Vou escrever amanhã, sexta-feira, sobre a mais recente lorota do prefeito Carlos Grana, de Santo André. O petista quer mesmo superar Luiz Marinho, titular do Paço de São Bernardo, que, em outubro de 2011, anunciou um aeroporto internacional em plena área dos mananciais. Seguramente, Luiz Marinho detém a marca de maior ilusionista entre os atuais administradores da Província do Grande ABC. Mas Carlos Grana é insistente, muito insistente. Não à toa lidera a contagem de pontos do Observatório de Promessas e Lorotas, inédita medição da temperatura de entusiasmo e loucura dos prefeitos locais.
Vou deixar para escrever sobre a nova proposta de Carlos Grana apenas no dia seguinte à estreia do Brasil na Copa do Mundo porque outro texto, igualmente sobre a gestão petista em Santo André, já consta da edição de hoje. Mas asseguro aos leitores que será muito fácil justificar o acondicionamento do novo delírio da gestão mais fantasiosa destes tempos na região na categoria de lorota.
Trata-se da industrialização da Avenida dos Estados, anunciada em manchetíssima (manchete das manchetes) de primeira página da edição de hoje do Diário do Grande ABC. A industrialização da Avenida dos Estados não passa, não passa, não passa... Não, não vou adiante nas explicações, porque não quero que os leitores matem a sede de curiosidade de algo que reservo para amanhã.
Que fiquem todos na expectativa, mas tenham certeza de uma coisa: fosse eu médico em vez de jornalista e fosse a Administração Carlos Grana um paciente, não a delegação pública de mandato de Executivo, estaríamos diante de um caso incontornável de coma alcoólico. Só pode mesmo ser mais um delírio da administração petista.
Notícia requentada
Pior é que existe gente na mídia que, sem contar com elementos técnicos consistentes, caia na armadilha e transmita a ideia de que há por trás da proposta um plano já concatenado e fundamentado. Na realidade, a manchetíssima do Diário do Grande ABC de hoje foi antecipada por outros veículos de comunicação da região nesta semana. A diferença é que o encaixe jornalístico foi cautelosamente discreto, quase envergonhado, porque a gestão petista está virando anedota. Sorte do Diário do Grande ABC que o ombudsman dos jornais locais só vai entrar em ação após a Copa do Mundo, porque a nota da manchetíssima de hoje seria zero. Com todas as explicações técnicas, é claro.
O fundamento doutrinário da gestão de Carlos Grana parece absoluto: ocupar manchetes de publicações que acreditam em Papai Noel e com isso induzir os leitores a acreditar que se trata de um Celso Daniel redivivo quando, o que temos, de fato, é um patético ex-sindicalista a comandar uma embarcação à deriva. Estão lhe dando corda que pode servir para enforca-lo.
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13/11/2024 Diário: Plano Real que durou nove meses (33)