Imprensa

Que tipo de safadeza está por trás
de vereadores contra a Brookfield?

DANIEL LIMA - 13/06/2013

A notícia, publicada em vários jornais de papel e digitais da Província do Grande ABC, me causou calafrios. Trata-se de um movimento de vereadores de Santo André para aumentar a fatura de contrapartidas da Brookfield por conta do empreendimento que constrói no Bairro Homero Thon, num dos pedaços dos terrenos reservados originalmente à falida Cidade Pirelli.


 


Não quero dizer nada sobre o que vou escrever na edição de segunda-feira desta revista digital como especialista em Cidade Pirelli. O que posso adiantar é o que título deste artigo tem sim dose cavalar de malícia. Sou suficientemente franco para jogar limpo quando escrevo, daí não aceitar que me imputem sentidos abjetos quando não os introduzo. Nesses casos, possivelmente, a leitura enviesada reproduz a mente de quem a faz.


 


A Cidade Pirelli que virou Vila Brookfield é um prato cheio para o assanhamento de autoridades que querem sempre tirar uma lasquinha, mesmo que supostamente a lasquinha seja apenas aparecer na mídia. Fosse apenas isso seria ótimo.


 


Vou escrever sobre a ex-Cidade Pirelli que virou Vila Brookfield somente após ler e reler atentamente uma megaprodução jornalística de vários anos, a qual, durante todo o dia de hoje, entre tanta coisa que produzi, juntei cuidadosamente num documento único que vou despachar a autoridades ministeriais, a começar pelo Corregedor-Geral do Ministério Público do Estado de São Paulo. Tudo porque estou esperando há muito tempo por providências de autoridades judiciais contra descalabros que o Poder Público Municipal de Santo André patrocinou a custa dos contribuintes.


 


Dossiê completo


 


Do total de 96 textos do acervo desta revista digital que versam direta ou indiretamente sobre a Cidade Pirelli, 20 foram selecionados para compor o dossiê que também vai servir de base a novas incursões jornalísticas nesta segunda-feira. Os textos que atingem diretamente a Cidade Pirelli desde o princípio, ou seja, do anúncio daquele que seria o maior empreendimento da história de Santo André, somam 125 mil caracteres. Quantidade suficiente para ocupar 42 páginas em formato revista. É informação para dar com pau, numa linguagem própria dos jovens.


 


Pois é com a autoridade de quem se meteu nessa seara durante todo esse tempo e sabe de muita coisa que ainda está pendente e que autoridade nenhuma se dignou a colocar um ponto final que confirmo a desconfiança de que os vereadores de Santo André metidos nesse papo furado de novas contrapartidas da Brookfield estão no mínimo dando tiro em direção errada, se certo for o conceito de seriedade, de lucidez, de transparência, que deveria movê-los a uma empreitada para zerar o déficit de imoralidades e desarranjos éticos que marcaram a trajetória dessa proposta revolucionária concebida pelo então prefeito Celso Daniel. 


 


Apenas para que haja entendimento dos leitores, o que se passa é que a Comissão de Assuntos Relevantes do Legislativo de Santo André foi reativada para acompanhar o empreendimento da Construtora Brookfield. Eles, vereadores, dizem que querem acompanhar as obras de contrapartidas que a incorporadora negociou com o então prefeito Aidan Ravin.


 


No total, segundo a notícia publicada pelo ABCD Maior, serão investidos R$ 8 milhões em ações para compensar o impacto da construção de um shopping e dois hotéis, além de cinco torres residenciais e comerciais. Embora tudo tenha sido acertado com a Administração petebista, agora, sob influência da Administração petista, pretende-se arrancar mais dinheiro da construtora. Seriam R$ 30 milhões no total, por conta do valor empenhado na obra, de aproximadamente R$ 350 milhões, e do tamanho do empreendimento, segundo afirmou com a maior cara de pau deste mundo o vereador Almir Cicote, presidente da tal Comissão de Assuntos Relevantes que, como a Conceição da melodia, ninguém conhece, ninguém viu.


 


Vou parar por aqui porque minha vontade de contrapor argumentos e propostas a vereadores tão dedicados pode se tornar maior que a promessa de deixar tudo para segunda-feira. Como não tenho tempo para me dedicar ao assunto agora, até porque pode esperar uma releitura minuciosa dos textos que separarei para encaminhar ao Corregedor-Geral do Ministério Público, reitero que é melhor mesmo aguardar. Que os vereadores metidos nessa enrascada se preparem, porque vai sobrar chumbo do grosso. Afinal, Comissão de Assuntos Relevantes que se preza tem de estar preparada para o contraditório e também para tantas outras questões que envolvem o mercado imobiliário, filão inesgotável de arrecadações oficiais e paralelas.


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