A indústria automobilística, coração da Província do Grande ABC, bateu recorde de vendas no ano passado, contrastando com o crescimento pífio, de apenas 0,9%, do PIB (Produto Interno Bruto). Isso quer dizer que conseguimos nos salvar em meio à tempestade de refluxo de uma economia que com Lula da Silva cresceu o dobro da média de Fernando Henrique Cardoso? Vamos responder na edição desta quarta-feira o que se deu com a indústria da Província na temporada passada. O resultado final não me surpreendeu nem um pouco.
Enquanto a pauta regional for monopolizada por agentes políticos e econômicos, incluindo-se sindicatos de trabalhadores, que exercitam um jogo manjado de alinhamento ideológico sincero associado à conveniência que cega o senso crítico, não sairemos da pasmaceira em que nos meteram, ou seja, avançar muito abaixo das necessidades de crescimento vegetativo da população, quanto mais das imperiosidades incrementais.
Não estou entregando o ouro do resultado do PIB Industrial da Província do Grande ABC. Quem apostar que perdemos na temporada passada a corrida de competitividade pode estar chutando. Vou apresentar o resultado regional tendo como base de comparação não só o passado, mas também as economias mais desenvolvidas do Estado de São Paulo. A bobageira de comparar a Província com a própria Província, confrontando números do passado com números mais fresquinhos é conversa boa para boi dormir. Ninguém disputa um campeonato sozinho em nada deste mundo cada vez mais concorrencial.
Esperando com leitura
Aguardem a edição de amanhã, quarta-feira, sobre os novos números de produção industrial da região. Enquanto isso, sugerimos a leitura de mais quatro matérias que incorporamos a esta revista digital, dando sequência ao transbordo do arquivo da revista LivreMercado e da então newsletter CapitalSocial, dentro do estoque daquelas 50 textos que reservamos. Todos os novos textos giram em torno do emprego industrial na Província do Grande ABC, temática que é uma das cláusulas pétreas de inquietação com o processo econômico regional. Sim, emprego industrial, especialmente emprego industrial com carteira assinada, é um dos vários pontos da frondosa árvore de indicadores da região com os quais convivo para produzir conteúdos isentos de subjetividades sempre passíveis de contestações.
Acompanho os movimentos do emprego industrial na Província do Grande ABC antes, durante e depois do que se acabou transformando em Fla-Flu, envolvendo os oito anos do governo Fernando Henrique Cardoso e os oito anos do governo Lula da Silva. O desastre proporcionado por FHC à economia regional não foi obra do acaso. E tampouco a parcial recuperação da região durante os anos Lula da Silva também não se deu por conta de uma reação organizada da sociedade local, incluindo-se as supostas lideranças econômicas e sindicais. Foi a indústria automotiva por livre e espontânea aporrinhação no governo federal que botou o bloco nas ruas, beneficiadíssima pelo consumismo do governo petista.
Pois bem: seguimos atentamente as mudanças no emprego industrial formal, com carteira assinada. Muitas das matérias já estão editadas, por isso as quatro disponíveis abaixo em forma de link fazem parte de um enredo. O interessante é que, por mais que tratamos do emprego industrial na região, jamais deixamos de observar e de analisar o quadro nacional. A maturidade de uma regionalidade que sempre desfilamos está na contextualização além das fronteiras regionais, para que a potencialidade de confrontos de rendimentos seja a mais elástica possível.
Ainda contamos com 38 matérias a acrescentar nesta revista digital, entre aquelas 50 selecionadas. Sem contar dezenas e dezenas de outras que serão gradualmente reavivadas.
Leiam com atenção:
Boa notícia: indústria da região volta a ter saldo de emprego
Pouco emprego industrial formal
Ainda faltam 11 fábricas da GM de empregos no Grande ABC
Indústria mantém ritmo de contratações de 2004 na região
Total de 1882 matérias | Página 1
08/11/2024 Diário: Plano Real que durou nove meses (31)