Movida à indústria automotiva, que experimenta há várias anos crescimento de produção e venda recorde na história, São Bernardo não conseguiu na primeira década do século conciliar avanço na geração de riqueza e melhoria substantiva na área social, expressa no IDH, o Índice de Desenvolvimento Humano. Esse é o caso mais contrastante da Província do Grande ABC, que, com cinco endereços, integra o G-20, o Clube dos 20 Municípios economicamente mais importantes do Estado de São Paulo, exceto a Capital. A Província vai mal na classificação geral do IDH, que abrange o período de
Os dados que instrumentalizam o ranking do Índice de Desenvolvimento Humano que a revista digital CapitalSocial adota estão reunidos em estudos da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Jairo, Firjan. O IFDM (índice Firjan de Desenvolvimento Municipal) é o mais respeitado indicador de qualidade de vida e desenvolvimento econômico do País. O IDH é uma medida comparativa de riqueza, alfabetização, educação, esperança de vida, natalidade e outros fatores. É uma fórmula padronizada de avaliação e medida do bem-estar de uma população, segundo definição de especialistas. O IDH é utilizado para distinguir graus de desenvolvimento econômico e também os impactos de políticas econômicas na qualidade de vida.
Diferentemente do que agentes políticos cultuam com poucos anos de mandato, o Índice de Desenvolvimento Humano não é um pó de pirlimpimpim de sucesso no curto prazo -- e tampouco de fracasso. As políticas públicas que deságuam nos indicadores são perceptíveis ao longo dos anos. O descasamento entre PIB (Produto Interno Bruto), medida de geração de riqueza, e IDH se manifesta com clareza
Legado de Celso Daniel
Uma outra prova explícita de que PIB e IDH nem sempre caminham na mesma raia de harmonia é Santo André. Pior avanço do PIB regional no G-20 no período de
Os resultados sociais de Santo André, fortemente relacionados com as gestões de Celso Daniel, são um contraponto surpreendente mas emblemático à performance econômica do Município, em constante declínio quando se comparam os dados com outros municípios do G-20.
São Caetano caiu do quarto para o 11° lugar no período, embora também, a exemplo de São Bernardo, tenha avançado bem mais que Santo André no PIB. Diadema e Mauá completam a lista da Província do Grande ABC no ranking de IDH da Firjan: Diadema caiu do 10° para o 20° lugar e Mauá avançou do 20° para o 14º lugar.
Mostramos a seguir o posicionamento das cidades do G-20 no PIB registrado em 1999, o mais recente pesquisado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e os resultados do IDH da Firjan no período de
1. Guarulhos é a primeira colocada no PIB Geral, mas está em 12° lugar no IDH, com 0,8521 numa escala de
2. Campinas é a segunda colocada no PIB Geral e oitavo no IDH da Firjan com 0,8866, ante 0,7489 em 2000, com crescimento de 18,39% no período.
3. Osasco é a terceira colocada no PIB Geral e 15ª no IDH da Firjan com 0,8380, com avanço de 19,10% sobre 0,7036 de 2000.
4. São Bernardo é quarta colocada no PIB Geral e 16ª no IDH da Firjan, com 0,8341 registrado em 2009, ante 0,7948 de 2000, com crescimento de 4,94% no período.
5. Barueri é quinta colocada no PIB Geral e primeira no IDH da Firjan com 0,9309 -- crescimento de 14,92% sobre o índice de 0,8100 do ano 2000.
6. Santos é sexta colocada no PIB Geral e igualmente sexta no IDH, com 0,8924 registrado em 2009, ante 0,7188 de 2000 -- crescimento de 24,35% no período.
7. São José dos Campos é sétima colocada no PIB Geral e nona no IDH, com 0,8751 em 2009, ante 0,7739 em 2000 – crescimento de 13,07 no período.
8. Jundiaí é oitava colocada no PIB Geral e sétima no IDH, com índice de 0,8898 em 2000, ante 0,7806 em 2000, crescimento de 13,99%.
9. Santo André conta com o nono maior PIB Geral e está em 10º lugar no IDH de 2009 com 0,8646, ante 0,7416 em 2000, crescimento de 16,58% no período.
10. Ribeirão Preto conta com o 10° maior PIB Geral e está em terceiro no IDH de 2009, com 0,9239, ante 0,7559 em 2000 -- avanço de 22,22%.
11. Sorocaba é 11ª colocada no PIB Geral e 17ª no IDH de 2009, com 0,8270, ante 0,7948 de 2000 -- crescimento de 4,05% no período.
12. Diadema é a 12ª colocada no PIB Geral e ocupa o 20° lugar no G-20 no IDH, com 0,8028, ante 0,7606 no ano 2000 -- crescimento de 5,55% no período.
13. Piracicaba é 13ª colocada no PIB Geral e 13ª no IDH, com 0,8457 ante 0,7200 em 2000 -- crescimento de 17,46% no período.
14. São Caetano é 14ª colocado no PIB Geral e 11ª no IDH com 0,8582 ante 0,7948 no ano 2000 -- crescimento de 6,51% no período.
15. Taubaté é 15ª colocada no PIB Geral e quinta colocada no IDH, com 0,8985 ante 0,7783 em 2000 -- crescimento de 15,44% no período.
16. São José do Rio Preto é 16ª colocada no PIB Geral e nona no IDH, com índice de 0,9202 ante 0, 8213 em 2000 – crescimento de 12,04%.
17. Paulínia é 17ª colocada no PIB Geral e segunda colocada no IDH com 0,9290, ante 0,8229 em 2000 -- crescimento de 12,89 no período.
18. Mogi das Cruzes é 18ª colocada no PIB Geral e também 18ª no IDH com 0,8245, ante 0,7320 em 2000 -- crescimento de 12,64 no período.
19. Sumaré é 19ª colocada no PIB Geral e também 19ª colocada no IDH com 0,8094, ante 0,7507 no ano 2000 -- crescimento de 7,82%.
20. Mauá é 20ª colocada no PIB Geral e 14ª colocada no IDH com 0,8409, ante 0,7030 no ano 2000 -- avanço de 19,61% no período.
Muito mais indicadores
CapitalSocial está se dedicando intensamente à produção de rankings envolvendo o G-20 Paulista. Já foram publicados dados relativos ao PIB Geral, PIB Industrial, PIB de Serviços e PIB per capita desse agrupamento de municípios, além do IDH. Outros indicadores estão sendo formatados, sempre com o objetivo de clarear o quadro social e econômico da Província do Grande ABC em relação aos endereços mais disputados por investimentos no Estado de São Paulo.
O espírito que move o jornalismo de CapitalSocial está exclusivamente voltado ao desmascaramento de fontes de informações, lobbistas por excelência, que procuram mistificar dados de modo a atenuar, quando não negar, um quadro de quase esgotamento do processo de desenvolvimento econômico da região, depois de discreta recuperação nos últimos anos. O ranking do Índice de Desenvolvimento Humano reforça o viés de inquietação de um jornalismo que não cai na armadilha das fanfarronices dos fazedores de índices seletivamente enganadores.
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21/11/2024 QUARTO PIB DA METRÓPOLE?