Empresários e executivos responsáveis pelo Residencial Ventura propagam que o escândalo já se encerrou, mas ainda há muito tempo de disputa pela frente. Principalmente se os proprietários dos apartamentos construídos num terreno apontado pelo Semasa como ambientalmente contaminado não se acovardarem. É besteira acreditarem que quanto menos protestos, mais fácil será esquecer que entraram numa roubada e, portanto, os investimentos não serão depreciados. Como se já não estivessem na lista negra do mercado imobiliário tão ávido em vender quanto profilático em desvalorizar produtos sob suspeita.
Desafio os irresponsáveis do Residencial Ventura a confirmarem em juízo o que propagaram aos compradores quando da discretíssima entrega de chaves: que iriam ajuizar ação penal contra este jornalista.
Repito o desafio: estou esperando por uma reação de Sérgio de Nadai e demais infratores que impunemente, pelo menos até agora, ganharam os tubos com base num indecoroso loteamento de área onde durante sete décadas (isso mesmo, sete décadas) atuou uma indústria química.
Os leitores não projetariam o quanto torço por iniciativa camicase daqueles desordeiros imobiliários protegidos pelo silêncio de uma associação de classe sem representatividade da classe, comandada por Milton Bigucci. Uma entidade que não honra os empresários do setor com fortes raízes no Grande ABC. Empresários, portanto, bem diferentes da Cyrela e do atravessador Sérgio de Nadai, pontas de lança da operação que culminou com aquelas torres de concreto que comportarão dois mil moradores candidatíssimos a viver situações semelhantes às Barão de Mauá, condomínio residencial do Parque São Vicente, em Mauá, erguido num terreno que serviu de depósito de lixo industrial.
É claro que os empresários que fizeram lambanças no Residencial Ventura não respeitam cidadania alguma e, por isso mesmo, não terão coragem para reagir. Eles são basicamente covardes. Preferem sim, como chegou a meu conhecimento, destilar ataques contra este jornalista. Uma reação mais que esperada quando se viram pressionados pelos proprietários.
Os aventureiros do Residencial Ventura jamais aceitarão um desafio que fiz já neste espaço, embora sem o mesmo destaque de agora, ou seja, de partir para algo juridicamente consistente para tentar provar que não fraudaram proprietários de 320 apartamentos em pleno coração do Bairro Jardim, em terreno até prova em contrário minado por passivo ambiental.
Reconheço e não nego que eles, corruptores da ética e da responsabilidade social, são poderosos. Sérgio de Nadai todo mundo conhece. As digitais lhe conferem condição de privilegiado fornecedor de quentinhas do sistema penitenciário paulista — ou seria também brasileiro, já que seus parceiros de negócios são uma gentalha influente?
Querem um exemplo do quanto Sérgio De Nadai dá as cartas e joga de mão inclusive no Grande ABC? Procurem nas páginas do Diário do Grande ABC uma linha sequer sobre o Residencial Ventura? Mais? Leiam com atenção tudo o que publiquei sobre o assunto, constatem que não faltam provas de imprevidências dos construtores do Residencial Ventura e tentem adivinhar as razões que levaram o Diário do Grande ABC a permanecer em olímpico silêncio, em contraponto ao tratamento dispensado ao vulnerável Barão de Mauá.
São muitas, muitíssimas as razões dessa inação jornalística. Sérgio De Nadai tornou-se amigo pessoal do presidente do Diário do Grande ABC, Ronan Maria Pinto, de quem era inimigo em outros tempos. Pelo menos inimigo oculto. Quando do estouro do assassinato do prefeito Celso Daniel, mais precisamente quando Ronan Maria Pinto era apontado pelo Ministério Público um dos mandantes do suposto crime de encomenda, Sérgio de Nadai propagava que aquela suposta quadrilha que tomava de assalto a Prefeitura de Santo André estava com os dias contados. Como se, convenhamos, pudesse ele, Sérgio de Nadai, referir-se assim a terceiros, contra os quais ainda nada se confirmou.
São muitas as parcerias que ligam Ronan Maria Pinto e Sérgio de Nadai. Por isso, seria demais esperar que, no caso do Residencial Ventura, os interesses mútuos não falassem mais alto.
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22/11/2024 SÍNDROME DA CHINA AMEAÇA GRANDE ABC