanço nominal de 211,90%, ante 172,26% do G-7. Se for levado em conta o IGP-M (Índice Geral de Preços do Mercado), da Fundação Getúlio Vargas, que aponta inflação de 127,08% no período, o G-7 registrou crescimento real de 45,18% no período, ou de 4,518% ao ano no setor de serviços. Já os municípios que integram o G-20, excluídos os cinco representantes da região, chegaram praticamente ao dobro de crescimento, de 84,82% no período, ou 8,482% ao ano.


 


Nos primeiros 10 anos deste século, sempre comparando os números do PIB dos Municípios com os dados de 1999, foi Diadema quem apresentou o melhor desempenho no PIB de Serviços. Diadema alcançou crescimento nominal de 209,17%, posicionando-se em 13º lugar no ranking geral do G-20. São Bernardo vem a seguir com crescimento nominal de 189,20%. Vejam o ranking do PIB de Serviços do G-20: 


 


1. Osasco lidera o PIB de Serviços com R$ 23.139,62 bilhões. Crescimento de 338,63% em relação aos R$ 5.275,37  bilhões de 1999, sem considerar a inflação.


 


2. Guarulhos está em segundo lugar com R$ 18.333,95 bilhões. Crescimento nominal de 173% sobre os números de 1999 -- R$ 6.716,19 bilhões.


 


3. Campinas está em terceiro lugar no PIB de Serviços com R$ 17.535,96 bilhões. Crescimento de 145,15% sobre 1999, de R$ 7.153,09 bilhões.


 


4. Barueri é quarta colocada com PIB de Serviços de R$ 16.900,11 bilhões, ante R$ 5.109,38 de 1999. Crescimento nominal de 230,76%.


 


5. São Bernardo está em quinto lugar com R$ 13.039,96 bilhões. Crescimento nominal de 189,20% sobre os números de 1999 -- R$ 4.508,97 bilhões.


 


6. Ribeirão Preto é sexta colocada em serviços com R$ 10.522,38 bilhões, crescimento de 174,49 sobre o PIB de 1999, de R$ 3.764,88 bilhões.


 


7. São José dos Campos é sétima colocada com R$ 9.524,38 bilhões, com crescimento de 135,46% sobre o PIB de 1999, de R$3.960,11 bilhões.


 


8. Jundiaí é oitava colocada com PIB de Serviços de R$ 8.980,75 bilhões, com crescimento de 265,21% sobre os números de 1999, de R$ 2.459,07 bilhões.


 


9. Santo André é nona colocada com R$ 8.616,96 bilhões, com crescimento nominal de 146,52% sobre o PIB de 1999, de R$ 3.495,38 bilhões.


 


10. Santos é décima colocada com R$ 8.266,71 bilhões, com crescimento de 135,98% sobre o PIB de R$ 3.503,05 de 1999.


 


11. Sorocaba é 11ª colocada com R$ 7.273,35 bilhões, crescimento de 171,30% sobre o PIB  de R$ 2.680,87 bilhões de 1999.


 


12. São José do Rio Preto é 12ª colocada com PIB de R$ 5.901,36 bilhões, crescimento nominal de 164,82% sobre os R$ 2.228,02 bilhões de 1999.


 


13. Diadema é 13ª colocada com PIB de R$ 4.721,29 bilhões, com crescimento nominal de 209,17% sobre os números de 1999, de R$ 1.527,07 bilhão.


 


14. Piracicaba é 14ª colocada com PIB de R$ 4.681,98 bilhões. Crescimento de 185,63% sobre o PIB de 1999, de R$ 1.639,19 bilhão.


 


15. Mogi das Cruzes é 15ª colocada com PIB de Serviços de R$ 4.437,76 bilhões. Crescimento nominal de 298,77% sobre o PIB de R$ 1.272,40 bilhão de 1999.


 


16. Paulínia é a 16ª colocada com PIB de R$ 4.201,57 bilhões, com crescimento de 926,27% sobre o PIB de R$ 56.98 milhões de 1999.


 


17. São Caetano é 17ª colocada no PIB de Serviços com R$ 3.798,08 bilhões, com crescimento nominal de 165,47% sobre o PIB de 1999 no valor de R$ 1.430,67 bilhão.


 


18. Mauá é a 18ª colocada com PIB de Serviços de R$ 3.338,08 bilhões, crescimento nominal de 156,25% sobre o PIB de 1999, de R$ 1.302,67 bilhão.


 


19. Taubaté é 19ª colocada com PIB de Serviços de R$ 3.290,14 bilhões, ante R$ 1.072,74 bilhão em 1999. Crescimento nominal de 206,70%.


 


20. Sumaré e a 20ª colocada no ranking do PIB de Serviços com R$ 2.802,04 bilhões, ante R$ 703,67 milhões de 1999, com crescimento nominal de 298,20%.  


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