Imprensa

Reportagens de Capa para quem
quer conhecer a história regional

DANIEL LIMA - 18/10/2010

Leitores deste site vão passar a contar com nova atração. Decidimos implementar mais uma novidade na recuperação dos arquivos de LivreMercado, publicação que criei e dirigi durante duas décadas e que, infelizmente, nas mãos inábeis e na mente frouxa de um recuperador de impostos, virou sucata analítica.

Muitos textos que constam deste endereço digital foram resgatados dos arquivos de LivreMercado, que pertencem a este jornalista. Mas ainda não estava satisfeito. Por isso, resolvi incrementar mais uma forma de transportar o material que equipe de profissionais de comunicação produziu ao longo dos tempos. Exatamente por ter estado sempre muito à frente do que os consumidores de informação costumam receber, temos de matar a cobra da curiosidade e mostrar o pau da qualidade.

Daí que vamos editar em ordem cronológica de edição — a partir de novembro de 1996, quando LivreMercado ganhou o formato físico de revista — cada Reportagem de Capa cuidadosamente publicada. Várias das quais já constam de CapitalSocial, embora sem as facilidades de alcance que adotaremos. Teremos uma editoria específica de “Reportagem de Capa”. Reproduziremos os textos sistematicamente, com chamada na primeira página.

Possivelmente o leitor mais exigente estará a indagar a razão de não adotarmos a medida desde a primeira edição de LivreMercado, em março de 1990. Ocupávamos as dependências da Associação Comercial e Industrial de Santo André quando substitui a municipalista Revista Acisa por publicação mais abrangente. Com a chegada do Plano Collor, que confiscou quase todo o dinheiro dos brasileiros, a oportunidade surgiu.

LivreMercado ainda era uma expressão desconhecida. Retirei-a dos então recentes escombros do Muro de Berlim, mas jamais com a conotação dos liberais encardidos. LivreMercado jamais se cristalizou como contrapartida ao socialismo ortodoxo que ruía. Tratava-se de pregação à livre-iniciativa com tempero de Estado ágil, forte e inquieto com as mazelas sociais.

O que interessa mesmo é o seguinte: vamos alimentar permanentemente este que é o melhor produto digital regional do País com o que produzimos juntamente com outros jornalistas durante quase 20 anos naquela que cansou de dar um show de jornalismo e de comprometimento social no Grande ABC.

O marco zero dessa maratona é a edição de outubro de 1996, mas na medida em que recuperarmos edições anteriores, a partir de março de 1990 — e isso exigirá digitação — introduziremos os respectivos textos.

Insisto sempre em chamar a atenção para a importância histórica de LivreMercado. Nossas lutas editoriais foram épicas numa região provinciana e maltratada por um jornalismo diário que sobrevive da estrutura empresarial, mas jamais, principalmente nos últimos anos, por causa da fertilidade editorial. Muito pelo contrário.

Recuperar mais de duas centenas de Reportagens de Capa de LivreMercado é cidadania jornalística. Quem sabe uma leitura ou releitura cotidiana daqueles textos desperte um Grande ABC que seguramente vive uma das fases institucionais mais anestesiantes da história.

Reportagem de Capa sintetiza o conjunto de trabalhos jornalísticos de LivreMercado dos bons tempos. Diria que cada matéria guindada àquela condição traduz uma riqueza de textos que cada edição integral contribuiu para erguer o edifício de credibilidade, dedicação, responsabilidade social e tudo o que leitores mais exigentes jamais abriram mão.

Ainda outro dia escrevi em resposta à “Entrevista Indesejada” que LivreMercado sempre esteve acima da expectativa do Grande ABC. Não vejam nisso qualquer resquício de empáfia. Um dos mantras que cultivo é a obrigação de surpreender os leitores. Essa é a melhor maneira de retirá-los do comodismo da leitura descompromissada.

Quem acompanhar Reportagem de Capa poderá comprovar a grandeza editorial de um produto que me deu muitas alegrias. Mais que isso: as mais consistentes alegrias de minha carreira profissional. Estadão, Jornal da Tarde, Diário do Grande ABC, entre outras marcas para as quais trabalhei, perdem de lavada. Por mais que tenha me dedicado intensamente.

Aposto para valer nas novas gerações que se estão formando no mundo digital como pontes de interpretação e valorização do legado de LivreMercado. Haverá num horizonte não muito distante quem se interessará em saber o que andamos fazendo por estas bandas no século passado e nas primeiras décadas deste novo século. É aí que CapitalSocial será objeto de ourivesaria jornalística.



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