A dependência do setor automotivo, coração e músculos da economia da Província do Grande ABC, manifestou-se mais uma vez nos novos números do PIB (Produto Interno Bruto), divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística): todos os cinco municípios da região que integram o G-20, o grupo dos 20 maiores endereços econômicos do Estado de São Paulo, apresentaram crescimento acima da inflação em 2010 e, nos casos de Santo André, São Bernardo e São Caetano, acima da marca nacional de 7,5% no período. Os resultados apresentados ontem pelo governo federal foram metabolizados por CapitalSocial. São Caetano apresentou o maior crescimento entre os 20 integrantes do agrupamento, um pouco acima de São Bernardo, e com isso subiu uma posição no ranking que não leva em consideração o ponto fora da curva chamado São Paulo, a capital do Estado.
O resultado de São Caetano em 2010, favorecida principalmente pelos números recordes da indústria automobilística ao sediar uma das unidades mais importantes da General Motors do Brasil, significou a subida de um degrau no ranking do G-20: trocou de posição com Piracicaba, que caiu para o 14º lugar, e subiu para o 13º. Mesmo com crescimento nominal (sem considerar a inflação) semelhante ao de São Caetano, São Bernardo não conseguiu deixar o quarto lugar no G-20, atrás de Guarulhos, Campinas e Osasco. O setor automotivo bateu recorde histórico de venda de veículos em 2010, com 3,515 milhões de unidades, marca 3,4% superior ao ano anterior. Tudo na esteira do PIB, que avançou 7,5%, movido sobretudo pela febre que consumo, que, ano passado e neste ano deu sinais de arrefecimento.
Tendência de queda
Quando os números municipais e estaduais do PIB Geral do País em 2011 forem divulgados, no final do ano que vem, a perspectiva é de refluxo do desempenho da Província do Grande ABC, como tem sido uma constante mesmo após passar por esvaziamento econômico na última década do século passado, sob efeitos da desindustrialização. No ano passado o PIB brasileiro cresceu apenas 2,7% e neste ano, segundo novas projeções, terá dificuldades para avançar 1%.
Os cinco municípios da Província do Grande ABC que integram o G-20 registraram em 2010 o PIB de R$ 82,462. 976 bilhões, equivalente a 21,70% do total de R$ 379.886.509 bilhões do G-20 Paulista. Os resultados individuais de São Caetano e São Bernardo, principalmente, foram bastante satisfatórios. Os 18,97% de crescimento nominal de São Caetano significam avanço de 13,06% em termos reais, descontando-se a inflação do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) medida pelo IBGE. São Bernardo veio logo a seguir no G-20 ao registrar, sempre em 2010, 18,67% de crescimento nominal. Santo André cresceu 14,77% (ou 8,86% quando aplicado o desgaste da moeda nacional, segundo o IPCA). Diadema e Mauá cresceram mais discretamente (11,41% e 10,69% em termos nominais e 5,50% e 4,78% quando os números são deflacionados.
Se CapitalSocial aplicasse como deflator um medidor utilizado durante as duas últimas décadas de análises econômicas da região produzidas por este jornalista, o crescimento do PIB de vários municípios da Província do Grande ABC estaria mais uma vez comprometido. Em vez do IPCA, seria usado o IGPM (Índice Geral de Preços do Mercado), da Fundação Getúlio Vargas. Em 2010, segundo esse indicador, a inflação atingiu 11,32% no Brasil. Isso significa que apenas Santo André, São Bernardo e São Caetano teriam avançado de fato em geração de riqueza.
Agora o ranking do G-20, já contabilizados os dados do PIB de 2010:
1. Guarulhos com 37.139,404 bilhões.
2. Campinas com 36.688,629 bilhões.
3. Osasco com 36.389,080 bilhões.
4. São Bernardo com 35.578,586 bilhões.
5. Barueri com 27.752,428 bilhões.
6. Santos com 27.616,035 bilhões.
7. São José dos Campos com 24.117,146 bilhões.
8. Jundiaí com 20.124,600 bilhões.
9. Santo André com 17.256,418 bilhões.
10. Ribeirão Preto com 17.004,019.
11. Sorocaba com 16.127,236.
12. Diadema com 11.254,523.
13. São Caetano com 11.009,306.
14. Piracicaba com 10.931,268.
15. Taubaté com 9.778,529.
16. São José do Rio Preto com 8.981,999.
17. Mogi das Cruzes com 8.810,329.
18. Paulínia com 8.114,787.
19. Sumaré com 7.848,044.
20. Mauá com 7.362,093.
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