O empresário Marcus Santaguita é o novo presidente do Clube dos Construtores e Incorporadores do Grande ABC. Ele vai tomar posse em primeiro de janeiro e sabe muito bem o que tem pela frente. São mais de duas décadas de constante fragilização de uma entidade cujo peso econômico não se reflete em medidas de integração com os próprios empreendedores do setor e também com a sociedade. O Clube dos Construtores e Incorporadores, oficialmente Acigabc, chegou a tal ponto de descarrilamento operacional que nem sequer o processo eleitoral que levou Marcus Santaguita à presidência foi noticiado no próprio site da entidade. Como não consta até agora do mesmo site. Nada mais desrespeitoso com a nova diretoria eleita.
É por essas e outras razões que tratamos a entidade de Clube dos Especuladores Imobiliários. Num voto de confiança à nova diretoria, voltamos à marca anterior, de Clube dos Construtores e Incorporadores. Tanto quanto chamamos o Consórcio de Prefeitos de Clube dos Prefeitos. E a Anfavea de Clube das Montadoras. Nada que não seja pedagogia jornalística para facilitar o entendimento dos leitores.
CapitalSocial vai entrevistar Marcus Santaguita ainda nesta semana. Conversei pela primeira vez, por telefone, com Santaguita, na semana passada. Voltamos a conversar rapidamente anteontem e ontem para acerto de agenda. Estou muito esperançoso sobre os rumos da entidade. O desenho preliminar que visa minimizar o presidencialismo estatutário parece consolidado. O autoritarismo do antecessor vai ficar no passado -- garantem vários empresários do setor agora dispostos a retomar participação associativa.
Milton Bigucci só me interessa em larga escala como dirigente de um setor importantíssimo ao conjunto da sociedade. Como empresário que cometeu deslizes sua importância é bem menor e mesmo assim porque está diretamente relacionado ao cargo institucional. Como pessoa física, que jamais me interessou, como não interessa quem quer que seja, não existe nada a acrescentar.
Rebaixamentos contínuos
A Marcus Santaguita a troca de comando no Clube dos Construtores e Incorporadores deve ter o mesmo significado que o de um técnico contratado para dirigir um time esfacelado. As probabilidades de obter sucesso serão sempre maiores do que substituir um técnico que deixou o cargo após ser campeão. Milton Bigucci é um técnico de time reincidentemente rebaixado. Está na Quinta Divisão em matéria de credibilidade e competência.
Vão notar os leitores que não existiu jamais algo que se deslocasse ao campo pessoal quando tratei da presidência de Milton Bigucci tanto no então Clube dos Especuladores Imobiliários como à frente do conglomerado MBigucci. São ossos do ofício direcionar baterias a alvos institucionais importantes. Fosse presidente do Clube dos Passarinheiros provavelmente Milton Bigucci jamais seria sequer citado neste espaço. Exceto se promovesse passarinhada aos amigos na mansão no Guarujá.
Os próximos tempos do mercado imobiliário da região prometem novidades. Tomara que uma das primeiras providências do novo presidente seja dar transparência à metodologia das pesquisas que detectam o comportamento do setor na região. As informações que colocam a modalidade entre a invencionice e a improvisação não precisam ser confirmadas pelo novo presidente. Já as medidas que visem tratar os consumidores de informação com respeito estão adiante de qualquer outra coisa.
Também seria extraordinário se o Clube dos Construtores e Incorporadores constituísse comissão de ética com gente séria da sociedade, estabelecendo rigoroso plano que vise colocar a atividade mais próxima possível da lisura republicana, principalmente nas relações com o Poder Público. Dizem que Marcus Santaguita é um jovem empreendedor de valor. Tomara que não perca a grande oportunidade que a vida em sociedade lhe proporciona: transformar o caos em algo factível com o que se convencionou chamar de responsabilidade social.
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21/01/2025 PAULINHO, PAULINHO, ESQUEÇA ESSE LIVRO!