O crescimento de 26% do mercado imobiliário na Província do Grande ABC no primeiro trimestre deste ano quando comparado ao mesmo período do ano passado é uma fantasia do presidente da Associação dos Construtores, empresário Milton Bigucci. Vou desmascarar a operação estatística montada por aquela entidade. A edição desta quarta-feira de CapitalSocial explicará aos leitores a impossibilidade de sustentação de um atentado à boa-fé. Vou fazer isso mesmo sem ter acesso aos remendos supostamente estatísticos com os quais a Associação dos Construtores pretende manipular os cordões do mercado imobiliário da região, induzindo a erros de avaliação que atingem diretamente o bolso da sociedade.
Não é de hoje que Milton Bigucci usa a marca da Associação dos Construtores para disseminar números grandiloquentes do mercado imobiliário da região. E não o faz de forma isolada. Os dados do Secovi, entidade da qual faz parte como conselheiro, são igualmente ou semelhantemente falsos. Não resistem a um mínimo de ceticismo crítico, quanto mais à abertura das planilhas e da metodologia.
O modelo lobbista dos mercadores imobiliários da Capital do Estado foi transplantado para a Província do Grande ABC sob o silêncio de instituições que assistem a tudo sem mover uma palha. Tal qual o Escândalo do Semasa que, mais e mais, não deixa a menor sombra de dúvidas de que se trata de um gigantesco passo em falso da Administração Aidan Ravin.
Este jornalista já sofreu três ataques seguidos de Milton Bigucci. O empresário recorreu à Justiça para calar esta revista digital em tudo que diz respeito às falsidades numéricas do mercado imobiliário. A série de tentativas de truculência do dirigente, uma extensão da forma com que conduz a privatizada Associação dos Construtores, a qual domina há muitos anos, só aumentou a disposição deste jornalista em opor-se a um protagonista do noticiário econômico dócil, quando não bajulativo.
Fossem as instituições da Província do Grande ABC menos covardes e acomodatícias, Milton Bigucci seria conduzido à prestação de contas pública. Bem que o Ministério Público, a quem encaminhamos há seis meses uma denúncia sobre irregularidades cometidas por Milton Bigucci num leilão de área da Prefeitura de São Bernardo, poderia tomar essa iniciativa. Esperem até esta quarta-feira porque os dados que apresentaremos desmontam o circo de malabarismos numéricos de Milton Bigucci. Algo incontestável. Exceto se a Província do Grande ABC for o paraíso do mercado imobiliário brasileiro. O que, sinceramente, os micos espalhados por todos os cantos, com sobras de lançamentos e ausência de compradores, tratam de refutar.
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