Com os 32 textos produzidos no mês passado, já ultrapassei a dois milhões de caracteres nesta temporada. São 297 artigos autorais, ou seja, movidos por arbítrio próprio. Quem pensa que é muita coisa não sabe da missa um terço. É muito mais que isso. É uma loucura. Vou dar uma ideia mais precisa do significado do volume de análises que já levei aos leitores neste ano. Peguem este artigo completo, com 8.614 caracteres, e dividam por 2.079.000 caracteres (o total em nove meses). Basta apanhar o resultado da divisão (241) e multiplicar pelo total de caracteres deste artigo. Pronto, chegamos à produção física nesta temporada.
Faço um balanço mensal da produção editorial que tenho mantido a custa de muito empenho e concentração total durante determinado período do meu dia a dia porque os leitores eventuais e mesmo os leitores nem sempre assíduos podem ter a oportunidade de recuperar meus trabalhos.
Não produzo texto que não tenha pelo menos mil caracteres. Sou totalmente contrário à maré do reducionismo burro que impregnou as redes sociais. E não me arrependo. Qualquer dia desses vou escrever sobre uma novidade no Primeiro Mundo. Diz respeito ao lançamento de uma nova ferramenta tecnológica voltada exclusivamente a artigos, ensaios e análises mais longas disponíveis nos sites tradicionais de notícias.
Aliás, por falar em sites tradicionais de notícias, observa-se a cada dia nova tendência – alongar mais detalhadamente as informações e, com isso, atender aos apelos de leitores inconformados com o conteúdo fastfoodiano tão defendido por quem tem preguiça de ler.
Jornalismo fastfoodiano
Chegamos a tamanho estágio de empobrecimento de jornais impressos – mesmo as publicações mais consagradas foram atacadas pelo corte contínuo de custos – que os sites das grandes publicações estão cada vez mais direcionados a conquistar leitores insatisfeitos com notícias rasas. Mais que rasas, improdutivas no sentido de estabelecerem vínculos permanentes com os leitores e, mais ainda que isso, despertarem um conjunto de valores que caracterizam o fortalecimento da cidadania sem vieses retrógrados.
O jornalismo fastfoodiano que, por exemplo, domina a Província do Grande ABC, é uma combinação de textos mal-ajambrados, lateralidade informativa, escassez de conhecimentos agregados, desconsideração do contexto histórico e imensa cautela judiciária a tolher a criatividade e a investigação. Ou seja: nosso jornalismo provinciano supera largamente as deficiências das grandes publicações diárias impressas sem ao menos oferecer aos leitores um tiquinho de possibilidade de os atenderem com algum tipo de inovação.
O jornalismo da Província do Grande ABC é, portanto, de mesmice contaminadora. Eventuais exceções só confirmam o desassossego de quem quer muito mais que ver em forma impressa o que já está mais que cansativamente informado nos meios digitais.
Candidatos à vontade
Peguem as eleições municipais como exemplos. O que mais tivemos foram informações que atenderam plenamente aos interesses dos candidatos. Raríssimos foram os questionamentos relevantes. Nem pensar numa agenda propositiva que comprometesse os concorrentes e os eleitos com o futuro. Chegamos ao fundo do poço em matéria de descompasso com os anseios da sociedade. Os leitores não se sentem representados pelos jornais impressos e digitais locais porque os entendem como extensão de grupos econômicos e políticos estacionados nos poderes públicos.
Em setembro, conforme se pode verificar nos títulos abaixo que retratam a produção, redigi vários textos para a Editoria de Política e também de Administração Pública. Fiz novo balanço sobre a gestão do petista Luiz Marinho --- aquele que pintou como provável sucessor de Celso Daniel em temas que privilegiariam a regionalidade. Dei bordoadas nas unidades da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) da região, totalmente omissas nas eleições. Comentei uma pesquisa do DataDiário sem me preocupar em ser politicamente correto com a publicação, numa repetição, aliás, de tantos outros artigos. Projetei 700 mil votos sucateados no primeiro turno das eleições municipais, e errei por margem escassa.
Enfim, escrevi bastante e acredito que substantivamente sobre aspectos políticos e administrativos da região. Sem contar outros temários. Como o Caso Celso Daniel, a propósito da morte de Sérgio Gomes da Silva, seletivamente esculhambado pela força-tarefa do Ministério Público Estadual que se apropriou de um codinome (Sombra) reservado carinhosamente a alguns amigos mais próximos, deslocando-o à maledicência criminal.
Fonte de cidadania
O jornalismo regional com o qual sonho está a léguas de distância da Província do Grande ABC. Aliás, está a léguas de distância também em outras regiões do País. Mais que isso: não é praticado em nenhuma área geoeconômica representativa do País porque exigiria rompimentos com delinquentes sociais que formam espessa rede de controle da sociedade desorganizada.
Por isso que, mais que os mais de dois milhões de caracteres analíticos já digitados nesta temporada, esta publicação digital vale mesmo pelo conteúdo sincronizado com a extensão dos tempos. CapitalSocial não passa de consequência natural de 51 anos de carreira deste profissional. Não existiria sentido algum em promover arranjos acomodatícios.
Os petistas que tanto me abominam porque não dou refresco ao desgoverno federal que nos impingiu a maior recessão da história são os mesmos petistas que vibram quando escrevo sobre o caso Celso Daniel. É assim que funciona o jornalismo cujo agregado de valores conceituais vem de longa data e está transparentemente exposto no acervo desta publicação.
Embora não falte quem pretenda nos obstar nessa caminhada informativa, deveremos chegar até o final do ano a 2,8 milhões de caracteres de pura regionalidade. Personalizados. Múltiplos tematicamente. Acho que cumpro meus deveres de jornalista. Os bandidos sociais detestam, claro.
Vejam as matérias de setembro:
08/09/2016 - Um ano a cada dia, até atingir a meta de migração integral (Imprensa)
01/09/2016 - Sobe para 265 o total de textos desta temporada. Vem mais (Imprensa)
13/09/2016 - Marinho fracassa na tentativa de reciclar legado de Celso Daniel (Administração Pública)
12/09/2016 - Mercedes dá bolada por demissão e ninguém reage (Economia)
12/09/2016 - Mais três artigos críticos e o mesmo criminoso na praça (Imprensa)
09/09/2016 - OAB omissa nas eleições é comprovação de inutilidade (Sociedade)
15/09/2016 - Conheça as sete pragas da Província. Reaja se for capaz (Sociedade)
08/09/2016 - Quatro críticas e um criminoso: adivinhe quem é o criminoso? (Imprensa)
16/09/2016 - Lula aumenta possibilidade de PT atrapalhar Grana e Donizete (Política)
06/09/2016 - Cadê a UFABC no Ranking QS World? Está fora, claro! (Sociedade)
06/09/2016 - Que os sindicalistas intocáveis caiam na real, ou estamos fritos (Economia)
05/09/2016 - Quais candidatos topam 20 propostas reformistas? (Política)
02/09/2016 - DataDiário transforma margem de erro em margem de abismo (Política)
02/09/2016 - E o Escândalo do Semasa no Caso do Royale Residence? (Sociedade)
01/09/2016 - Tomara que DataDiário acerte mais neste ano (Política)
09/09/2016 - Previsão eleitoral: 700 mil votos sucateados na região (Política)
23/09/2016 - Sérgio Gomes à beira da morte inspira análise sobre ações do MP (Imprensa)
29/09/2016 - Eleições na Província: saída disponível é a especulação (Política)
28/09/2016 - Perdoa-lhes senhor, eles não sabem o que fazem (Caso Celso Daniel)
27/09/2016 - Quem vai se dar bem na Copa Paulista? O melhor é esperar (Esportes)
27/09/2016 - PT consegue façanha de recuar economia da região à Era FHC (Economia)
26/09/2016 - Manente vai esconder apoio do PT no segundo turno, claro! (Política)
14/09/2016 - Alex quer Tarcísio que quer Orlando que não quer Alex (Política)
23/09/2016 - UFABC improdutiva exalta resultado vexatório em ranking (Sociedade)
30/09/2016 - Prefeituráveis precisam saber que saída econômica é regional (Economia)
22/09/2016 - Prefeiturável faz uma proposta maluca. Ou é proposta genial? (Política)
21/09/2016 - Quem comprou o imóvel do São Judas Tadeu? Segredo (Sociedade)
20/09/2016 - Como eliminar Grana ou Aidan da disputa final em Santo André? (Política)
20/09/2016 - Um jornalista criminoso em novo artigo. Comparem (Imprensa)
19/09/2016 - Desafio a sindicalistas: abram produtividade das montadoras (Economia)
19/09/2016 - Um delegado que confirma a verdade de crime de ocasião (Caso Celso Daniel)
26/09/2016 - Um criminoso em liberdade e dois editoriais do Estadão (Imprensa)
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13/11/2024 Diário: Plano Real que durou nove meses (33)