Vamos atualizar o ranking do Observatório de Promessas e Lorotas nesta segunda-feira. Será a quarta edição dessa revolução no jornalismo verde e amarelo. Não dependemos de ninguém para estabelecer contagem de pontos sobre as propostas de gestores públicos. Basta acompanhar o noticiário de jornais de papel e também de jornais digitais. Cada promessa vale 10 pontos e cada lorota vale 20 pontos. Os insumos são contínuos porque os gestores públicos vivem cercados de marqueteiros.
O que distingue uma da outra é simples: promessa é tudo aquilo que, num conjunto de quesitos de avaliação, reúne possibilidades efetivas, desde que se criem condições para tanto. Lorota é tudo aquilo que tem cara, jeito e formato de fanfarronice. Isso não quer dizer que lorotas não possam vir a se transformar em realizações. Tudo é possível na gestão pública, principalmente quando desafiada.
Só não podemos deixar de lembrar que ao deslocar uma proposta ao compartimento destinado às lorotas, tomamos o cuidado de verificar o grau de insuficiência prática à execução da ideia. Por exemplo: o prefeito Luiz Marinho, de São Bernardo, pode revirar céus e infernos que jamais, jamais e jamais, pelo menos em tempos de paz e de juízo da sociedade, construirá um aeroporto internacional no único espaço físico da cidade, a área protegidíssima (não tanto, não tanto, é verdade) dos mananciais.
Marinho já andou tergiversando, já tentou fugir da raia do que disse através de terceiros e mesmo sem terceiros na parada, mas não tem jeito. Exceto se contar com informações tecnológicas privilegiadas que lhe assegurem estrondosa revolução na ocupação espacial que abrigue pousos e decolagens de grandes jatos comerciais em área que não ultrapasse alguns quarteirões. É bom não acreditar nessa possibilidade, principalmente num século em que sustentabilidade virou senão dogma, pelo menos atributo à qualidade de vida que os mortais não abdicarão tão facilmente.
Certo mesmo é que Luiz Marinho e o prefeito de Santo André, Carlos Grana, disputam pau a pau a liderança do ranking do Observatório de Promessas e Lorotas. Ao final da terceira edição Carlos Grana superou o companheiro petista de São Bernardo, mas como estamos levantando tudo que se refere à atuação de Luiz Marinho, no cargo em janeiro de 2009, muito dificilmente deixará de chegar provisoriamente ou não na ponta.
Há muito chão pela frente e a fome por manchetes é insaciável, essa disputa está se tornando competitiva demais. Sorte dos demais prefeitos que, por mais que eventualmente tenham sede de igualmente contar com a generosidade das publicações, não correrão risco de galgarem manchete nada elogiável nesta revista digital.
Não vou antecipar hoje o que vou publicar na próxima segunda-feira, mas é quase certo que Luiz Marinho voltará à ponta do ranking do OPL.
Insisto na sugestão que a mídia em geral deveria implementar: que tal criarem algo assemelhado ao OPL para conter o ímpeto sensacionalista dos políticos? Será que têm tutano para tanto?
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