Economia

Pena que Mauá não seja o Grande ABC
em emprego industrial formal

DANIEL LIMA - 27/01/2011

Vou revelar o segredo sobre o Município do Grande ABC que mais gerou empregos industriais com carteira assinada após a implementação do reestruturador Plano Real, em 1994: Mauá, embalada pelo Petroquímico de Capuava e do Polo Industrial de Sertãozinho, aumentou em 47,41% o efetivo de trabalhadores na indústria de transformação durante os 16 anos de Fernando Henrique Cardoso e Lula da Silva. Passou de 15.842 carteiras assinadas em dezembro de 1994 para 23.353 em dezembro do ano passado. No meio do caminho, em dezembro de 2002, último ano do governo FHC, somava 17.454 postos de trabalho.


Pena que Mauá não seja o Grande ABC. Fosse Mauá o Grande ABC teríamos resultado especular. Faça as contas: se ao estoque de 276.650 postos de trabalho com carteira assinada no setor industrial em dezembro de 1994 acrescentássemos 47,41% obtidos por Mauá, atingiríamos 409.808 trabalhadores ao final de 2010. Mas a realidade é outra: registramos 249.472 empregos, já que perdemos como região 9,82% do estoque do final do ano de implementação do Plano Real.


O peso relativo de Mauá na cesta de empregos industriais com carteira assinada no Grande ABC evoluiu de 5,72% para 9,36% no período de 16 anos de comando tucano e petista no governo federal. Mesmo assim, ou seja, quase dobrando relativamente o peso regional, é muito pouco para influenciar decisivamente no quadro geral do Grande ABC.


Ainda mais que a principal economia local, São Bernardo, acusou no mesmo período a perda de 20.593 carteiras de trabalho, ou 17,18% do efetivo original. A indústria automotiva comeu o pão que o diabo amassou durante o governo FHC. Com a recuperação no governo Lula da Silva, minimizou os estragos.


Passo a seguir a relação dos municípios do Grande ABC e os efetivos de empregos industriais em três períodos: em 1994, em 2002 e em 2010. Talvez fosse desnecessário, mas é sempre bom lembrar que a base de 2002 é providencial porque o Plano Real mudou a economia do Grande ABC mais que a do Brasil, que 2002 foi o último ano de Fernando Henrique Cardoso e que 2010 marcou a despedida de Lula da Silva.


  Diadema: de 61.286 empregos industriais com carteira assinada em 1994 caiu para 43.849 em 2002 (28,4% negativos) e subiu para 61.852 em 2010. Crescimento de apenas 0,9% no período de 16 anos, resultado do saldo de 566 postos. Ao final de 2002 Diadema acumulava perda de 17.437 carteiras assinadas no setor industrial. O governo Lula da Silva salvou a lavoura local.


  Mauá: de 15.842 empregos industriais com carteira assinada em 1994, subiu para 17.454 em 2002 (10,2% de avanço) e voltou a subir para 23.353 em 2010 (33,79% de novo avanço). Resultado final: crescimento de 47,41% em 16 anos.


  Rio Grande da Serra: de 671 empregos industriais com carteira assinada em 1994, subiu para 778 em 2002 (18% positivos) e caiu para 662 em 2010. Resultado praticamente inalterado em relação a 1994.


  Santo André: de 41.392 empregos industriais com carteira assinada em 1994, caiu para 29.005 em 2002 (30% negativos) e subiu para 38.368 em 2010 (44,13% de avanço). Resultado final sobre a base de 1994: queda de 7,30%.


  São Bernardo: de 119.857 empregos industriais com carteira assinada em 1994, caiu para 83.484 ao final de 2002 (30,3% negativos) e subiu para 99.264 em 2010. Resultado final tendo 1994 como base de comparação: queda de 17,18%


  São Caetano: de 26.136 empregos industriais com carteira assinada em 1994 caiu para 14.527 (44,4% negativos) em 2002 e subiu para 16.999 ao final de 2010. Resultado final, sempre com base em 1994: queda de 35%.


Vamos voltar ao assunto.


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