O Observatório de Promessas e Lorotas, criação inédita no jornalismo brasileiro, atingiu e superou a marca de 100 (agora são 102) registros em apenas cinco meses de atividades. CapitalSocial lançou a iniciativa em cinco de agosto do ano passado para medir a temperatura de planos, propostas, marketing e efetividade dos gestores públicos da Província do Grande ABC. O prefeito Carlos Grana, de Santo André, como todos os demais em primeiro mandato, exceto Luiz Marinho, de São Bernardo, lidera com 34% das 102 propostas já catalogadas. Grana chega ao passivo de 370 pontos, contra 320 do titular do Paço de São Bernardo, que contabiliza quatro novas propostas. Donisete Braga, de Mauá, somou mais 20 pontos com duas novas iniciativas e segue em terceiro lugar com 150 pontos. Paulo Pinheiro, de São Caetano, aumentou o acervo com um novo registro e soma 110 pontos. Mesma pontuação de Lauro Michels, prefeito de Diadema. Completando a lista, Gabriel Maranhão, prefeito de Rio Grande da Serra, soma 50 pontos, enquanto Saulo Benevides, de Ribeirão Pires, contabiliza 30.
CapitalSocial segue atentamente o movimento dos prefeitos nas páginas impressas e digitais das publicações da região. O monitoramento é constante, utilizando-se inclusive de mecanismos disponíveis na rede mundial de computadores. Nada passa pela filtragem do Observatório de Promessas e Lorotas. Chegar a 102 registros em apenas cinco meses é tão surpreendente quanto lamentável, porque a Província do Grande ABC vive praticamente de efeitos pirotécnicos dos gestores públicos.
Nem mesmo a perspectiva de que algum naco desses registros poderá se tornar realidade deverá amenizar o quadro geral. Afinal, é muita proposta exposta geralmente com estardalhaço pelos prefeitos e secretários municipais. Há uma disputa surda, cega e tagarela pela ocupação de espaços na mídia. Dá-se pouca importância à efetividade das iniciativas. Tudo dentro do figurino conservador que vigia até que CapitalSocial entrou em campo com a iniciativa de rastrear cada anúncio. Possivelmente tudo seria diferente em âmbito nacional se uma espécie de Lei de Responsabilidade Informativa não desse trégua aos falastrões sempre assessorados por marqueteiros.
Vejam os novos registros do Observatório de Promessas e Lorotas:
Administração Carlos Grana
Em 21 de dezembro de 2013 o prefeito Carlos Grana faz balanço do primeiro ano de mandato e subiu para 8,2 mil moradias populares a serem construídas pelo programa Minha Casa Minha Vida. Durante a campanha eleitoral o petista projetou três mil unidades, no primeiro semestre subiu para cinco mil e agora fixou em 8,2 mil. Admitiu que parte da projeção seria cumprida em eventual segundo mandato. Vale 10 pontos.
Administração Luiz Marinho
Em 25 de novembro de 2013 o prefeito Luiz Marinho revelou o motivo de viagem internacional: passou por Estados Unidos e Costa Rica, por onde afirmou ter demonstrado interesse em receber empresas estrangeiras e um campus da Universidade Internacional da Paz. A instituição está espalhada por Portugal, Costa Rica e Japão, entre outros países. O petista destacou que a ideia é implantar pelo menos uma sede da Unipaz que ofereça, com apoio da ONU (Organização das Nações Unidas), o curso de segurança da pessoa.
Em 20 de dezembro de 2013 o prefeito Luiz Marinho anunciou o inicio das obras de reestruturação dos hospitais de São Bernardo em 2014. As primeiras intervenções serão no Hospital Anchieta, com a implantação do serviço de radioterapia. As obras serão realizadas pelo governo federal e estão previstas para março de 2014. A expectativa é que o equipamento se torne referência em oncologia na região. “Nessa primeira fase, apenas iremos fazer isso no Anchieta. Depois faremos o projeto de transformação do HMU em hospital da mulher e a construção do hospital de urgência para substituir o PS Central, e só aí voltaremos ao Anchieta novamente”, explicou o secretário de Saúde, Arthur Chioro. Marinho esclareceu que, apesar de as intervenções se iniciarem em 2014, o processo completo será demorado e não deve ser finalizado até 2016. “Não estou seguro de que dá para fazer isso (nesse mandato), mas se não fizermos nesse mandato, vamos criar condições para que seja feito no início do próximo”, avaliou o prefeito -- segundo repórter do jornal ABCD Maior. Vale 30 pontos, ou seja, 10 para cada obra.
Administração Paulo Pinheiro
O prefeito Paulo Pinheiro espera que a transferência da gestão do Hospital São Caetano para a Fundação do ABC se concretize no segundo semestre de 2014. O projeto visa transformar a estrutura de seis andares e 152 leitos que funciona apenas no térreo como ambulatório no modelo de retaguarda defendido pelo Clube dos Prefeitos. O perfil privilegiaria pacientes que precisam de períodos de internação mais amplos e desafogaria leitos de prontos-socorros da região. “Já está concretizado. Só falta o Estado e a União se acertarem com essa ajuda. Quero que ative (o Hospital São Caetano) e eles vão ativar. Creio que demora por volta de um ano (para o funcionamento). Só falta fazer limpeza geral, equipamentos, mudança de estrutura interna”, comentou o prefeito. Vale 10 pontos.
Administração Donisete Braga
Em 21 de dezembro de 2013 o prefeito Donisete Braga anuncia a possibilidade de realizar PPP (Parceria Público-Privada) para construir dois prédios anexos ao Paço Municipal. Os edifícios abrigariam secretarias que funcionais em locais alugados. O Executivo espera propostas da iniciativa privada em troca de área pública na Avenida Papa João XXIII, próximo ao 5º Agrupamento do Corpo de Bombeiros. O chefe do Executivo declarou que o prédio da Prefeitura é antigo e não comporta a máquina pública. Das 20 secretarias, 10 estão fora do Paço. Vale 10 pontos.
Em 28 de dezembro de 2013 a Prefeitura de Mauá assinou convênio com a Caixa Econômica Federal para repasse de R$ 79 milhões do PAC que serão revertidos em obras de urbanização da região do Chafic/Macuco, no Jardim Zaíra. De acordo com o prefeito Donisete Braga, as obras devem ser iniciadas em julho de 2014, após finalização do processo licitatório. As intervenções estão previstas para serem concluídas de dois a três anos após o início dos trabalhos. Vale 10 pontos.
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