Candidato à presidência da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) de São Paulo, João Biazzo Filho mandou um recado que deve ter servido como carapuça a Fábio Picarelli, presidente da entidade em Santo André. Biazzo disse com todas as letras (e está na manchete do Diário do Grande ABC) que a instituição está partidarizada diante da acomodação no poder, citando nominalmente o presidente da diretoria paulista, Marcos da Costa, como praticante de trampolinagem política.
Duvido que Fábio Picarelli não tenha ficado ruborizado ante as declarações daquele candidato à Ordem. O direito constitucional de candidatar-se à Prefeitura de Santo André -- como pretende e alardeia com a dissimulação dos políticos profissionais -- não poderia atropelar a ética no exercício da presidência daquela instituição supostamente apartidária.
Mais que desprezar a ética ao partidarizar e politizar a atuação na OAB de Santo André, Fábio Picarelli praticou picaretagem também. Se tivesse que passar pelo corredor de questionamento independente e socialmente responsável de algum organismo que confrontasse a teoria e a prática nas declarações que lançou à Imprensa ao longo do período de dois mandatos ainda incompletos, Picarelli seria apeado do cargo.
Falso paladino
O dirigente da OAB de Santo André se levantou como paladino contra o que chamava de corrupção em Santo André. Chegou a montar um grupo para fiscalizar a Administração Carlos Grana. Tudo não passou de jogo de cena. A comissão virou pó e o discurso pela transparência no uso de recursos orçamentários públicos caiu no esquecimento. Negociou descaradamente a inútil Ouvidoria de Santo André com a gestão petista e acabou se dando muito mal porque o indicado lhe virou as costas e ainda lhe arrumou uns galhos indelicados de traição.
As pancadas verbais distribuídas na reportagem do Diário do Grande ABC de hoje pelo concorrente à OAB de São Paulo mostram bem o estado de esfarelamento que toma conta daquela instituição. Afirma Biazzo que a proposta essencial do projeto oposicionista é “devolver a independência da instituição, desvinculando-a do meio político e do interesse em se perpetuar no poder” -- ao referir-se aos 12 anos seguidos de mando da atual representação.
Biazzo é objetivo: a instituição passou a ser usada para outros objetivos de seus líderes. “Prova disso é que o ex-dirigente (Luiz Flávio D’Urso, PTB) era vice do (Celso) Russomanno (PRB) à Prefeitura da Capital em 2012. E esse grupo (apoiado pelo petebista no pleito interno de três anos atrás) permanece no comando”, afirmou.
Apenas marketing
Uma das armas de marketing de Fábio Picarelli para sensibilizar parceiros políticos em busca de uma vaga que o coloque de alguma forma no Executivo de Santo André após as eleições do ano que vem não passa mesmo de embromação. As dezenas de comissões temáticas montadas na OAB de Santo André são uma árvore frondosa de ilusionismo, porque não mais que uma ou outra cumpre para valer o cronograma de projetos. A OAB de Santo André virou um ramal de interesses pouco transparentes e com baixa participação em ações substantivas que contribuiriam para mudar a cara e a alma de uma cidade que passa por contínua perda de identidade.
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21/01/2025 PAULINHO, PAULINHO, ESQUEÇA ESSE LIVRO!