Economia

G-20: São Caetano segue líder de
consumo por habitante na década

DANIEL LIMA - 25/04/2012

São Caetano manteve-se na liderança do ranking de potencial de consumo por habitante do G-20, o Clube dos 20 Municípios mais importantes do Estado de São Paulo, exceto a Capital. O Município que juntamente com Santo André, São Bernardo, Diadema e Mauá representa a região nesse agrupamento, sustentou a primeira colocação registrada em 1999, base do novo estudo da revista digital CapitalSocial. Entre 2000 e 2009, ou seja, durante toda a primeira década deste novo século, São Caetano não permitiu ultrapassagem de Santos, a segunda colocada. São Caetano conta com potencial de consumo por habitante de R$ 19.184,18, ante R$ 17.471,33 da capital da Baixada Santista. A média do G-5, os municípios da Província do Grande ABC que integram o G-20, é de R$ 13.627,54.
 
O crescimento nominal do potencial de consumo de São Caetano, quando se comparam os dados de 1999 com os de 2009, atingiu 147,44%, o quinto melhor do G-20 no período. Quem mais avançou foi Sumaré, na Região Metropolitana de Campinas, com 161,18%. Mas o resultado, como prova de que potencial de consumo é uma grande embarcação cujo destino é alterado de forma suave, quase imperceptível no curto prazo, não modificou substancialmente a colocação no ranking de Sumaré, que passou do 20° para o 18° lugar.
 
Potencial de consumo é especialidade da empresa IPC Marketing, comandada por Marcos Pazzini. Trata-se de um coquetel de dados econômicos. Corre em paralelo com o PIB (Produto Interno Bruto). Trata-se da junção de renda e acumulação de riqueza. O indicador per capita é importante referencial para, entre outras ações, lançamento de produtos e serviços voltados a determinada classe socioeconômica. São Caetano é líder no critério por habitante, mas por contar com população relativamente baixa classificou-se apenas em 18° lugar no ranking geral, já formulado por CapitalSocial.
 
Província inchada?
 
População é mesmo fator decisivo na definição do ranking de potencial de consumo per capita. Tanto que Santo André, que apresentou um dos piores resultados na década pesquisada por CapitalSocial, classificando-se em 16° lugar no período, apresentou avanço de três casas no critério per capita, passando de sexto na classificação anterior para o terceiro lugar. Tudo porque o crescimento per capita de 139,72% no período, um dos mais discretos entre os integrantes do G-20, foi contrabalançado pelo baixo crescimento demográfico: a cidade passou de 630.073 para 671.773 habitantes -- 41.700 novos moradores.
 
São Bernardo, quarta colocada no ranking do PIB Geral e terceira no ranking de Potencial de Consumo Geral, caiu para o oitavo lugar no ranking de Potencial de Consumo por habitante porque cresceu nominalmente (sem considerar a inflação) apenas 113,64% no período de 2000 a 2009. Tudo porque sofreu novo impacto demográfico, já que contava com 723.132 habitantes em 1999 e passou para 811.724 em 2009. Um crescimento populacional de 88.592 pessoas, ou mais da metade (58%) dos habitantes de São Caetano. Ou seja: em menos de duas décadas prevê-se que São Bernardo cresça em população exatamente uma São Caetano.
 
Além do primeiro lugar de São Caetano, do terceiro de Santo André e do oitavo de São Bernardo, a Província do Grande ABC registrou o 19° lugar de Mauá e o 20° de Diadema. No conjunto, os municípios que representam a Província do Grande ABC correram na mesma raia de esvaziamento econômico apontado no ranking do PIB do G-20, quando a queda beirou a 20% comparada aos demais integrantes do agrupamento. No Potencial de Consumo por Habitante, a Província apresentava em 1999 vantagem de 19,96% sobre o G-15 (os demais municípios do G-20), com média de R$ 7.241,84 per capita, ante R$ 5.795,95 dos concorrentes de outras áreas geográficas. Dez anos depois a Província do Grande ABC chegou ao Potencial de Consumo por habitante de R$ 13.627,54, ante R$ 13.537,46 dos demais. Ou seja: o que era vantagem por habitante em acumulado de riqueza de quase 20% foi praticamente dissolvido e passou a apenas 0,66%. Um empate técnico para quem ganhava folgadamente.
 
Pesou consideravelmente nessa variação o crescimento demográfico do G-5, de 34,52% no período, ante 16,78% dos demais integrantes do Clube dos Maiores Municípios Paulistas.
 
Veja o ranking de Potencial de Consumo Por Habitante organizado por CapitalSocial com base em estudos da empresa IPC Marketing:
 
1. São Caetano manteve o primeiro lugar com R$ 19.184,18, ante R$ 7.753,00 em 1999. Crescimento nominal de 147,44%% no período.
 
2. Santos manteve o segundo lugar registrado em 1999: passou de R$ 7.675,79 para R$ 17.471,33, com crescimento nominal de 127,61% no período.
 
3. Santo André passou do sexto para o terceiro lugar ao crescer nominalmente 139,72%: contava com Potencial de Consumo por Habitante de R$ 6.293,63 e passou para R$ 15.087,05.
 
4. Jundiaí passou do sétimo para o quarto lugar com crescimento nominal de 148,87%: contava com R$ 5.986,17 e chegou a R$ 14.897,83 no período.
 
5. Ribeirão Preto manteve o quinto lugar de 1999, com crescimento nominal no período de 134,19%: contava com R$ 6.349,20 e passou para R$ 14.869,33.
 
6. Campinas caiu do terceiro para o sexto lugar no período, com crescimento nominal de 111,47%: passou de R$ 7.011,65 para R$ 14.828,10.
 
7. Paulínia avançou cinco casas no período, ao passar do 12º para o sétimo lugar, com crescimento nominal de 157,33%: passou de R$ 5.400,45 para R$ 13.897,01.
 
8. São Bernardo caiu do quarto para o oitavo lugar no período, com crescimento nominal de 113,64%, o segundo mais baixo entre os 20 municípios. Contava com R$ 6.850,11 e passou para R$ 14.635,15.
 
9. São José do Rio Preto caiu uma casa, ao trocar o oitavo pelo nono lugar, com crescimento nominal de 130,28% no período. Contava com R$ 5.964,95 e passou para R$ 13.736,31.
 
10. Piracicaba manteve o 10° lugar no ranking com crescimento de 139,41% no período. Contava com R$ 5.683,25 e passou para R$ 13.606,21.
 
11. São José dos Campos caiu duas casas, do nono para o 11º lugar, com crescimento nominal de 137,50% no período. Contava com R$ 5.711,04 e passou para R$ 13.563,77.
 
12. Sorocaba caiu uma casa, do 11° para o 12° lugar, com crescimento nominal de 130,67% no período. Contava com R$ 5.504,53 e passou para R$ 12.697,34.
 
13. Guarulhos avançou três casas ao trocar o 16° pelo 13° lugar, com crescimento nominal de 150,96%.  Contava com R$ 5.038,90 e passou para R$ 12.645,53.
 
14. Barueri manteve o 14° lugar de 1999 em 2009, com crescimento nominal de 142,79%. Contava com R$ 5.161,96 e passou para R$ 12.532,73.
 
15. Osasco caiu duas casas classificatórias (era 13ª colocada) no período com crescimento nominal de 133,70%. Contava com R$ 5.325,37 e passou para R$ 12.445,28.
 
16. Taubaté trocou o 15° pelo 16° lugar no período, com crescimento nominal de 148,13%. Contava com R$ 5.078,70 e passou para R$ 12.601,99.
 
17. Mogi das Cruzes manteve o 17° lugar no período, com crescimento nominal de 135,63%. Contava com 4.828,02 e passou para R$ 11.376,57.
 
18. Sumaré avançou duas casas no período com crescimento de 161,18. Passou do 20° lugar para o 18°. Contava com R$ 4.211,13 e passou para R$ 10.998,77.
 
19. Mauá caiu uma casa ao passar do 18° para o 19° lugar, com crescimento nominal de 130,19%. Contava com R$ 4.578,81 e passou para R$ 10.540,11.
 
20. Diadema caiu uma casa, passando do 19° para o 20° lugar, após crescimento nominal de 125,12%. Contava com R$ 4.541,72 e passou para R$ 10.224,46.


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