A Administração petista, no comando de Santo André desde 1997, com intervalo de quatro anos do petebista Aidan Ravin, segue perdidíssima na pretensa pavimentação do desenvolvimento econômico. É o que vamos mostrar e provar num artigo que estamos preparando para publicar nesta segunda-feira. Vamos explicar que a proposta do prefeito Carlos Grana, de incentivar a ocupação industrial da Avenida dos Estados, dinamitando o projeto Eixo Tamanduatehy deixado por Celso Daniel, não passa de requentamento com 14 anos de atraso.
Não se poderia esperar outra coisa de uma Administração municipal que escalou à Secretaria de Desenvolvimento Econômico uma empresária do setor de Educação, Oswana Fameli, indicada pela Acisa (Associação Comercial e Industrial de Santo André) que, durante toda a trajetória de mais de 70 anos, jamais ofereceu à sociedade um plano minimamente bem acabado como proposta de organização do tecido econômico do Município.
Santo André perde de goleada em qualquer competição que tenha como foco o enfrentamento ajuizado, previdente e competente das sacolejadas macroeconômicas. Santo André é um boxeador à beira do nocaute infligido por concorrentes que bem ou mal preparados sempre estão um golpe adiante. Por isso grande parte da população economicamente ativa migra diariamente a outros endereços municipais. Nada pior para quem precisa reconstruir sua própria identidade.
O Eixo Avenida dos Estados que a Prefeitura de Santo André anuncia como grande novidade não passa de blefe de marketing. Provavelmente feito sob encomenda, deverá premiar uma ou outra empresa previamente de olho naquele corredor viário e que, também possivelmente, contará com benefícios nem sempre transparentes.
Aliás, o próprio prefeito petista ainda recentemente disse ter sido procurado por um ou outro empresário disposto a ocupar espaço físico naquela avenida que, com a chegada da Anchieta, foi jogada às traças de investimentos estratégicos. Virou um encadeamento de galpões industriais vazios, quando não utilizados precariamente.
Especulação imobiliária
Também não se pode retirar a alça de mira da especulação imobiliária o anúncio prévio de que a Avenida dos Estados passará por cirurgias de uso e ocupação do solo. O negócio funciona mais ou menos assim: a iniciativa amplamente divulgada incrementa jogo de interesses do mercado imobiliário que, a partir de então, mobiliza-se para acelerar a engrenagem de valorização do metro quadrado. Quando se sabe que o Secretário de Habitação e Desenvolvimento Urbano de Santo André é um empresário do ramo imobiliário, o entendimento da operação fica mais claro.
Vamos mostrar na edição desta segunda-feira que a economia de Santo André patina há três décadas, particularmente porque o setor industrial foi pulverizado com deserções e desativações contínuas sem que gestores públicos tenham se preocupado para valer.
Entre o estardalhaço de anúncios corretivos e a execução das medidas o que restou são buracos negros. A exceção à regra durante algum tempo foi o prefeito Celso Daniel, que deixou o Eixo Tamanduatey de legado para ser ocupado harmoniosamente entre setores industriais ambientalmente responsáveis, atividades comerciais, atividades de serviços e habitações. Carlos Grana quer transformar a Avenida dos Estados num salve-se-quem-puder de ocupação industrial. Deverá contar com o suporte do Legislativo, sempre omisso quando não interesseiro em se dobrar ao Executivo da vez.
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