Imprensa

Bigucci volta a atacar com a força
de milionário que detesta verdades

DANIEL LIMA - 29/05/2014

O advogado Alexandre Marques Frias é quem decide, mas, vontade e indignação respeitadas, deixaria a bola rolar na primeira e na segunda instâncias judiciais. Trata-se de nova ação que o maior fraudador de expectativas dos compradores de imóveis da Província do Grande ABC, segundo constatação do Ministério Público, Milton Bigucci, move para tentar me levar à prisão ou à rendição. Mal sabe ou duvida esse péssimo exemplar de dirigente associativo que, se a Justiça falhar, lançarei mão de greve de fome para mostrar o quanto ele é frustrante à sociedade e quanto o direito de informar estaria sendo surrupiado.


 


O milionário Milton Bigucci, com fortes relações em instâncias sociais, políticas, econômicas, policiais e judiciárias, apesar de reconhecida e comprovadamente infringir o eixo da ética e de licitudes (talvez seja exatamente por isso que goze de tanta proteção num País que todos conhecemos) resolveu recorrer da decisão de um juiz de Santo André que determinou o arquivamento de queixa-crime num novo e patético processo que move contra este jornalista. O julgamento está marcado para novembro. Minha vontade pessoal é dizer ao doutor Alexandre Frias que deixe o barco correr sem opor qualquer instrumento legal de defesa, mas a última palavra é dele. Seria meu grito de contestação e de protesto ao império do dinheiro.


 


Inadimplente em todas as tentativas que este jornalista procedeu para levar aos leitores esclarecimentos da atuação no desmoralizado Clube dos Construtores e Incorporadores do Grande ABC, bem como da fraude na licitação pública que culminou no arremate do terreno onde a MBigucci constrói o empreendimento Marco Zero, Milton Bigucci não abre mão de percorrer o terreno nebuloso do Judiciário porque tem poder econômico para desequilibrar o jogo da verdade.


 


Enfrentamento contínuo


 


Como um jornalista velho de guerra pode enfrentar tamanho despropósito de forças? Seguindo adiante, claro. Até porque nenhuma batalha ainda foi perdida no campo formal e jamais será sufocada no campo moral, porque, independentemente de decisões judiciais, falcatruas e desmandos de Milton Bigucci são de conhecimento público. Nem todas as falcatruas e desmandos, é bom que se esclareça. O potencial delitivo do empresário é imensurável. O escândalo da máfia dos fiscais e dos mercadores imobiliários em São Paulo, do qual faz parte, é uma nova etapa de provas.


 


Haverá, não se pode desdenhar, sempre um Supremo Tribunal Federal a recorrer. Até porque, apesar de todos os pesares da dinheirama que o torna adversário desigual, especialista em escamotear a verdade, Milton Bigucci perdeu pelo menos diretamente todas as batalhas que visavam a retirar destas páginas o acervo de matérias que o afasta de tudo que um empreendedor sério e um dirigente classista respeitável praticam. A inviolabilidade desta revista digital ante a sanha Napoleônica de Milton Bigucci é a maior de todas as vitórias. A sociedade consumidora de informações não pode prescindir do perfil empresarial e institucional de Milton Bigucci que vai muito além do fato de que é o comandante do maior conglomerado do setor na região.


 


Não ousaria dizer que alguém deveria dar um paradeiro na volúpia com que Milton Bigucci quer calar ou punir este jornalista porque não suporta o contraditório, mas há todos os indícios de que o dirigente empresarial e classista chegou a um estágio de completo descontrole.  Tanto que, depois do papel ridículo a que se impôs no encontro dos empreendedores imobiliários que um profissional de mídia realizou ainda outro dia em Santo André, pôs-se a divulgar no site do Clube dos Construtores e Incorporadores uma versão completamente deformada, atribuindo-se importância que até as toalhas do restaurante do encontro reconheceram inexistir. 


 


Representatividade sofrível


 


Milton Bigucci deveria recolher-se à função de empresário de sucesso, apesar de todos os pecados, e ao seio familiar, abandonando de vez o tablado institucional no qual ganha corpo a imagem de alguém obsessivamente em busca de reconhecimento, como se fosse possível recuperar o passado de exclusivismo, mandonismo e isolacionismo de duas décadas à frente do Clube dos Construtores. Milton Bigucci não se tem dado conta de que o tempo passou e que novas lideranças emergem no mercado imobiliário. Gente mais qualificada e que possivelmente se distanciará de seus métodos, entre os quais infiltrar-se corredores adentro de organismos públicos em busca de diferenciais competitivos que os escândalos retratam. 


 


Tenho absoluta consciência da força econômica de um oponente que não aceita alguém com independência e coragem para apontar as barbaridades que comete tanto no campo empresarial quanto no institucional. A disputa é tremendamente desigual, mas há um elemento a neutralizar tanta desvantagem e, mais que isso, a apontar o caminho da superação dos obstáculos: não abrirei mão um instante sequer dos princípios que regem a liberdade de expressão com responsabilidade social e da liberdade de imprensa sem manipulações. Por mim, não recorrerei de nova investida do fraudador Milton Bigucci, mesmo reconhecendo os riscos da medida. Mas o advogado Alexandre Frias é quem decidirá.


 


Apenas para avivar a memória dos leitores sistemáticos desta revista digital, e também para mostrar quem é Milton Bigucci aos leitores eventuais, chamamos abaixo a leitura de links nos quais apresentamos séries de questionamentos ao dirigente classista e empresário, todos absolutamente ignorados. Milton Bigucci prefere a arena judicial porque o poder econômico lhe garantiria vitórias. Mesmo que vitórias constrangedoras à construção de uma sociedade bem diferente dos referenciais com que conduz negócios e falsa representatividade classista. 


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