Não poderia mesmo ser diferente, porque outubro é temporada de voto: dos 35 artigos publicados nesta revista digital no mês passado, mais de um terço, exatamente 13, referiram-se aos enfrentamentos eleitorais na região. Desde “Massacrado na Província, PT soma apenas 11,79% dos votos”, editado no dia três, até “Arrasado no segundo turno, PT perde tudo na Província”, do dia 31, procuramos sempre uma vereda de análise das disputas em quatro dos sete municípios cujos concorrentes foram levados ao segundo turno.
Agora, nesta temporada, contamos com 332 textos. É possível que a meta de 400 análises seja alcançada até a última semana do ano, em dezembro. Serão quase três milhões de caracteres.
“Política” é uma das editorias mais competitivas desta revista digital. Já são 463 matérias postadas ao longo dos anos. Nossa maior preocupação é fugir do lugar-comum do noticiário fastfoodiano. O que queremos é oferecer aos leitores um lado pouco ou quase nada explorado pela imprensa regional. Tentamos por assim dizer explicar o que os jornais impressos e digitais noticiam geralmente pela boca dos mais interessados e, por isso mesmo, suspeitos.
Não é porque outubro foi embora que as análises políticas de CapitalSocial vão desaparecer. Muito diferente disso. Na medida do possível vamos incorporar mais algumas avaliações sobre outubro e seus desdobramentos que também invadem a editoria de “Administração Pública”.
Estou com uma pauta engatilhada sobre os resultados nos quatro segundos turnos realizados na região, mas não vou antecipá-la. Vou fazer uma comparação entre os resultados para murchar um pouco a bola do que senti como empáfia do tucano Paulinho Serra.
Paulinho versus Celso Daniel
Não sei se é por responsabilidade indutiva dele ou do cordão de puxassacos que não falta nessas horas, mas observei nas declarações de Paulinho Serra certa propensão a se imaginar Celso Daniel – inclusive por ter contabilizado em números absolutos e relativos mais votos que o petista nas eleições de 1996. Se Paulinho Serra tiver mesmo essa pretensão é mais que certo que conviverá com terríveis dores de cabeça.
Nem Celso Daniel, se Celso Daniel viajasse nesses anos todos e aparecesse vivo, conseguiria ser Celso Daniel nestas alturas do campeonato na região e também em Santo André. Há fundas diferenças, para pior, entre a Província do Grande ABC que ficou no passado dos últimos dias de Celso Daniel e a Província do Grande ABC destes tempos de Paulinho Serra.
Quem se meter a besta e pretender passar a mão no legado do petista vai se trumbicar. Paulinho Serra não cometeria esse haraquiri. Se estiver inclinado a isso é melhor desistir. Um dia desses vou explicar as razões que me levam a sustentar que Celso Daniel do passado não daria certo no presente. Basicamente porque a Província do Grande ABC ingressou num estágio de institucionalidades inertes, quase catatônicas, do qual não sairá tão fácil, se conseguir sair. O que Celso Daniel deixou de mais precioso não foram propostas e obras físicas. Foi um conceito de regionalidade que segue atual. Não é sobre isso que Paulinho Serra tem se referido.
Paulinho ou Paulo?
Para terminar, ainda não decidi se estou disposto a seguir a procissão jornalística que adotou uma nova identidade no tratamento ao prefeito eleito de Santo André. Para a maioria saiu de campo Paulinho Serra de tantos anos e entrou Paulo Serra. Acho que o tratamento diminutivo deveria ter sido modificado há tanto tempo, mas há tanto tempo, que fico em dúvida sobre se agora é conveniente. Esse aparente paradoxo é mesmo intrigante.
Vou deixar para decidir o que fazer apenas no próximo ano. Não pretendo bagunçar a sistemática de busca dessa revista digital. Isso quer dizer que quando procurar “Paulinho Serra” não correrei o risco de não capturar os artigos relacionados a “Paulo Serra”. Se deixar para janeiro, me organizarei de tal forma que, ao efetivar a busca, “Paulo Serra” terá o ponto de largada em 2017.
Parece bobagem, mas é a tal escravatura tecnológica. Não posso dificultar as consultas que farei sobre o prefeito eleito de Santo André. Se o diminutivo sair de campo que saia a partir de uma data simbolicamente relevante – o dia em que será oficialmente diplomado prefeito de Santo André. Assim, quando pesquisar a atuação do futuro chefe do Executivo, saberemos que Paulo Serra é o indexador e facilitador da operação.
Mas, se querem saber, se fosse decidir hoje, agora, manteria “Paulinho Serra” porque consideraria que já é muito tarde para supostamente dar mais maturidade ao nome do candidato que mais votos colecionou na região nesta temporada. Quem sabe até o começo de janeiro resolva mudar de ideia sem atazanar incursões pela imensidão do acervo desta revista digital.
Agora, a reprodução de todos os títulos das matérias publicadas em outubro:
07/10/2016 - PT de Donisete Braga reage; PT de Carlos Grana estrebucha (Política)
17/10/2016 - O que esperar do São Caetano agora que o mata-mata chegou? (Esportes)
17/10/2016 - Versão farsesca da morte do prefeito vira livro (1) (Caso Celso Daniel)
14/10/2016 - Luiz Marinho consegue perder gol regional debaixo da trave (Administração Pública)
13/10/2016 - São Caetano pode ter melhor campanha se passar às quartas (Esportes)
13/10/2016 - Debandada industrial é caso gravíssimo em São Bernardo (Economia)
11/10/2016 - Marinho sai do armário direto para os braços de Alex Manente (Política)
03/10/2016 - Massacrado na Província, PT soma apenas 11,79% dos votos (Política)
10/10/2016 - Mata-mata antecipado revela São Caetano mais experiente (Esportes)
19/10/2016 - Versão farsesca da morte do prefeito vira livro (2) (Caso Celso Daniel)
07/10/2016 - Papa e Lava Jato apanham; Milton Bigucci é intocável (Imprensa)
06/10/2016 - PT é Alex; Alex é PT: tudo com que Morando sempre sonhou (Política)
06/10/2016 - Observatório vai vigiar a nova safra de prefeitos da Província (Imprensa)
05/10/2016 - Mais de um milhão de votos ainda sem donos na Província (Política)
05/10/2016 - Setembro eleva para 297 total de análises nesta temporada (Imprensa)
04/10/2016 - Erros petistas servem de lições aos conservadores da Província (Política)
10/10/2016 - Morando ou Manente vai piorar ideia de Marinho sobre museu? (Política)
24/10/2016 - São Caetano ganha mais que três pontos contra Bragantino (Esportes)
31/10/2016 - Arrasado no segundo turno, PT perde tudo na Província (Política)
28/10/2016 - Sobrou mesmice e faltou regionalidade nos debates (Administração Pública)
28/10/2016 - Haddad apanha, Meirelles apanha; e Bigucci apela (Imprensa)
28/10/2016 - Rio Preto lidera G-22 no Índice de Megainfraestrutura Urbana (Administração Pública)
27/10/2016 - Paulinho, Orlando, Atila e Lauro vão ganhar facilmente? (Política)
26/10/2016 - São Bernardo e Santo André entre piores assalariamentos (Economia)
18/10/2016 - Pau no PT, pau no Doria, e Bigucci se acha soberano (Imprensa)
25/10/2016 - Nordestinização da Província aumenta nos últimos oito anos (Economia)
18/10/2016 - Avisei (em 2014) que PT não faria o sucessor de Marinho (Política)
24/10/2016 - Grana micro-ondas derrota Paulinho Geladeira na Record (Política)
24/10/2016 - Versão farsesca da morte do prefeito vira livro (3) (Caso Celso Daniel)
21/10/2016 - Quem ganhou o debate? Alex Morando ou Orlando Manente? (Política)
21/10/2016 - MP do Trabalho pode acabar com os abusos do Super Grill (Sociedade)
20/10/2016 - Quem paga o preço salgado dos engodos imobiliários? (Sociedade)
19/10/2016 - Paulinho Serra já ganhou em Santo André, mas fala demais (Política)
31/10/2016 - Como São Caetano pode vencer a Ferroviária e chegar à decisão? (Esportes)
25/10/2016 - FPF atropela meritocracia na definição de jogos da Copinha (Esportes)
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13/11/2024 Diário: Plano Real que durou nove meses (33)