Vou publicar na edição desta revista digital de quinta-feira números aterradores sobre a desindustrialização de Santo André, antigo “viveiro industrial”. A situação é mais grave do que imaginam os céticos e paralelamente dilacera frases e discursos dos triunfalistas de plantão. Uma situação histórica que mereceria do prefeito de plantão a convocação de forças independentes da sociedade para buscar saídas. Mas Carlos Grana, o prefeito de plantão, prefere mesmo a pajelança inútil de aliados incompetentes. A turma do Festeja Grande ABC é incorrigível. Faz de Grana fantoche.
Poderia escrever hoje sobre o assunto, mas vou fazer um pouco de suspense e de marketing. Quero que, entre outros, a secretária de Desenvolvimento Econômico de Santo André (acredite quem quiser) Oswana Fameli, vice-prefeita e indicada pela Acisa (Associação Comercial e Industrial de Santo André) para ocupar os dois cargos, tenha mais um tempinho para pesquisar e responder ao meu desafio.
Ou seja: que saia da toca e se apresente à sociedade com iniciativas que visem a iniciar uma jornada de superação. Sem essas bobagens que os jornais publicam porque há acertos publicitários para dar corda a fantasias ou porque os jornais perderam o senso de prioridade e insistem em desprezar o passado de promessas que jamais se cumprem.
Mas, no fundo, no fundo, a secretária Oswana Fameli, que se destaca entre os homens e mulheres porque está sempre com guarda-roupa novidadeiro, embora de gosto duvidoso nas cores, nos modelos e nas dimensões para a fase balzaquiana de sua existência, no fundo, no fundo, dizia, a secretária carrega a menor dose de responsabilidade por ocupar um cargo que, fosse o prefeito Carlos Grana minimamente competente, destinaria a alguém que representasse um colegiado de alto nível.
Peça quase decorativa
Oswana Fameli é uma apenas uma peça quase decorativa de gosto duvidoso na área econômica. Há outras peças menos ou mais decorativas na Administração Carlos Grana, condomínio de interesses políticos, partidários e econômicos que virou sarapatel de promessas e lorotas.
Grana caminha celeremente para se tornar, apesar de todo o suporte do governo federal petista, o pior prefeito das últimas décadas de uma Santo André esfacelada economicamente. Um feito e tanto. A concorrência de João Avamileno e Aidan Ravin é forte. Desconsidere-se o exuberante desempenho de Celso Daniel. Não se pode utilizar qualquer métrica que tenha Celso Daniel como referência. O massacre seria automático. Carlos Grana deve concorrer com antecessores imediatos para que a grandeza de sua mediocridade seja mensurada conforme ele merece. Ter Celso Daniel como sparing virtual enobreceria o patético.
Também deve ser compartilhada a responsabilidade (ou irresponsabilidade) administrativa da gestão Carlos Grana no campo econômico com a diretoria da Acisa, que meteu cabeça adentro do prefeito a proposta mais que furada de que teria competência para lhe dar consistência na área.
A Acisa jamais se destacou como instituição capaz de construir cenários econômicos que apontassem o rumo de Santo André. Não se conhece um paper qualquer, em mais de 70 anos de história, que tenha elementos informativos e analíticos que encaminhassem propostas de potencialização e de regeneração do tecido econômico da cidade. A Acisa sempre foi uma fortaleza ideológica de centro-direita, opondo-se às iniciativas de Celso Daniel. Virou casaca por oportunismo despudorado. Tanto que não assumiu qualquer compromisso formal com a gestão petista para introduzir um plano de recuperação econômica de Santo André. Tudo foi feito açodadamente. A escalação de Oswana Fameli, vice-presidente licenciada da entidade, é uma peça acusatória à direção da Acisa.
Soma de efeito contrário
A Acisa é uma soma de individualidades de resultados negativos, porque as amarras corporativas e os interesses cruzados transformam dois mais dois em menos quatro. E foi como esse tipo de aliado que Carlos Grana acreditou ter encontrado o caminho da salvação econômica. Ou então foi conscientemente induzido a uma fórmula de composição sem representatividade social.
Qualquer estudo sério e independente que ouça para valer os comerciantes e prestadores de serviços de Santo André detectará o quanto a Acisa é ineficiente quando se tratar de interlocutora do Poder Público em busca de soluções para os inúmeros problemas dos empreendedores do Município. As entidades assemelhadas da região não fogem à regra.
Nem os próprios dirigentes da Acisa estão satisfeitos com a parceria com a Administração Carlos Grana. Há divisões internas profundas. Quem está no governo Grana, em função de acertos de bastidores, se refestela. Quem está fora por convicção ou porque foi barrado da farra petista, age em silêncio opositor. Não se expõem porque temem que a presidência da Acisa de Evenson Dotto, herdeiro do Diário do Grande ABC e que, apesar das mudanças diretivas do jornal, com Ronan Maria Pinto no comando, ainda tem espaçozinho para se apresentar como elemento de pressão, uma pressão diplomática, sorridente.
Tudo isso e tantas outras coisas querem dizer o seguinte: a economia de Santo André muito improvavelmente sairá da pasmaceira em que se encontra há muito tempo, porque há gente incompetente demais a mandar muito enquanto a sociedade se cala. A Acisa de Evenson Dotto assim como a OAB de Fábio Picarelli, entre outras instituições, faz parte do Festeja Grande ABC, a turma que sabe que o barco está afundando mas age em sentido unilateral de se proteger com balões infláveis que supostamente a sustentará muito próxima da ilha de fantasia do Paço Municipal.
Aguardem pela edição de amanhã de CapitalSocial. Quem acha que estou exagerando neste novo texto, provavelmente vai mudar de impressão. Sou generoso demais com tantos descasos.
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13/11/2024 Diário: Plano Real que durou nove meses (33)