Na próxima semana vou apresentar a anunciada análise da edição de janeiro de 1997 da revista LivreMercado, publicação predecessora de CapitalSocial. Nestes dias pós-divulgação da iniciativa de resgatar o passado cheguei ao que acredito ser a melhor saída editorial para dar conta desse recado.
Não me limitarei a resgatar as principais matérias daquela edição e de tantas outras que virão para mostrar o que se passou nos últimos 20 anos na Província do Grande ABC – sempre sob a ótica daquela que foi a melhor publicação regional do País.
Vou devassar os textos publicados. A contextualização é importantíssima para que se compreenda a profundidade histórica do trabalho de um conjunto de jornalistas de primeira linha.
Considero muito importante o encaixe editorial desse trabalho de arqueologia jornalística. Acho até que o inigualável profissional de memória da Província do Grande ABC, Ademir Medici, do Diário do Grande ABC, poderia seguir ou mesmo aperfeiçoar o modelo que utilizarei nessa recuperação do passado.
Um novo impulso
Ademir Medici faz tanto sucesso com a página de todos os dias do Diário do Grande ABC que, supostamente, poderia dar novo impulso. Já imaginou se, em analogia com o que desenvolveremos aqui ao resgatar mês a mês as edições de LivreMercado, ele passe a analisar cada dia na Província do Grande ABC em 1997?
De forma prática: hoje o Diário do Grande ABC seria retratado por Ademir Medici não com o registro de algumas das manchetes da edição de 30 anos atrás, mas com o conjunto da obra de informações mais importantes publicadas à ocasião.
Sei lá se Ademir Medici gostará dessa abelhudice, mas acho que não cometo pecado algum ao sugerir a iniciativa. Sou seu leitor diário e como todo leitor diário tenho o direito de dar palpites. Se for descabido, que descarte, claro.
Como encontrei um espaço no cotidiano para fuçar as páginas de LivreMercado de janeiro de 1997 (e também dos meses subsequentes na medida do possível) posso assegurar aos leitores que a primeira empreitada reservada para a semana que vem vai ser muito interessante. A Reportagem de Capa com dois prefeitos que tinham acabado de deixar os respectivos paços municipais é sintomática do desenho municipalista da região.
Sincronismo permanente
A grande vantagem de LivreMercado é que ao longo da história vitoriosa (o que veio depois, até a descontinuidade, foi um arremedo de publicação, como estou cansado de afirmar), diferentemente dos demais veículos impressos da região, manteve sincronismo de abordagens que jamais deixaram de contextualizar a situação regional.
Melhor explicando: as matérias que alimentaram a fome de responsabilidade social da publicação jamais ou muito raramente desviaram-se dos desígnios do ideário de quem a conduzia editorialmente.
O fio condutor da regionalidade em todos os sentidos jamais sofreu avaria. Só foi benevolente demais com administradores públicos industrializadores de propostas que jamais se converterem em realidade. Daí, com base nessa dura experiência, ter decidido, este jornalista, criar há três anos o Observatório de Promessas e Lorotas.
Voltando à sugestão endereçada a Ademir Medici: estou ansioso para saber a reação desse grande profissional que, entre tantas virtudes, é meu irmão siamês nas cores futebolísticas. Quero o Diário do Grande ABC refletindo o Diário do Grande ABC de cada dia de 30 anos atrás. Não é pedir demais, embora possa parecer abuso de confiança.
O que posso fazer se tenho plena convicção de que o passado tão desprezado por tanta gente pode contribuir extraordinariamente para explicar o presente?
Além, claro, de proporcionar a oportunidade de alertar sobre os riscos de os grandes engodos se repetirem.
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