A Província do Grande ABC representada por cinco dos sete municípios no G-20 Paulista perdeu a velocidade média de crescimento ante os demais 15 integrantes desse grupo dos endereços mais importantes do Estado, exceto a Capital. O resultado é um dos desdobramentos do IDHM (Índice de Desenvolvimento Humano Municipal) anunciado esta semana pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), em parceria com o Ipea e a Fundação João Pinheiro.
Santo André, São Bernardo, São Caetano, Diadema e Mauá apresentaram resultados de Renda inferiores aos demais concorrentes. O Indicador de Renda dos cinco municípios da região saiu da média de 0,733 em 1991 para 0, 791 em 2010. Já os demais municípios do G-20, ou seja, o G-15, saíram de 0,726 para 0,795 no mesmo período. Um crescimento médio 19,54 acima da Província.
Num ranking que leve em conta os resultados de 2010, São Caetano é o líder do IDHM Renda com 0,891, Santo André ocupa a sexta posição com 0,819, São Bernardo a terceira com 0,807, Mauá a 19ª com 0,721 e Diadema a última posição com 0,717.
Onze dos 20 municípios conseguiram no período de quase duas décadas crescimento de dois dígitos no IDHM Renda, mas nenhum chegou à média nacional de 14%. O melhor desempenho entre 1991 e 2010 foi registrado por Sumaré, na região de Campinas, que avançou 13,59% no Indicador de Renda -- era 0,655 e passou a 0,744. Também cresceram dois dígitos Sorocaba (10,46%), São José dos Campos (10,59%), Piracicaba (10,39%), Paulínia (11,42%), Jundiaí (12,70%) Taubaté (10,98%), além de São Caetano. O crescimento dos demais municípios da Província do Grande ABC que constam do G-20 foi bastante discreto no período: Mauá alcançou 6,50%, Diadema 5,13%, São Bernardo 5,08%. A exceção é Santo André que, mesmo sem chegar a dois dígitos, aproximou-se da marca com 9,49%.
Limitações de renda
O IDHM de Renda considera a renda municipal per capita, ou seja, a renda mensal dos residentes em determinado Município, expressa em reais de 1º de agosto de 2010. A renda per capita mede a capacidade de aquisição de bens e serviços por parte dos habitantes do Município. Segundo os parceiros que produziram o IDHM Renda, os valores foram obtidos das respostas ao questionário da amostra do Censo Demográfico. O indicador corresponde à razão entre o somatório de todos os rendimentos de todos os indivíduos residentes no Município, recebidos no mês anterior à data do Censo. Segundo os pesquisadores, a grande limitação do indicador é não considerar a desigualdade de renda entre os habitantes do Município. Assim, um Município pode apresentar elevada renda per capita, mas, ao mesmo tempo, pode ter uma grande parcela da população vivendo na pobreza.
Um outro ponto não abordado pelos pesquisadores é que o IDHM Renda não tem necessariamente relação direta preponderante com a economia de um Município. Um exemplo claro é Santo André, mas também pode ser estendido a São Caetano: parcelas significativas da população atuam profissionalmente em outros municípios por conta do esvaziamento industrial das últimas décadas e da proximidade com a Capital do Estado. Ou seja: a consolidação de renda num patamar elevado não corresponde necessariamente à capacidade econômica de geração de riqueza do mesmo Município.
Os estragos provocados pela queda de rendimento dos cinco municípios da Província do Grande ABC que integram o G-20 Paulista só não foram maiores no IDHM Geral, que considera também os resultados de Educação e Longevidade, exatamente porque o IDHM Renda representa apenas um terço na definição final. Embora tenham pesos iguais na construção do IDHM Geral, o Indicador Renda perde força proporcional no cômputo geral para as duas vertentes relacionadas a ações sociais.
Não faltam exemplos de municípios que, embora tenham descido a ladeira classificatória em Renda no enfrentamento com outros endereços, e mesmo ante a média nacional, mantiveram-se em posições menos incômodas com o agregado de conquistas sociais em períodos de bonança e de menor impacto demográfico.
Apenas Diadema, Barueri, Jundiaí, São Caetano e Santos mantiveram no IDHM Geral o posicionamento classificatório do IDHM Renda. Entretanto, as mexidas foram suaves, para baixo ou para cima. Geralmente para baixo entre os municípios que alcançaram melhores resultados no IDHM Renda. Exceto Taubaté, 14ª colocada no IDHM Renda em 2010 e oitava colocada na classificação do IDHM Geral. Nada surpreendente, porque é um dos municípios mais antigos do Estado.
Abaixo, o ranking do G-20 que considera em primeiro plano o IDHM Geral, com complementariedade do IDHM Renda:
1. São Caetano lidera o IDHM Geral com 0,862 em 2010, ante 0,697 em 1991, com crescimento no período de 23,67%. . No IDHM Renda a cidade também lidera, com 0, 891 ante 0,792 em 1991, com crescimento no período de 12,50%.
2. Santos é vice-líder no IDHM Geral com 0, 840 registrado em 2010, ante 0,689 em 1991, com crescimento no período de 21,92%. No IDHM Renda também está em segundo lugar com 0,861, ante 0,788 em 1991. Crescimento de 9,26% no período.
3. Jundiaí ocupa o terceiro lugar no IDHM Geral com 0,822, ante 0,602 em 1991. Crescimento de 36,54% no período. No IDHM Renda ocupa igualmente o terceiro lugar com 0,834 ante 0,740 em 1991. Crescimento de 12,70% no período.
4. Santo André é a quarta colocada no IDHM Geral com 0,815, ante 0,630 em 1991. Crescimento de 29,36% no período. No IDHM Renda ocupa a sexta posição com 0,819. ante 0,748 em 1991. Crescimento de 9,49% no período.
5. São José dos Campos é a quinta colocada no IDHM Geral com 0,807, ante 0,607 em 1991. Crescimento de 32,95% no período. No IDHM Renda está em oitavo lugar com 0,804, ante 0,727 em 1991, com crescimento no período de 10,59%.
6. Campinas é a sexta colocada no IDHM Geral com 0,805, ante 0,618 em 1991. Crescimento de 30,26% no período. No IDHM Renda é a quarta colocada com 0,829, ante 0,775 em 1991, com crescimento de 6,97% no período.
7. São Bernardo é a sétima colocada no IDHM Geral com 0,805, ante 0,642 em 1991, com crescimento de 25,39%. No IDHM Renda mantém a sétima posição com 0,807, ante 0,768 em 1991, com crescimento de 5,08%. Perde posição para Campinas no critério de desempate que leva em conta os percentuais de crescimento entre 1991 e 2010.
8. Taubaté é a oitava colocada no IDHM Geral com 0,800, ante 0,600 em 1991. Crescimento de 33,33% no período. No IDHM Renda é a 14ª colocada, com 0,778 ante 0,701 em 1991. Crescimento no período de 10,98%.
9. Ribeirão Preto é a nona colocada no IDHM Geral com 0,800, ante 0,626 em 1991. Crescimento de 27,79% no período. No IDHM Renda ocupa o quinto lugar com 0,801, ante 0,759 em 1991. Crescimento de 8,03% no período.
10. Sorocaba é a 10ª colocada no IDHM Geral com 0,798, ante 0,579 em 1991, com crescimento de 37,82% no período. No IDHM Renda está em 12º lugar com 0,792, ante 0,717 em 1991. Crescimento de 10,46% no período.
11. São José do Rio Preto chegou a essa colocação no IDHM Geral com 0,797, ante 0,610 em 1991, com crescimento de 30,65% no período. No IDHM Renda, é a nona colocada com 0,801, ante 0,741 em 1991. Crescimento no período de 8,10%.
12. Paulínia é a 12ª colocada no IDHM Geral com 0,795, ante 0,597 em 1991, com crescimento de 33,16% no período. No IDHM Renda é a 10ª colocada, com 0,800, ante 0,718 em 1991, com crescimento de 11,42%.
13. Barueri é a 13ª colocada no IDHM Geral com 0,786, ante 0,549 em 1991, com crescimento de 43,17% no período. No IDHM Renda está em 13º lugar, com 0,791, ante 0,727 em 1991. Crescimento de 8,80% no período.
14. Piracicaba está em 14º lugar com IDHM Geral de 0,785, ante 0,580 em 1991, com crescimento de 35,34% no período. No IDHM Renda está em 11º lugar, com 0,797, ante 0,722 em 1991. Crescimento de 10,39% no período.
15. Mogi das Cruzes está em 15º lugar no IDHM Geral com 0,783, ante 0,566 em 1991, com crescimento de 38,34% no período. No IDHM Renda está em 16º lugar, com 0,762, ante 0,704 em 1991. Crescimento de 8,24% no período.
16. Osasco ocupa a 16ª posição no IDHM Geral com 0,766, ante 0,572 em 1991, com crescimento de 35,66%. No IDHM Renda ocupa a 14ª posição, com 0,776, ante 0,714 em 1991. Crescimento de 8,68% no período.
17. Mauá é a 17ª colocada no IDHM Geral com 0,766, ante 0,523 em 1991, com crescimento de 46,46%. No IDHM Renda está em 19º lugar com 0,721, ante 0,677 em 1991. Crescimento de 6,50% no período.
18. Guarulhos é a 18ª colocada no IDHM Geral com 0,763, ante 0,544 em 1991, com crescimento de 40,26%. No IDHM Renda está em 17º lugar com 0,746, ante 0,703 em 1991. Crescimento de 6,12% no período.
19. Sumaré é a penúltima colocada do G-20 no IDHM Geral com 0,762, ante 0,506 em 1991, com crescimento de 50,59%. No IDHM Renda está em 18º lugar, com 0,744, ante 0,655 em 1991. Crescimento de 13,59% no período.
20. Diadema é a ultima colocada do G-20 no IDHM Geral com 0,757, ante 0,528 em 1991, com crescimento de 43,37%. No IDHM Renda também está em último lugar no G-20 com 0,717, ante 0,682 em 1991. Crescimento de 5,13% no período.
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