No dia 15 de abril, terça-feira da próxima semana, serão reveladas as identidades individuais dos formadores de opinião da Província do Grande ABC que confirmaram participação na entidade cerebral. A lista foi fechada temporariamente na última sexta-feira, mas por questão de segurança de mobilização à primeira reunião, consideramos que o melhor é não tornar público os participantes. É certo que a representatividade é satisfatória, porque envolve muita gente interessada no futuro regional.
Esperamos sinceramente que, apesar das naturais dificuldades que se colocarão, o primeiro encontro em 15 de abril será bastante produtivo. Acho que minha participação como formulador do projeto passará por dieta rigorosa a partir daquela reunião. Haverá gente suficiente para dar tratos à bola de efetividade dos planos. Meu sonho de simples coadjuvante não é demagogia. É instinto de sobrevivência. Até porque, se todos forem coadjuvantes, a mágica da cidadania regional terá sido finalmente encontrada. Coadjuvantes com coadjuvantes resultam em lideranças harmônicas. Um acinte num País sempre dependente de mandachuvas.
Tenho ponderações a fazer porque não posso em nome de uma falsidade comportamental deixar de colaborar inicialmente mesmo que para alguns de forma acima da média geral. Vou me sentir mais feliz com a transposição das águas de um voluntarismo de destaque que naturalmente terei naquele encontro para as águas de um voluntarismo coletivista quem sabe durante aquela própria reunião. Sinceramente, quanto menos importante for naquele encontro, mais me sentirei recompensado.
Regionalidade inscrita
Não pretendo citar nem estimular a indicação de supostos nomes antes da primeira reunião, mas posso garantir a todos que se inscreveram que há gente com experiência em regionalidade a ponto de me entusiasmar na empreitada de recolhimento das baterias inicialmente relevantes.
Podem não acreditar os leitores mais céticos, mas só vou me sentir feliz com a consumação legal e operacional da entidade cerebral na medida em que não for mais importante que qualquer um dos demais integrantes. Sei o quanto é nocivo, por melhores que sejam as intenções, carregar nos ombros a responsabilidade de salvador da pátria. O Fórum da Cidadania será sempre avocado por este jornalista como a fórmula de sucesso mais retumbante que se apresentou mas que, por conta de série de imprevidências, murchou fragorosamente -- exatamente porque perdeu a calibragem entre o individualismo e o coletivismo e se deixou levar pelas águas de oportunismos eleitorais.
Não tenho dúvida alguma de que não faltarão hostilidades à entidade cerebral e a seus membros, porque não há a menor boa vontade da maioria dos tomadores de decisões da região, e daqueles que usufruem o poder, de compartilhar espaços, mesmo que esse compartilhar espaços não tenha relação alguma com o que eles fazem em determinadas situações.
Entre as propostas para a entidade cerebral não se misturar à mediocridade geral das instituições corporativas da região está a imperiosidade de definir diretrizes acopladas a cláusulas pétreas, sobre as quais jamais poderão existir transgressões, sob pena de que tudo iria para o esgoto da dispersão. Quem aprende com o passado tem meio caminho andado para superar os obstáculos que virão. Ter egressos do Fórum da Cidadania na entidade cerebral é um empurrão e tanto na direção de mudanças sem pestanejar.
Diferentemente do que disse o ex-ministro do regime militar, Delfim Netto, em entrevista à TV fechada, o passado tem importância fundamental tanto no presente quanto ao futuro. Sem passado, o aprendizado se perde, os erros de acumulam. Delfim Netto tem razão quando deixou a mensagem, com outras palavras, de que há muito especialista de araque, que pretende apagar o passado e as circunstâncias do passado em nome de uma causa do presente. Retroceder no tempo para condenar determinadas questões sem se dar conta do contexto é uma maneira de ludibriar a boa-fé. No caso do Fórum da Cidadania, os arquivos estão aí para mensurar quantos equívocos foram detectados e perpetrados, sem que as lideranças envolvidas corrigissem o rumo.
Assédios virão
Mas, voltando à nomeação dos integrantes da entidade cerebral, a maioria já agendada para comparecer ao evento do dia 15 próximo e uma minoria que se manifestou com inscrita mas que, por conta de programação conflitante, só poderá participar do segundo encontro, voltando à nomeação diria que manter as identidades numa caixa postal que só se abrirá no dia seguinte é uma tática preservadora da tranquilidade geral.
Provavelmente haveria assédio de supostos contendores. Sim, supostos contendores porque, a depender deste jornalista, não haverá direcionamento específico sobre qualquer mandatário público. Os pressupostos serão interpartidários e não hipocritamente apartidários, porque provavelmente as questões a merecerem tratamento analítico e resolutivo da entidade cerebral terão como centro de atenção os administradores dos sete municípios.
Esta é a décima matéria em que consta a expressão “entidade cerebral” no acervo desta revista digital. Provavelmente se o projeto sair do papel, teremos inúmeros textos a tratar da organização que já tarda na Província do Grande ABC. Sou um soldado pronto a enfrentamentos construtivos, certo de que não há omeletes sem quebrar ovos.
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11/11/2024 Diário: Plano Real que durou nove meses (32)