Imprensa

Dossiê para Morando e quem
quiser conhecer Marco Zero

DANIEL LIMA - 23/02/2017

Atendendo a pedidos dos leitores vou publicar nesta sexta-feira o dossiê que enviei há quatro anos ao Ministério Público Estadual em São Bernardo, inclusive à Corregedoria Geral do MP do Estado, sobre as irregularidades do leilão de área pública arrematada pelo empresário Milton Bigucci. Trata-se de documentação tão frondosa, minuciosa e detalhada que não existe explicação que retire a inapetência investigativa do terreno do surrealismo.

Entre as autoridades que receberão os textos originais das denúncias deste jornalista, os quais ganharam o formato de um pacote, está o prefeito recém-eleito de São Bernardo, Orlando Morando. A sugestão que acompanhará o material que baixará na caixa postal do prefeito é que designe servidores confiáveis a tomarem providências que o antecessor, petista Luiz Marinho, desprezou: apresente sem procrastinação e muito menos sem derivações pecaminosas a complementariedade material de forma que o MP de São Paulo seja instado à investigação de verdade.

Por que estou retomando a pauta que coloca o que chamo de Marco Zero da Vergonha na alça de mira das autoridades, depois de um tempo relativamente longo de frouxidão que culminou com o arquivamento pelo Ministério Público Estadual em São Bernardo? Porque é preciso testar até que ponto as autoridades públicas da região, mais especificamente de São Bernardo, vão continuar a dar de ombros ante a denúncia mais que robusta.

A reunião das cinco matérias que preparei entre 18 de fevereiro e 19 de março de 2013 é um calhamaço de 123.799 caracteres. Atender ao pedido de leitores que querem entender melhor o caso é tanto um dever que decidimos democratizar de forma sistêmica. Ou seja: a sequência cronológica dos textos que produzi, quando dispostos numa mesma matéria, assegurará aos leitores encadeamento da coreografia das irregularidades.

Para que os leitores tenham ideia mais precisa do que integrará a unicidade de textos relativos ao escândalo do Marco Zero da Vergonha,  reproduziremos os primeiros trechos das cinco matérias que compuseram o dossiê à espera de providências que já tardam. Veja na sequência os títulos das matérias e os primeiros parágrafos. 

Testemunha-bomba está pronta para 

confirmar fraude da MBigucci ao MP

A testemunha-bomba que desmascara a operação Marco Zero da Vergonha está pronta e à disposição do Ministério Público Estadual de São Bernardo para confirmar em detalhes a engenharia relacional que culminou na arrematação fraudulenta do terreno da esquina da Avenida Kennedy com a Avenida Senador Vergueiro. Ali naqueles 15,9 metros quadrados, a MBigucci do empresário e presidente da Associação dos Construtores do Grande ABC, Milton Bigucci, anuncia o empreendimento Marco Zero, conjunto comercial, residencial e de serviços. Empresa do braço empresarial de Milton Bigucci, a Big Top 2, criada pouco mais de um mês antes do leilão da área que pertencia à Prefeitura de São Bernardo, agiu em conluio com a Braido e a Even, para amealhar o patrimônio público.

Marco Zero: fraudadores zombam 

do MP com estelionato informativo

A promotora criminal do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) de São Bernardo, Mylene Comploier, foi enganada pelos empresários que arremataram irregularmente o terreno público que a MBigucci está anunciando com a marca de Marco Zero, entre a Avenida Kennedy e Avenida Senador Vergueiro. Os fraudadores do leilão da área pública zombaram da capacidade investigativa do MP ao prestar informações que têm todas as características de estelionato informativo. O MP preferiu a versão rocambolesca dos fraudadores a esclarecimentos e provas de CapitalSocial. O empresário Milton Bigucci e parceiros da Even Construtora e da Braido Construtora disseram ao MP que o Brasil já vivia crise no mercado imobiliário quando o leilão público daquele terreno foi realizado. A versão foi dada para justificar dois passes de puro ilusionismo. Primeiro, subestimar o valor de mercado do terreno, arrematado por R$ 14 milhões quando especialistas garantem que custaria o dobro. O valor venal, com defasagem de quase um ano e sempre muito abaixo do valor de mercado, estava em R$ 11,9 milhões. Segundo, o ambiente econômico no País explicaria a união de esforços financeiros para a formação de uma associação empresarial supostamente após o leilão.

Marco Zero: qualquer semelhança 

com Lance Armstrong é realidade 

O empresário Milton Bigucci e seu amigo íntimo Milton Casari poderiam ser convocados pelo Ministério Público Estadual de São Bernardo na apuração do Escândalo do Marco Zero denunciado por CapitalSocial. Bastaria que repetissem à promotora criminal Mylene Comploier o que disseram em momentos distintos mas entrelaçados sobre o movimento das pedras do mercado imobiliário na região para que dúvidas eventualmente persistentes fossem dirimidas. A iniciativa ministerial faria cair a máscara de ilusionismo que pretende encobrir a falcatrua também sob o ponto de vista de valor de mercado da área pública arrematada de forma irregular por MBigucci, Even Construtora e Braido Construtora. Provavelmente a promotora criminal, que não prescinde desses testemunhos para mandar anular aquele leilão público, solicitaria de imediato o desengavetamento precoce do processo. 

Marco Zero: mais revelações e mais 

mentiras de Milton Bigucci ao MP

O autônomo Darci da Silva, morador em São Bernardo, acompanhou atentamente o leilão do terreno de 15,9 mil metros que a MBigucci arrematou irregularmente em 10 de julho de 2008 e onde se pretende construir sob a impunidade da Administração Luiz Marinho o empreendimento Marco Zero -- conjunto de apartamentos, salas comerciais e áreas de serviços na nobre esquina da Avenida Kennedy e da Avenida Senador Vergueiro. Darci da Silva prestou testemunho na 6ª Vara Cível Central de São Paulo no caso que envolve o corretor de imóveis José Azevedo Moreira e a Even Construtora, parceira da MBigucci e da Braido Construtora no fraudulento negócio imobiliário.

Marco Zero: Bigucci se apresenta 

ao MP como vítima até de parceiros

O empresário Milton Bigucci promoveu um verdadeiro festival de mentiras, dissimulações e contradições na defesa apresentada ao Ministério Público de São Bernardo para tentar desqualificar as denúncias de CapitalSocial sobre a compra irregular em leilão da área de 15,9 mil metros quadrados onde pretende construir o empreendimento Marco Zero, localizado entre a Avenida Kennedy e a Avenida Senador Vergueiro. Milton Bigucci se colocou como vítima deste jornalista e até mesmo dos parceiros comerciais com os quais dividiu a compra da área. O MP aceitou a versão onírica do dono da MBigucci. Este é o quinto macrocapítulo de CapitalSocial sobre o escândalo ainda impune. Não há limites para Milton Bigucci invadir o terreno da fantasia a fim de escapar das investigações do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) comandado pela promotora criminal Mylene Comploier, em São Bernardo. Por isso mesmo CapitalSocial esclarece todos os pontos do envolvimento de Milton Bigucci, da Even Construtora e da Braido Construtora na ardilosa compra de um terreno público que, segundo especialistas, valeria no mínimo o dobro dos R$ 14 milhões pagos pela MBigucci e seus parceiros ocultos – ou quase ocultos. A área está avaliada hoje em pelo menos R$ 70 milhões.



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