Imprensa

PT fracassa na Província após
10 Anos da tomada de Brasília

DANIEL LIMA - 21/06/2013

Uma década depois da tomada de Brasília com a eleição do então quase eterno perdedor Luiz Inácio Lula da Silva, o PT da Província do Grande ABC é um fracasso. Basta que se leve em conta a regionalidade econômica, social e institucional, que é o que interessa, não os resultados interpartidários do campo político, que são um mundo à parte.


 


Se ao governo Fernando Henrique Cardoso durante oito temporadas faltou sensibilidade para reduzir os estragos que gerou com série de medidas que atingiram fundo o setor automotivo, ao PT nascido nestas bandas e próximo dos problemas destas bandas o que falta mesmo é competência para decifrar as mexidas econômicas e macroeconômicas que ditam um futuro que seguimos a desdenhar.


 


O provincianismo em que se meteu a região, ou em que se afundou a região, tem nos petistas representantes legítimos. E tudo poderia ser muito diferente. Jamais na história da região houve quadro político-partidário tão favorável a transformações que plantassem dias melhores de desenvolvimentismo muito além das próximas eleições. Somos cada vez mais reféns da indústria automotiva, nossa galinha dos ovos de ouro que também pode ganhar o rótulo de Doença Holandesa, que não costuma perdoar os imprevidentes.


 


Se o leitor quer saber mais sobre o significado efetivo do PT para a Província do Grande ABC entre 2003 e 2012, uma década que classificaria não como perdida, mas desperdiçada, aguarde mais alguns dias porque vou preparar matéria a respeito. Década perdida e década desperdiçada não são a mesma coisa. E vamos explicar as razões, que podem ser resumidas na diferença de a primeira decorrer de vontade alheia, de terceiros, sobre os quais não temos controle, enquanto a segunda é de patente exclusiva de quem tem escasso compromisso regional.


 


Reportagem histórica


 


O ponto de conexão que conduzirá o texto que vou preparar será a Reportagem de Capa da edição de novembro de 2002 da revista LivreMercado, editada logo após a consagração de Lula da Silva presidente da República. Aquele título “Lulacá, urgente!” expressa mais que um posicionamento histórico da melhor publicação regional impressa já produzida no Brasil. Aquele título tirado de uma corrida de rua -- uma corrida de rua que como tantas outras tem sempre um fundo psicanalítico --, expressa um sentimento regional de inquietude com o quadro macroeconômico apenas menos complicado à época que a realidade dos sete municípios locais.


 


Será sobre aquele texto a quatro mãos, já que o redigi conjuntamente com o jornalista André Marcel de Lima, que pretendo fazer espécie de sobreposição analítica. Aquele material servirá de referência à preparação da ação jornalística, mas não necessariamente seguirá os mesmos passos temáticos porque as circunstâncias assim podem determinar.


 


Certo mesmo é que, até para que não haja qualquer ilação que relacione o trabalho à tentativa de proteger ou discriminar este ou aquele governo federal, a abordagem estará perfilada à atualidade mas jamais se desgrudará do contexto histórico. A Província do Grande ABC não é um acidente demográfico e tampouco geográfico. Ou seja, o critério central do texto jamais se deslocará do encadeamento dos fatos porque os 10 anos do PT não são um acontecimento separado das décadas de desenvolvimento econômico e social da Província do Grande ABC.


 


Se colocados nos dois pratos de uma balança os mandatos de Fernando Henrique Cardoso e os 10 anos do PT, dos quais oito sob Lula da Silva, não teria dúvidas em afirmar que, considerando-se os contextos e as responsabilidades que cada grupo político, o resultado final é desastroso para a Província do Grande ABC. O que parecia imbatível -- um governo fernandohenriquista indiferente ao sofrimento regional provocado por uma intempestiva abertura econômica e por uma descentralização burra do setor industrial – ganhou um rival de peso do governo petista – incapaz de fugir dos tentáculos de um corporativismo sindical e de uma corrida ao pote de ouro de mobilidade social incontrolável.


 


Já escrevi demais para quem pretendia apenas apresentar rapidíssima peça de comercial.


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