Sociedade

Clube dos Construtores acaba
com presidencialismo esticado

DANIEL LIMA - 10/12/2015

Vamos revelar aos poucos o que se passará ou poderá se passar no mercado imobiliário da Província do Grande ABC a partir de janeiro, quando a nova diretoria do Clube dos Construtores e Incorporadores, presidida pelo empresário Marcus Santaguita, vai tomar posse.


 


Para começar, uma notícia que equivale a um presente antecipado de Natal: a entidade não esticará mais e de forma indefinida o comando presidencial.  Caso como o do ainda presidente Milton Bigucci, há 21 anos seguidos no cargo, não existirá mais.


 


E verdade seja dita, porque a verdade sempre é bendita: Milton Bigucci colaborou durante a fase de reformulação do estatuto para que se aprovasse a mudança. Sinal de que reconhece que longevidade castrista não é boa conselheira. Não se conhece exemplo de exercício continuado de comando institucional sem herança desastrosa. Rotatividade presidencial não é pó de pirlimpimpim, mas reduz fortemente a vulnerabilidade de organizações coletivas com responsabilidade social. Como é o caso do Clube dos Construtores.


 


Há mais novidades sobre a entidade sediada em São Bernardo, mas ainda contamos com tempo até o final do ano para revelá-las. Certo é que tudo indica que os próximos dois anos daquela organização, tempo do primeiro dos possíveis dois mandatos seguidos de Marcus Santaguita, serão interessantes.


 


Liderança institucional


 


Há consenso dos dirigentes que assumirão cargos juntamente com Santaguita: a entidade precisa de medidas transformadoras para se tornar o que se planeja a médio prazo: um exemplo de institucionalidade a ser seguido numa região em que organizações de classe estão esclerosadas e são emblemáticas do estágio de definhamento econômico e social que as estatísticas provam e o ambiente comprova.


 


O combate ao presidencialismo esticado que Milton Bigucci exercitou de forma contraproducente porque coincidiu com o esvaziamento institucional do Clube dos Construtores foi um dos pontos vitais da plataforma dos novos dirigentes. As informações que dão conta de que Milton Bigucci não só não se opôs como colaborou à aprovação da medida indicariam que o dirigente estaria mesmo se afastando da entidade. Tanto que não ocupará qualquer posto diretivo. Apenas um membro da família Bigucci, Milton Júnior, estará representado no quadro diretivo. Uma situação bem diferente de outros tempos. Chegou-se a estágio de concentração familiar que envolveu quatro representantes do conglomerado empresarial de Milton Bigucci.


 


Fora do site


 


Embora vários dos novos dirigentes tenham sido ouvidos, prevalece ambiente de discrição sobre a mudança de comando no Clube dos Construtores e Incorporadores. Tem-se que a relação entre o presidente que sai e o presidente que está pronto a entrar é saudável. Entretanto, não faltam informações que os colocam em polos não necessariamente conflitivos, mas menos à vontade e próximos do que se pretenderia. Até agora o site da associação não publicou qualquer notícia sobre o resultado da eleição da nova diretoria, realizada no último dia 30.


 


Trata-se de omissão que gera desconforto. O processo sucessório no Secovi, entidade à qual o Clube dos Construtores está vinculado, virou notícia com destaque no mesmo site um dia depois da eleição. Não há sustentação técnica à omissão da notícia no endereço eletrônico oficial do Clube dos Construtores -- há quase que diariamente inserção de informações do mercado imobiliário.


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