Imprensa

Quando Luiz Marinho vai topar
responder sobre Aeroportozão?

DANIEL LIMA - 04/07/2014

Continuo à espera de respostas do prefeito Luiz Marinho sobre o anedótico Aeroportozão que anunciou construir aos quatro ventos nos mananciais de São Bernardo. Aeroportozão é um aeroporto internacional à altura ou mesmo superior à Cumbica, conforme foi anunciado pelo Diário do Grande ABC e pelo ABCD Maior em outubro de 2011. Marinho tem uma porção de esclarecimentos a prestar. A Entrevista Indesejada que anunciei estar preparando para o prefeito petista não tem nada a ver com o Aeroportozão. Aeroportozão exige entrevista específica, tão disparatado que é.


 


Não estou a pegar no pé do prefeito de São Bernardo como alguns podem suspeitar só porque ele me chamou outro dia de imbecil. Me chamou de imbecil porque estou a desafiá-lo a levar adiante esse megalomaníaco Aeroportozão. Marinho, como se sabe, tem o vício de sindicalismo de resultados. Ele foi doutrinado a mandar e a desmandar nos acertos com as montadoras de veículos durante muitos anos, tendo as costas largas de trabalhadores em estado de guerra e de greve. Marinho tem o hábito de achar que pode mandar em todo o mundo porque tem as costas largas. E que por isso mesmo é o dono da pauta.


 


Não estou pegando no pé de Luiz Marinho, repito. Estou é apertando a jugular de quem se acha soberano, embora não faltem informações e testemunhas constrangidas de que em muitas reuniões do secretariado quem dá as cartas mesmo é a primeira dama Nilza de Oliveira, também secretária de algo que poderia ser sintetizado de Orçamento Participativo. Como todos sabem ou deveriam saber, Orçamento Participativo é um instrumento pelo qual o povo reduzido a alguns moradores do bairro, cabos eleitorais e comissionados, imagina que poderá definir os destinos do território em que mora. Quirelas são distribuídas para sugerir que o povo participa para valer. E a primeira dama dá entrevistas que enaltecem a grandiosidade democrática petista.


 


Fosse o prefeito Luiz Marinho minimamente compenetrado de que não é o dono do Paço Municipal, as tratativas de bastidores que pretendem trazer para São Bernardo uma pistazinha de pouso que beneficiará investidores escolhidos a dedo fariam parte do cardápio de transparência informativa. Mas quem disse que Luiz Marinho joga para valer o jogo do contraditório? A arte da dissimulação não lhe pode ser atribuída como marco zero da política brasileira, mas ele aperfeiçoou a semântica de transformar o opaco em transparente.


 


Vou insistir nas perguntas que formulei a Luiz Marinho sobre o Aeroportozão de São Bernardo. Como me defini um completo imbediota, mistura de imbecil atribuída a mim pelo prefeito e de idiota que me autodefini, sigo a acreditar que o prefeito de São Bernardo fala sério quando se refere ao Aeroportozão. Os questionamentos que se seguem, portanto, têm total fundamentação.


 


Perguntas reproduzidas


 


a) Qual é a dimensão da área supostamente reservada para receber o Aeroportozão tão difundido?


 


b) O espaço, enquadrado na legislação de proteção ambiental, terá suficientes mecanismos de sustentabilidade para impedir desmandos e desastres ecológicos?


 


c) Quem são os parceiros capitalistas do empreendimento anunciado e como eles chegaram à Administração Municipal?


 


d) Esses parceiros capitalistas atuarão de forma autônoma, sem qualquer relação legal com a Prefeitura, ou serão parceiros que dividirão recursos e responsabilidades?


 


e) Por que, até agora, projeto executivo pronto segundo o próprio prefeito, não foram divulgados todos os detalhes das negociações?


 


f) Como essas negociações com empreendedores privados escolhidos a dedo se deram sem que a ética e a moralidade pública fossem preservadas?


 


g) Qual o histórico de propriedade da área em que se pretende plantar o Aeroportozão? Quem eram e quem são os atuais proprietários?


 


h) Como assegurar que a área reservada não faz parte de uma negociata imobiliária previamente concatenada para beneficiar irregularmente os agentes responsáveis pelo negócio?


 


i) A quem pertencem as áreas no entorno do anunciado empreendimento?


 


j) Como explicar que um administrador público e assessores atuem politicamente no governo federal para abrir espaço no território local a um empreendimento que favorecerá um grupo empresarial até agora desconhecido sem que isso dê claros sinais de ações nada republicanas?


 


k) Como o prefeito pretende sensibilizar as instâncias legais e também as representações sociais na demolição da estrutura de preservação dos mananciais tendo-se em vista que, em Parelheiros, na Zona Sul da Capital, projeto menos ambicioso está sendo obstado pela comunidade e também pela legislação municipal?


 


l) Quem o prefeito designou para defender os interesses da Administração junto aos empreendedores?


 


m) Se o projeto goza de legitimidade moral e ética, por que razão até agora não foi detalhado à sociedade, sobretudo numa entrevista coletiva com amplas possibilidades de contraditórios?


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