Imprensa

Desafio a Bigucci: submeter dados
imobiliários a auditores externos

DANIEL LIMA - 10/11/2014

A Associação dos Construtores e Incorporadores do Grande ABC precisa superar um obstáculo intransponível para não continuar a merecer a denominação de Clube dos Especuladores Imobiliários do Grande ABC. Trata-se de, em nome da ética e da realidade dos fatos, submeter o suposto banco de pesquisas sobre o comportamento do setor a uma auditoria externa independente. Nada mais justo e honesto para acabar com a farra de manipulação em detrimento da economia popular.


 


Essa é uma entre muitas novas perguntas que CapitalSocial prepara para enviar nesta terça-feira ao dirigente Milton Bigucci, que comanda aquela entidade há um quarto de século. Uma auditoria externa independente monitorada por um grupo de representantes da sociedade civil da região é a prova de fogo que dinamitirá a ação criminal por difamação que Milton Bigucci move em nome da entidade contra este jornalista. O milionário dirigente não suporta o pressuposto de que a responsabilidade coletiva implícita da atividade de comunicação social exige vigilância sobre organizações com fortes implicações socioeconômicas, caso do mercado imobiliário.


 


As novas perguntas que serão encaminhadas nesta terça-feira a Milton Bigucci são a sexta de uma série iniciada em setembro de 2010. A resposta de Milton Bigucci a todas as iniciativas anteriores de CapitalSocial foi sempre a mesma: omissão completa seguida de ação cível e criminal na Justiça. Nada mais semelhante ao modelo bolivariano destes tempos. Em vez de luz informativa, Milton Bigucci prefere manipulações no Judiciário. O empresário envolvido com denúncias de corrupção e de abuso contra os adquirentes de imóveis não suporta o contraditório. Como a Província do Grande ABC é um cemitério de iniciativas contra ditadores de plantão, este jornalista luta praticamente sozinho contra as malversações do dirigente.


 


Peça judicial


 


A solicitação de uma auditoria externa independente constará da peça de defesa judicial que este jornalista prepara contra a nova investida ditatorial de Milton Bigucci -- agora em nome do Clube dos Especuladores Imobiliários do Grande ABC -- na tentativa de penalizar o responsável por esta revista digital. A ação criminal é mais uma medida retaliatória do empresário para cercear o direito à informação independente tão rara na Província do Grande ABC.


 


Liberdade de imprensa e liberdade de expressão não constam do léxico de relacionamentos de Milton Bigucci com a mídia independente. O empresário tem se valido do poder econômico para tentar constranger este jornalista em instâncias judiciais nem sempre atentas à realidade dos fatos na Província do Grande ABC. As artimanhas para criminalizar o jornalista são um arsenal de esperteza.


 


O Clube dos Especuladores Imobiliários não é uma denominação pejorativa, como entende o dirigente. CapitalSocial assume o compromisso público de voltar à marca anterior de Clube dos Construtores e Incorporadores do Grande ABC (Acigabc, ou Associação dos Construtores.... é uma coisa horrorosa em termos jornalísticos) caso Milton Bigucci aceite a proposta de abrir as planilhas (planilhas?) que dão respaldo aos frágeis dados estatísticos do comportamento do setor imobiliário na região, e, evidentemente, caso os resultados dos auditores corroborem com as informações oficiais. Nada mais improvável.


 


Com a segurança de quem conta com fontes de informações que conhecem bem o funcionamento da emperrada máquina de produzir estatísticas do Clube dos Especuladores Imobiliários do Grande ABC, CapitalSocial assegura que a credibilidade daquela organização ruirá de vez.


 


Cinco anos, o limite


 


A empreitada de auditores independentes deve abranger os últimos cinco anos, sob rigores compatíveis com a relevância do setor imobiliário, parte integrante da cesta básica de comprometimento financeiro de milhares de proprietários de moradias e de escritórios comerciais na região.


 


As ações de Milton Bigucci no comando da entidade, contando com a receptividade da mídia, configuram atentado à cidadania informativa. Uma auditoria independente vai exibir todas as vísceras de um sistema de dados que não comporta a denominação de pesquisa porque flerta entre o rudimentar e o deslavado corporativismo.


 


CapitalSocial não chegou à denominação Clube dos Especuladores Imobiliários por obra e graça de suposta perseguição que moveria contra o empresário Milton Bigucci, como ele alega em instâncias judiciais. E tampouco porque tem prazer em rebatizar entidades. A estratégia do milionário empresário da construção civil é descaracterizar os atos ilícitos do Clube dos Especuladores Imobiliários, frequentado por número reduzidíssimo de dirigentes. A maioria debandou há muito anos após persistentes gestões autocráticas de Milton Bigucci.


 


A composição do grupo de representantes da sociedade regional que acompanharia detalhadamente os trabalhos de auditoria das supostas pesquisas divulgadas pelo Clube dos Especuladores Imobiliários poderá ser arbitrada pela OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) de São Bernardo, Município no qual está instalada a sede da organização comandada por Milton Bigucci.


 


Santo André não vale


 


Abrir informações técnicas e metodológicas às demais unidades da OAB da região poderia ser complementação interessante, dada a regionalidade da atuação deletéria do Clube dos Especuladores Imobiliários. Entretanto, a entidade dos advogados em Santo André está sob suspeição, porque seu presidente, Fábio Picarelli, atuou como testemunha de Milton Bigucci numa ação pessoal movida contra este jornalista por conta de críticas à atuação da entidade do mercado imobiliário. Foi uma maneira de Fábio Picarelli estreitar relacionamento com o poderoso empresário mesmo que a custa de uma gigantesca incoerência doutrinária da OAB que consiste, entre outros pontos, no direito constitucional de liberdade de expressão e liberdade de imprensa.


 


Os leitores de CapitalSocial tomarão conhecimento amanhã, terça-feira, do conjunto de questões enviadas a Milton Bigucci, a maioria das quais diferentes das cinco tentativas anteriores de ouvir o empresário. Sim, Milton Bigucci já fugiu de cinco entrevistas a esta revista digital. Por isso mesmo é melhor não acreditar no sucesso da empreitada favorável à transparência da gestão do Clube dos Especuladores Imobiliários.


 


Provavelmente mais uma vez Milton Bigucci desdenhará da iniciativa porque entende que há sempre mais possibilidades de enganar o distinto público com sofismas transformados em instrumento de acusação no Judiciário nem sempre atento aos fatos regionais.


 


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