Nenhum Município do G-20 gerou mais empregos industriais relativamente às demais atividades do que Diadema desde que o Partido dos Trabalhadores assumiu a presidência da República, com Lula da Silva, em janeiro de 2003. Diadema é um dos cinco representantes da Província do Grande ABC nessa lista preparada pela revista digital CapitalSocial. A participação proporcional de empregos industriais (ou seja, a divisão de postos de trabalho gerados no setor pelo total de trabalhadores contratados) alcança 41,86%, muito acima da maioria dos concorrentes e mais que o dobro da média do Estado de São Paulo, de 17,16% no mesmo período. No geral, Santo André, São Bernardo, São Caetano, Diadema e Mauá somaram em empregos industriais com carteira assinada 18,73% dos postos de trabalho de todos os setores da economia, inclusive Administração Pública. Os dados sistematizados por CapitalSocial são do Ministério do Trabalho e Emprego.
O posicionamento destacado de Diadema impressiona tanto quanto preocupa. Com 14.093 empregos industriais formais de saldo ao longo de 116 meses (os oito anos de mandato de Lula da Silva e os 20 meses de mandato de Dilma Rousseff, até agosto último), o total do Município representa 25,51% do registrado pela Província do Grande ABC. O resultado está bem acima da participação relativa de Diadema no PIB Industrial da região, de 13,61% em 2011. O desequilíbrio em relação a outros setores imprime uma marca forte da atividade industrial como principal fonte de geração de riqueza em Diadema.
Falta enraizamento
Desde que incentivou a ocupação industrial, a partir dos anos 1980, quando passou a receber investimentos que se deslocaram de municípios da Província, da Capital e de outras localidades, por conta da logística viária e da inserção no interior de uma metrópole consumista, Diadema ainda não conseguiu encontrar um meio de termo de valorização de outros setores. Sem serviços e comércio bem nutridos, Diadema perde competitividade por moradores de maior potencial econômico. Grande parte dos trabalhadores mais qualificados não reside no Município. Diadema é espécie de Gata Borralheira da Gata Borralheira, como batizei a Província do Grande ABC em livro editado há 10 anos e que sintetiza a baixa autoestima regional em relação à Capital tão próxima.
A liderança de Diadema no G-20 não é um feito qualquer. Ao longo dos últimos 116 meses a economia nacional sofreu novas mudanças e a interiorização industrial aprofundou-se. Tanto que o saldo de empregos do setor no período em vários endereços listados nesse agrupamento de elite também é representativo. Casos de Jundiaí, Paulínia, Sorocaba, Sumaré e Taubaté -- todos acima de 30%.
O que leva faz virar destaque no ranking de emprego industrial no G-20 nos últimos 116 meses, contrariando o desempenho médio da Província do Grande ABC e também dos demais 15 municípios do agrupamento, é a diversidade do parque produtivo (apesar da dependência do setor automotivo da vizinha São Bernardo) e, principalmente, o traçado da Rodovia dos Imigrantes e mais recentemente de uma alça de acesso do trecho sul do Rodoanel. O maior problema de Diadema é a exiguidade do território de 30 quilômetros quadrados que torna os custos locacionais muitas vezes incompatíveis a determinadas atividades.
O desempenho do emprego industrial na Província do Grande ABC sofreu revés neste ano, depois de acumular até dezembro do ano passado, com alguns intervalos de exceção, rendimento sempre positivo. O saldo negativo de postos de trabalho do setor (quando considerada a fita de largada em janeiro de 1995, primeira temporada do governo Fernando Henrique Cardoso) até dezembro do ano passado, primeiro ano do governo Dilma Rousseff – aumentou de 21.080 para 26.656 quando se estica o tempo de comparação a agosto deste ano. Ou seja: há evidente refluxo continuado do emprego com carteira assinada neste ano no setor que mais gera desenvolvimento econômico.
Queda esperada
A indústria da Província do Grande ABC, implantada fortemente a partir de meados do século passado tendo o setor automotivo como carro-chefe, volta a perder força em emprego industrial. Nada surpreendente, porque também perdeu força no PIB Industrial. Entre 1999 e 2011, segundo dados da Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo sistematizados por CapitalSocial, a queda do G-5 (os cinco municípios da Província que integram o G-20) foi superior a 20%.
No acumulado dos oito anos de Lula da Silva e dos 20 meses de Dilma Rousseff, os integrantes do G-20 obtiveram saldo de 209.671 empregos industriais com carteira assinada, ante 1.224.940 do total de empregos envolvendo todos os setores. Há aproximação constante do índice de empregos industrial com carteira assinada gerados a partir de janeiro de 2003 entre os cinco municípios da Província do Grande ABC e os 15 que completam o G-20: são em média 18,73% na região contra 16,64% dos demais municípios.
Números também muito próximos da média de empregos industriais criados no Estado de São Paulo no mesmo período, de 17,16% do estoque total das demais atividades. Os paulistas alcançaram desde o primeiro ano do governo Fernando Henrique Cardoso o saldo de 815.925 empregos industriais e de 4.754.633 empregos em todas as atividades, inclusive industriais. O G-20 representa cerca de 30% do PIB Geral do Estado de São Paulo. Os números nacionais não deslocam dos números dos paulistas e da Província do Grande ABC nos 116 meses pós-Plano Real: a média de profissionais contratados no setor industrial em relação ao total de empregos no País é de 17,74% até agosto deste ano, com o acumulado de 2.593.251 postos de trabalho industriais e 14.616.755 no total.
Acompanhe o ranking do G-20 do emprego industrial desde o primeiro dia de governo Lula da Silva até, desde janeiro do ano passado com Dilma Rousseff, agosto de ano:
1. Diadema com 41,86% de participação do emprego industrial, resultado de 14.093 carteiras assinadas no período ante 33.661 dos demais setores.
2. Sumaré com 6.705 (34%) de emprego industrial do total de 19.678 dos postos de trabalho gerados.
3. Taubaté com 9.062 (33,32%) de emprego industrial do total de 27.192 dos postos de trabalho gerados.
4. Jundiaí com 19.777 (32,91%) de emprego industrial do total de 60.265 dos postos de trabalho gerados.
5. Piracicaba com 16.413 (31,12%) de emprego industrial do total de 52.731 dos postos de trabalho gerados.
6. Sorocaba com 23.250 (29,41%) de emprego industrial do total de 79.041 dos postos de trabalho gerados.
7. Mauá com 5.115 (28,16%) de emprego industrial do total de 18.161 dos postos de trabalho gerados.
8. Paulínia com 6.395 (23,90%) de emprego industrial do total de 15.115 dos postos de trabalho gerados.
9. Guarulhos com 23.242 (19,61%) de emprego industrial do total de 118.512 dos postos de trabalho gerados.
10. Mogi das Cruzes com 5.698 (15,56%) de emprego industrial do total de 36.614 dos postos de trabalho gerados.
11. São Bernardo com 16.634 (17,31%) de emprego industrial do total de 96.100 dos postos de trabalho gerados.
12. São Caetano com 7.131 (14,28%) de emprego industrial do total de 49.920 dos postos de trabalho gerados.
13. São José do Rio Preto com 6.766 (12,60%) de emprego industrial do total de 53.732 dos postos de trabalho gerados.
14. Campinas com 17.321 (12,45%) de emprego industrial do total de 139.115 dos postos de trabalho gerados.
15. Santo André com 9.255 (11,43%) de emprego industrial do total de 80.953 dos postos de trabalho gerados.
16. Osasco com 6.395 (10,81%) de emprego industrial do total de 59.151 dos postos de trabalho gerados.
17. Ribeirão Preto com 7.241 (8,64%) de emprego industrial do total de 83.793 postos de trabalho gerados.
18. Barueri com 6.393 (7,59%) de emprego industrial do total de 84.233 dos postos de trabalho gerados.
19. São José dos Campos com 4.202 (7,43%) de emprego industrial do total de 56.546 dos postos de trabalho gerados.
20. Santos com 1.366 (2,2%) de emprego industrial do total de 60.445 dos postos de trabalho gerados.
Total de 1894 matérias | Página 1
21/11/2024 QUARTO PIB DA METRÓPOLE?