Imprensa

Há mais de um ano Grana prometeu
resgate do Eixo Tamanduatehy. E daí?

DANIEL LIMA - 21/05/2014

Vou fazer dois favores ao prefeito Carlos Grana. Favores que seus aliados não fazem porque não passam daquilo que popularmente se chama puxassaquismo. Primeiro, a declaração de que retomaria o projeto Eixo Tamanduatehy, deixado por Celso Daniel, será incluída no Observatório de Promessas e Lorotas desta revista digital, competição entre prefeitos que ele lidera disparadamente com passivo estonteante. Segundo, vou publicar amanhã um documento inédito sobre aquela proposta de revitalização econômica deixada pelo maior prefeito regional que a Província já teve.


 


Pode parecer sarcasmo, mas incluir o projeto do Eixo Tamanduatehy no OPL e recuperá-lo documentalmente, com cunho oficial, quem sabe despertem a consciência do prefeito de Santo André, incorrigível na arte de preparar cenários que a mídia divulga acriticamente e jamais cobra efetivação.


 


Foi em abril do ano passado, quatro meses após tomar posse, que Carlos Grana anunciou decisão de resgatar o Eixo Tamanduatehy. Dois dias após a publicação de matérias em vários veículos de comunicação local, abordei o assunto neste espaço. Retomo-o hoje para anunciar o próximo passivo do prefeito no Observatório de Promessas e Lorotas e também a reprodução do documento inédito. Tanto uma coisa quanto outra são importantes. Muito melhor que me juntar à turma que só lustra o ego de um prefeito cuja gestão é temerária na medida em que Santo André não dá sinal algum de que pode reagir à histórica decadência econômica, com fundas implicações sociais.


 


A cantilena da secretária de Desenvolvimento Econômico de Santo André, a educadora Oswana Fameli, cuja intimidade com a atividade produtiva é tanta quanto a deste jornalista com a indústria naval, a cantilena da secretária é um desfile de procrastinações. O resultado do esforço de Oswana Fameli, também vice-prefeita, para parecer útil à sociedade de Santo André é semelhante às tentativas do prefeito em mandar asseclas criarem invencionices para dizer que é um gerenciador público eficiente.


 


Controle institucional


 


Não se deve descartar uma ou outra concretização de medidas exaustivamente divulgadas e catalogadas no Observatório de Promessas e Lorotas e, pior que isso, a utilização de marketing de oportunidade que tentará levar à população a ideia de que a gestão de Santo André é extraordinariamente produtiva. É assim que funciona, ou tenta funcionar, a gestão de Carlos Grana, uma unanimidade entre os chefes das instituições sedentas por poderes paralelos, como a Ordem dos Advogados do Brasil comandada por Fábio Picarelli, a Acisa (Associação Comercial e Industrial de Santo André) comandada por Evenson Dotto, o Ciesp (Centro das Indústrias) e tantas outras. Engolfar as entidades de classe é uma das premissas nacionais do PT, distribuindo cargos a torto e a direito.


 


Uma sabatina pública com o prefeito Carlos Grana e com a secretária Oswana Fameli sobre os desdobramentos do anúncio de que o Eixo Tamanduatehy seria reativado os reduziria a pó. Eles não sabem patavina sobre o assunto. Para tentar contribuir no sentido de que se preparem a eventuais exposições, e, mais que isso, que levem a sério uma adaptação, porque, como escrevi ano passado, o projeto carece de mudanças, vamos reproduzir amanhã o documento inédito que identifica todos os motivos do então prefeito Celso Daniel na direção de um Município que deixasse a periferia metropolitana e protagonizasse novas inserções.


 


Um documento para os responsáveis pela Administração Carlos Grana se ocuparem como tarefa indispensável à compreensão da importância de Santo André porque, mesmo 15 anos depois, já que data de 1999, aquele arrazoado agrega elementos históricos que permanecem intocáveis como constatação do quanto perdemos tempo e nos tornamos tão medíocres após o assassinato do prefeito que mais enxergou o futuro da região.


 


Fosse a Administração Carlos Grana comprometida para valer com a gestão de Santo André e, também, honrasse para valer a campanha eleitoral direcionada a fundir sua imagem à de Celso Daniel, o primeiro ato concreto se voltaria à composição de um grupo de técnicos e economistas que dissecariam a estrutura física do Eixo Tamanduatehy para, em seguida, reenquadrar o projeto no contexto econômico naturalmente alterado em mais de uma década. Entretanto, como a gestão de Santo André na área econômica foi entregue a leigos, e o próprio prefeito, afastado durante muito tempo da região para comandar os metalúrgicos do País, desconhece as transformações, o resultado não poderia ser outro. Apenas e unicamente palavras de efeito propagandístico.


 


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