Como só retorno oficialmente ao batente (quem acredita nisso, se sou doente pelo prazer de trabalhar?) no próximo seis de janeiro, fica um convite aos leitores assíduos e aos curiosos que curtem navegar na Internet: mergulhem no acervo desta publicação e vejam com os próprios olhos por que produzimos o jornalismo regional mais independente, mais reflexivo, mais ousado, mais abusado, mais contestador e mais agregador de valor. Se já o fizemos assim durante duas décadas no comando editorial da revista LivreMercado, que caiu nas mãos de incompetentes e desapareceu, por que seria diferente com CapitalSocial?
Só em 2013 produzi montanha inacreditável de textos. Dei-me conta de que foram 446 (contando este aqui), quando decidi fazer um balanço de final de temporada. Apenas um dos textos postados em 2013 não é de minha autoria. Não vou revelar o autor, mas devo eliminá-lo. Talvez o faça quando retornar de férias, porque o material não tem relação direta com a Província, mesmo se considerando o contexto de metropolização. A edição decorreu do calor de circunstância.
Não há mais artigos de terceiros, principalmente de leitores, porque a Internet está infestada de manifestações vazias. Há leitores colaborativos que participam ativamente nos bastidores, nos estimulam a enveredar por determinados temas, mas também há franco-atiradores que metem a colher em tanta coisa mas, quando desafiados a produzir textos densos à publicação, refugam. Provavelmente não estão preparados a ultrapassar tuiteiros 140 caracteres.
Quatro livros de 400 páginas
Escrever 446 artigos ao longo de um único ano talvez seja um recorde, mas não estou preocupado com quantidade, embora intrinsecamente os textos se apresentem muito além do fastfoodianismo da Imprensa em geral. Foram quase três milhões de caracteres dedilhados principalmente de manhã, em meu escritório domiciliar, porque à tarde, no ambiente corporativo, o bicho costuma pegar e tenho de me concentrar em atividades correlatas, indispensáveis à qualificação do material. Três milhões de caracteres equivalem a quatro livros de 400 páginas cada um. Escrevi algum texto em praticamente todos os dias do ano. Somente em um único dia útil não me dediquei a escrever -- por um motivo extremamente arrasador.
Desde que transformamos CapitalSocial em revista digital (em janeiro de 2009, quando encerrei carreira na LivreMercado), produzi 1.683 textos. No conjunto histórico desta publicação, antes em formato de newsletter, contando com o repasse gradual e persistente do acervo de LivreMercado, contabilizamos 2.582 matérias aos leitores. Já imaginaram o volume de conhecimentos agregados?
Aos desavisados e também aos noviciados nestas páginas, não custa lembrar que LivreMercado circulou na Província do Grande ABC durante quase duas décadas.
Foi um furor em qualidade editorial. Reconhecidamente, revolucionou o jornalismo regional do País. Fez história mas, diferentemente do que pensam alguns e imaginam outros, não parou. CapitalSocial é uma extensão digital daqueles dias cansativos, extenuantes, mas intensamente prospectivos, deliberativos, interrogativos e memoráveis.
A contagem do acervo de CapitalSocial, sempre associado ao resgate de LivreMercado, é maior que os 2.582 artigos distribuídos entre as editorias quentes de Administração Pública, Economia, Imprensa, Esportes, Regionalidade, Política, Caso Celso Daniel, Sociedade, Entrevista Especial e Entrevista Indesejada. Quando se acrescentam as editorias frias de Nosso Século XXI (1) e Nosso Século XXI (2), além de Reportagens de Capa, Meias Verdades e Metamorfose Econômica, adicionamos 175 textos e chegamos a 2.758.
Esperamos incorporar na próxima temporada ainda mais riqueza editorial de LivreMercado. Trata-se de uma tarefa sobressalente no dia a dia já por si complicado, da qual estamos dando conta com vagar. Até agora, instalamos nestas páginas 1.074 matérias de LivreMercado, ou 39% de todo o acervo disponível nesta publicação digital. Empatar este jogo, mesmo que temporariamente, parece impossível. Afinal, produzo mais que a ação de captura do passado recheado de riqueza informativa e reflexiva.
CapitalSocial fará de 2014 sequência de histórico aperfeiçoamento cada vez mais distante da média geral do jornalismo regional extremamente superficial, recheado de vieses ditados por forças do mercado do voto e do mercado do dinheiro ensaboado, insidiosas fontes usurpadoras dos valores mais caros à liberdade de imprensa.
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