Imprensa

Conquistas sindicais devem ser
preservadas ou é hora de mudar?

DANIEL LIMA - 28/05/2014

Será conhecida na edição de segunda-feira desta revista digital a resposta de cada um dos 27 voluntários do embrionário Defenda Grande ABC que se manifestaram sobre uma pergunta específica preparada por este jornalista: as conquistas sindicais alcançadas ao longo dos anos, principalmente no setor automotivo, devem ser mantidas ou não?  Onze dos 38 voluntários desse movimento que pretende dar tom diferenciado nas relações institucionais da região preferiram não responder. Todos foram comunicados antecipadamente sobre o uso jornalístico do material.


 


É claro que não vou antecipar o que poderia chamar de perfil coletivo das respostas, tampouco as abordagens individuais. Até porque ainda estamos em fase final de leitura das manifestações. Diria que a experiência é positiva e só confirma o acerto editorial de ouvir formadores de opinião geralmente escanteados pela mídia. Há tendência histórica do jornalismo não só regional de ouvir apenas as autoridades e personagens supostamente indispensáveis no momento. Principalmente quem está disposto a defender interesses específicos no contexto político e econômico. Dar voz e vez aos esquecidos não é uma novidade nos veículos de comunicação deste jornalista.


 


A ausência de quase um terço dos voluntários do Defenda Grande ABC não surpreende. Uma parcela dos inscritos já demonstra hesitação ante a compulsória exposição a que serão submetidos quando o bloco de iniciativas do movimento for colocado nas ruas das medidas legais que se esperam para preencher o buraco negro de omissão das demais entidades associativas da região.


 


Trabalha-se inclusive com a perspectiva de novas deserções. Não faltam informações de que vários integrantes do Defenda Grande ABC estão sendo duramente assediados por representantes do Poder Público e também do entorno que sustenta os interesses dos poderosos de plantão. A contraordem unida é clara e objetiva: o Defenda Grande ABC não é bem-vindo aos donos dos poderes podres da região, porque colocaria várias peças do tabuleiro de delinquências em risco.


 


Sou partidário da seguinte tese e pretendo massificá-la entre os voluntários do Defenda Grande ABC: mais importante que a quantidade é a qualidade e, principalmente, a determinação dos voluntários. Se não existir um grupo inicial de no mínimo 20 profissionais de várias áreas capazes de enfrentamentos republicanos, encurtando a distância entre desvios públicos e instâncias punitivas, é melhor cerrar as portas da cidadania e entregar as chaves aos cada vez mais assanhados prevaricadores.


 


Falsa modernidade


 


É mais que evidente a fragilidade institucional das entidades da região quando o assunto é atuar criticamente tendo o Poder Público como alvo de objeções e esclarecimentos. A OAB de Santo André é a última cidadela que esboçou alguma reação. Sabe-se agora que tudo não passou de cortina de fumaça, de marketing à valorização da imagem do presidente Fábio Picarelli, alinhadíssimo com o Paço Municipal de Santo André. Tanto que, além da falsa eleição democrática do Ouvidor José Luiz Ribas, documentada por um inconformado e confirmada pelas ações de Picarelli, sabe-se agora que o cargo de espécie de vice-ouvidoria também consta dos ativos (ou dos passivos) da OAB, com a indicação e a posse de Patrícia Bono, diretora e assessora informal direta da presidência.


 


O desmascaramento da OAB não é citado aleatoriamente. Trata-se da realidade mais à vista a engrossar o caldo de cultura de que está cada vez mais consolidado nesta Província que vale a pena opor dificuldades para capitalizar facilidades. Mais que isso: a junção acrítica de juventude e modernidade é um risco imenso que todos correm porque nem sempre o que parece rejuvenescedor carrega o espírito regenerador de usos e costumes sociais.


 


A crise de identidade da OAB de Santo André, entidade que supostamente se pretendeu revolucionária mas não passa da mesmice com pitadas de maquiavelismo, deve servir de referencial à atuação do Defenda Grande ABC. Os bravos resistentes desse movimento que ainda não ganhou forma legal terão histórias a contar a seus herdeiros e à sociedade como um todo. Diferentemente dos chapas-brancas que infestam as entidades sociais da região.


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