Imprensa

Bigucci mente ao Ministério Público.
Prova será encaminhada amanhã

DANIEL LIMA - 07/02/2013

O empresário Milton Bigucci enganou o Ministério Público de São Bernardo com uma série de mentiras sobre o arremate fraudulento de um terreno nobre anunciado como base logística do empreendimento Marco Zero. CapitalSocial vai encaminhar amanhã à promotora criminal Mylene Comploier a primeira de muitas provas materiais que, embora integrem o processo investigatório, não foi observada como um dos pontos irrebatíveis do delito que causou prejuízos aos cofres da Prefeitura de São Bernardo. A apuração do Gaeco (Grupo de Apoio Especial Contra o Crime Organizado) apresentou série de equívocos e buracos por conta de inverdades que tanto Milton Bigucci como os demais participantes da quadrilha que arrematou o terreno fizerem imprimir em forma de defesa.


 


Esta revista digital decidiu antecipar uma prova irrefutável do delito licitatório que culminou na aquisição do terreno de quase 16 mil metros quadrados porque foi desafiada pelo empresário Milton Bigucci, principal operador das irregularidades. No processo que o Ministério Público encaminhou à 3ª Vara Criminal de São Bernardo informando que a denúncia de CapitalSocial não tem embasamento comprobatório, Milton Bigucci desafia a publicação a revelar as provas. Fomos colhidos de surpresa com a decisão do MP, porque em nenhum instante, após o encaminhamento da denúncia, requereram-se contraditórios.


 


Desta forma, a decisão editorial de CapitalSocial é pela apresentação imediata da primeira de várias comprovações robustas de que a aquisição daquele terreno entre a Avenida Kennedy e a Avenida Senador Vergueiro converter-se em atentado à legislação sobre licitações públicas.


 


Reabertura do caso


 


CapitalSocial vai endereçar amanhã no Ministério Público de São Bernardo um material que compulsoriamente requererá a reabertura do caso. Milton Bigucci e seus parceiros mentem descaradamente no processo. Mal se deram conta de que deixaram as próprias digitais de delitos nos volumes encaminhados ao Ministério Público e que agora se encontram no Fórum de São Bernardo. Outras provas, encaminhadas por CapitalSocial ao Procurador-Geral do Município, José Roberto Silva, não foram encaminhadas à Promotoria, conforme compromisso do servidor público. Ou se o foram não constam do processo investigatório.


 


A decisão do Ministério Público será contestada ponto por ponto por CapitalSocial com farta argumentação, documentação e testemunhas. Vamos revelar após o Carnaval não só a prova abre-alas que será entregue amanhã ao Ministério Público como também outros pontos igualmente importantes e incontestáveis que estão relacionados à documentação inicialmente programada para a reabertura do caso.


 


CapitalSocial reitera aos leitores o compromisso de veicular informações absolutamente consolidadas e desafia mais uma vez, publicamente, o empresário Milton Bigucci a mobilizar advogados na tentativa de criminalizar este jornalista. A medida seria extraordinariamente oportuna para, caso se mantenham as névoas sobre as denúncias entregues ao Ministério Público e ao Procurador-Geral do Município, descortinar-se nova possibilidade de comprovar à Justiça que o caso requer apuração simples e eficiente, tão escancaradas são as ilicitudes perpetradas contra os cofres públicos.


 


Acesso negado


 


Embora CapitalSocial tenha solicitado ao Gaeco de São Bernardo informações sobre o andamento das investigações do caso Marco Zero, só foi possível desvendar o mistério do processo ao se acionarem dispositivos tecnológicos que possibilitaram a localização virtual na 3ª Vara Criminal de São Bernardo.


 


O advogado Alexandre Frias, representante deste jornalista no Judiciário, já está tomando providências burocráticas para obter cópias do processo. Bastou, entretanto, uma operação pente-fino rápida para chegar a uma constatação que CapitalSocial revelará integralmente a partir de quarta-feira que vem aos leitores.


 


A simples ideia de que a demora à apuração do caso possa sugerir intricadíssimo jogo de xadrez não corresponde à realidade prática. Embora o processo já reúna quase mil páginas, há uma irregularidade tão escandalosamente desdenhada mas tão meridianamente objetiva como objeto de nulidade daquele negócio entre a Prefeitura de São Bernardo e a MBigucci, representada pela subsidiária Big Top 2, que chega a causar estranheza a ausência de penalidade administrativa. Ignorar essa particularidade especial, mãe de todas as demais irregularidades igualmente desconsideradas ou simplesmente omitidas, é um convite explicito à procrastinação de decisões judiciais embasadas em factualidades irremovíveis.


 


CapitalSocial mantém a expectativa de confiança no Gaeco de São Bernardo e a revelação que será encaminhada amanhã é prova cabal desse espirito de resolutividade do caso Marco Zero dentro das expectativas que contemplem normas de legalidade que foram desrespeitadas e usurpadas pela quadrilha mobilizada pelo empresário Milton Bigucci para arrematar um terreno tão especial que não poderia ser objeto de outro empreendimento senão com o marketing explicitamente diferenciador de Marco Zero.


 


Candidato a Deus


 


Uma rápida leitura das manifestações de Milton Bigucci e de representantes das organizações empresariais que compartilharam a operação fraudulenta durante o processo licitatório (Even e Braido, igualmente do ramo imobiliário) ao Ministério Público não deixa margem a dúvida de que o empresário se considera a quintessência de pureza ética e de nobreza negocial, enquanto este jornalista não poderia ser catalogado senão um perseguidor implacável e obsessivo. Milton Bigucci chega às raias da ofensa ao colocar em dúvida inclusive a condição profissional deste jornalista, numa tática mais que manjada e pouco responsável de tentar desgastar CapitalSocial.


 


Mal sabe o empresário Milton Bigucci, porque a seara profissional que trafega é outra, que jornalismo produzido por quem é do ramo e tem um currículo que vai muito além da pecha de denuncista, é uma espécie de sacerdócio em devoção e aplicação associado a algo que vai muito além da esquisitice maliciosamente levada ao território da psicanálise.


 


Obsessão, no caso utilizado por Milton Bigucci em defesa formal ao Ministério Público, é uma variante pecaminosamente interpretativa de algo insidioso que contrasta com o significado de determinação, este sim um verbete a caracterizar quem tem por obrigação informar ao distinto público. Mas isso Bigucci jamais compreenderá, porque seu mundo é outro. As incursões literárias sazonais que transforma em marketing de responsabilidade social são tão pobres de qualificação técnica como recheadas de contradições em relação à vida de empresário.


 


Jamais um livro


 


Se este jornalista é catalogado maliciosamente por Milton Bigucci como obsessivo, atribuindo-me desvio psicanalítico por conta de tornar-se ele pauta obrigatória de jornalismo responsável, o que diria então de Harold Holzer? Provavelmente Milton Bigucci desconheça esse historiador norte-americano, consultor do filme de Steve Spielberg que concorre a quase uma dezena de categorias no próximo Oscar por conta de mais uma filmografia sobre o ex-presidente Abraham Lincoln. Harold Holzer escreveu nada menos que 44 livros sobre o ex-presidente americano e trabalha no 45º sobre as relações do presidente com a Imprensa.


 


É claro que não vou dedicar jamais um livro sequer às aventuras de Milton Bigucci como empresário de sucesso que não mede esforços e métodos para alcançar objetivos. Tampouco escreverei sobre a frágil liderança empresarial à frente da Associação dos Construtores, mesmo que o autoritarismo e os privilégios obtidos principalmente em instâncias públicas sejam um prato feito para quem aprecia emoções.


 


Nada disso interessa de fato. Basta o trabalho que já exige de jornalista que entende que o setor imobiliário, no qual milhares e milhares de famílias carecem de informações confiáveis, conta com uma suposta liderança decididíssima a manipular informações com estatísticas insustentáveis.


 


O que Milton Bigucci e seus companheiros de jornada ofereceram ao Ministério Público para tentar enquadrar o arremate da área pública no campo ficcional deste jornalista não poderia ter sido mais apropriado para robustecer as provas materiais de que dispõe esta revista digital, várias das quais encaminhadas ao Ministério Público e à Procurador-Geral do Município. O confronto documental amealhado por CapitalSocial com as declarações dos responsáveis pelo trio empresarial que fez do processo licitatório um embuste não deixa pedra sobre pedra sobre os desvios legais daquela operação. CapitalSocial jamais escreveu um parágrafo sequer sem o respaldo de informações de fontes especializadas e, principalmente, de farta documentação. Só não identifica essas mesmas fontes por uma razão básica: principalmente Milton Bigucci tem relações intestinas com agentes bem estabelecidos na região e que poderiam detonar reações retaliatórias.


 


Milton Bigucci reúne conhecimentos sobre a prática ética de jornalismo sob um prisma muito especial, de que só são respeitáveis os profissionais que atendam a todas as conveniências que ele, religiosamente, desfila há mais de 20 anos à frente da Associação dos Construtores e do Grupo MBigucci. Ou seja, que não haja a menor possibilidade de contraditório, porque aqueles que ousam tamanho disparate não passam mesmo de arrogantes. Muito provavelmente ele chegou a nessa conceituação que fez imprimir na pobre defesa apresentada ao Ministério Público ao inspirar-se na própria imagem no espelho.


 


Quando o Carnaval terminar, CapitalSocial apresentará com vagar e contundência tudo que este jornalista detém para desafiar a quadrilha em questão a levá-lo às barras dos tribunais. O que segue amanhã ao Ministério Público é apenas uma comissão de frente para retirar a denúncia da zona de especulação instalada pelos arrematadores da área, cristalizando-se como trabalho jornalístico obrigatório para quem é muito mal visto – e nesse ponto Milton Bigucci tem toda razão na defesa apresentada ao MP – por forças estranhas na Província do Grande ABC.


 


MP forte na Capital


 


Se em mais um caso denunciado por CapitalSocial o Ministério Público instalado na Província do Grande ABC não consegue detectar irregularidades, apesar da fartura de provas, na Capital a situação tem sido diferente com escândalos abordados pela mídia. Dois casos publicados ontem pelos jornais paulistanos provam isso. A Folha de S. Paulo e o Estado publicaram sob os títulos “Promotoria pede afastamento e bloqueio de bens de Aurélio Miguel” e “Aurélio Miguel é denunciado pelo MP”, duas reportagens que revelam a atuação do Ministério Público no caso de obras irregulares no Shopping Pátio Paulista.


 


Também o Estadão publicou a matéria “MP denuncia estudantes da USP por formação de quadrilha e mais 4 crimes”, referindo-se aos incidentes com danos ao patrimônio público e pichação envolvendo 72 pessoas que ocuparam a reitoria da Universidade de São Paulo em novembro de 2011. E que os reclamos de Milton Bigucci no sentido de criminalizar o autor das denúncias, sejam integralmente atendidos e ampliados, mas em direção a ele e de seus companheiros de traquinagem.


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