Vou revelar a partir de amanhã muito mais que o saldo de empregos com carteira assinada no setor industrial do Grande ABC nos oito anos do governo Lula da Silva. Antecipo que o resultado não conseguiu zerar o desastre causado pelos oito anos de Fernando Henrique Cardoso, o presidente mais destrutivo da história regional.
Aliás, ainda outro dia disse a mais de 400 convidados que compareceram à retomada da revista LivreMercado que daria nota seis ao governo Lula no Grande ABC, contra apenas um do governo FHC. Em nível nacional ficaria com oito para Lula e seis para FHC.
Os estragos do sociólogo na região são insofismáveis tanto quanto a inapetência institucional do Grande ABC para amealhar muito mais conquistas do governo de um presidente egresso de São Bernardo. Não soubemos jogar o jogo do desenvolvimento econômico quando a tempestade nos atingiu nem reagimos com a força necessária quando os ventos nos embalaram.
Somos uma região de incompetência atroz para fazer do limão limonada e da limonada uma salada de frutas.
Preferimos mesmo o silêncio diante de acintosas manifestações de oportunistas e carreiristas que só olham para o próprio umbigo e para os holofotes de colunas sociais.
Aplaudimos bandoleiros que se dão bem na vida e deixam estragos que as próximas gerações terão muitas dificuldades para eliminar.
Há bandoleiros aos borbotões que se acham no direito de apontar as pessoas “fáceis” e as pessoas “difíceis” da sociedade, tentando, com a simplicidade típica dos ignorantes e mandachuvas, marcar a personalidade de terceiros de forma insidiosamente burra.
Não é preciso dizer que as pessoas “fáceis” são todas aquelas que lhes dobram a espinha.
Não é preciso dizer que as pessoas “difíceis” são todas aquelas que resolvem dizer não às barbaridades que cometem.
Mas, voltando ao que interessa agora, ao longo dos próximos tempos vou muito mais longe na análise comparativa entre Fernando Henrique Cardoso e Lula da Silva tendo o Grande ABC como palco de espetáculos estatísticos e informativos. É impossível escrever sobre a história econômica da região sem levar em conta os 16 anos em que tucanos e petistas influenciaram o destino de quase três milhões de habitantes.
O governo do Estado é pano de fundo de tudo o que apresentaremos. Um pano de fundo opaco, discretíssimo, porque não se inseriu como elemento de integração regional e metropolitana.
Somente agora o governo Geraldo Alckmin resolveu criar uma secretaria que vai tratar de questões metropolitanas. Mesmo assim, há sérias dúvidas sobre os objetivos reais, já que o que mais move os homens públicos quando se vêem ameaçados pelas urnas é buscar soluções que prioritariamente contemplem as urnas.
O crescimento petista nas periferias metropolitanas, contrapondo-se à classe média mais atucanada, porque desiludida com o desmanche moralista dos vermelhinhos, é a raiz da reação do governo do Estado após longa e tenebrosa omissão.
Aguardem os números que começaremos a analisar a partir de amanhã.
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21/11/2024 QUARTO PIB DA METRÓPOLE?