A resposta do empresário e mandachuva do mercado imobiliário da Província do Grande ABC à Entrevista Indesejada desta revista digital, formulada e enviada em 21 de novembro do ano passado, é revelada agora. Milton Bigucci deu simplesmente mais uma “banana” à sociedade regional consumidora de informações. Pela sétima vez seguida, desde 2010, Milton Bigucci foge da raia. O mercado imobiliário é vital ao equilíbrio da sociedade. Informações, omissões, decisões, tudo que diz respeito ao setor afeta a vida das pessoas. Não é um quartinho de pensão como possivelmente imagina o empresário que manda e desmanda na atividade – mais desmanda que manda, como já denunciou o Ministério Público Estadual do Consumidor em São Bernardo.
Entrevista Indesejada não é um compartimento editorial para acomodar egos, ao contrário de muitas entrevistas convencionais às quais a maioria busca refúgio para dar versões fantasiosas. Este jornalista também passou por Entrevista Indesejada. E a encarou porque respeita os leitores, que a formularam. Foram questionamentos duros muitas vezes agressivos. Faz parte da vida de quem por alguma razão, ou muitas razões, integra a porção mais visível da comunidade.
Quem, movido pela provocação do texto de ontem, acreditou que o enredo de seis versões anteriores pudesse ser alterado pelo homem que durante um quarto de século levou o Clube dos Construtores do Grande ABC à bancarrota institucional, à esqualidez financeira e a desastres éticos, certamente não conhece o alvo de Entrevista Indesejada de CapitalSocial. Milton Bigucci prefere mesmo o uso deliberado de desonestidade intelectual para recorrer ao Judiciário em busca da criminalização daqueles que considera obstáculos à carreira de liderança empresarial que jamais exerceu no sentido produtivo da expressão.
Capatazia imobiliária
Ao longo dos anos Milton Bigucci jamais passou de espécie de capataz do setor imobiliário regional. À parte aspectos concorrenciais, os empresários mais respeitados do setor na região querem distância de Milton Bigucci. Por isso o Clube dos Construtores se converteu, durante um quarto de século, em fraude institucional.
Quem tiver alguma dúvida sobre o desempenho de Milton Bigucci à frente do Clube dos Construtores (quem é do mercado imobiliário não tem a menor dúvida de que se trata de um histórico de perdas e danos) basta acessar cada um dos links logo abaixo deste artigo. Esses links levam o leitor a cada Entrevista Indesejada que remetemos desde 2010 ao empresário e dirigente empresarial. São dezenas de perguntas jamais respondidas. E nem o serão. Milton Bigucci não tem compromisso algum com transparência.
Coincidentemente, deste 2010 Milton Bigucci move ações continuadas de perseguição a este jornalista no Judiciário. Como é milionário e conta com encorpadíssimo séquito de advogados, Milton Bigucci sabe que o terreno extracampo jornalístico lhe será sempre mais vantajoso. É possível mentir descaradamente ou em forma de subjetividades ao Judiciário. No caso, mentir é um derivativo da estratégia ardilosa de distorcer o sentido de frases, de descontextualizar análises e de fazer-se de vítima.
Verdadeiras vítimas
Vítimas são compradores de imóveis que optaram pelo conglomerado MBigucci para realizar o sonho da casa própria. Milton Bigucci foi apontado pelo Ministério Público Estadual do Consumidor como presidente da corporação que se tornou campeã regional de abusos contra a clientela.
Expurgado da presidência do Clube dos Construtores do Grande ABC desde o ano passado, na sequência de série de escândalos corporativos de que participou, caso da Máfia do ISS de São Paulo, segundo denúncia do MP Estadual, Milton Bigucci não está fora do jogo do mercado imobiliário da região como muitos podem imaginar. A influência que exerce ainda é pronunciada. Tanto que sustentou novo cargo no Clube dos Construtores, como presidente do Conselho Deliberativo. O expurgo foi diplomaticamente transformado em substituição pelo caminho eleitoral.
Preço pago
Esse foi o preço que o novo presidente da entidade, Marcus Santaguita, e os novos dirigentes, tiveram de pagar para acomodar uma situação potencialmente conflitiva e desgastante. Afinal, Milton Bigucci sempre se comportou como dono da instituição. Sob seu controle, o Clube dos Construtores teria fechado as portas porque jamais arrecadou recursos suficientes sequer para garantir o pagamento de despesas básicas. Uma contradição irônica a uma instituição que supostamente convergiria medidas para facilitar a compra de imóveis.
A sede do Clube dos Construtores é resultado de ações no passado, quando, ainda, Milton Bigucci não contava com força individual e corporativa acima da representação de classe. Aos poucos o Clube dos Construtores foi se derretendo. Os principais idealizadores abandonaram o barco, cansados do autoritarismo de Milton Bigucci.
Privatização familiar
Essa afirmativa não é um crime de informação. É a constatação que, se liberados, os balancetes da entidade provarão sem retoques. O Secovi, Sindicato da Habitação, é quem bancou durante anos a maioria dos custos da instituição. Por essas e outras Milton Bigucci carregou aos interiores do Clube dos Construtores toda a estrutura de assessoria do conglomerado empresarial que preside, entre os quais assessores de imprensa e quadro de advogados, além de filhos e parentes próximos.
Ou seja: o Clube dos Construtores foi privatizado pelo dirigente. Passou de fato a ser um ramal dos empreendimentos de Milton Bigucci. Quase nada entre os estimados 10 mil representantes do setor imobiliário na região (entre construtoras, incorporadoras, corretores e empreendimentos no entorno) tem histórico de participação na entidade. Não mais que duas dezenas de associados foi arregimentada por Milton Bigucci. Muitos dos quais clientes e fornecedores da MBigucci, a empresa da família.
Só mesmo quem acredita em Papai Noel pode levar a sério a heresia de que Milton Bigucci fez do Clube dos Construtores algo que pudesse sequer ser rotulado de entidade corporativamente eficiente. Mesmo se desprezando um ponto crucial das atividades empresariais reunidas em associações de classe – o compromisso com a sociedade civil da qual faz parte – os 25 anos de mandonismos de Milton Bigucci foram um desastre atrás do outro.
Mas o Clube dos Construtores que Milton Bigucci apresentou ao juiz da 3ª Vara Criminal de Santo André na queixa-crime para penalizar o direito de opinião deste jornalista talvez pudesse ser comparado às maravilhas do mundo. Contando com testemunhos falseadores da realidade, a ação movida pelo então presidente do Clube dos Construtores é o corolário de uma ópera-bufa da insolvência da institucionalidade regional.
Preço salgadíssimo
Fosse tão eficiente como presidente de uma entidade de classe como o é na produção de peças judiciais que agridem o direito da livre expressão do pensamento (e mais que isso, da imperiosidade de informar a sociedade), Milton Bigucci teria mesmo se convertido no maior dirigente de instituição empresarial e social da região. Ledo engano.
Os questionamentos sequenciais que reproduzimos abaixo em forma de Entrevista Indesejada são o resumo fiel do desempenho pífio, mequetrefe, chinfrim, do Clube dos Construtores do Grande ABC ao longo dos anos. Até a chegada do também empresário Marcus Santaguita, um dirigente de diálogo, de abertura, de compromisso com os empresários do setor e também com a sociedade em geral.
Santaguita é um novo presidente que paga o preço salgadíssimo dos escombros que encontrou. Há um ano no cargo, o novo presidente do Clube dos Construtores apaga os incêndios deixados pela gestão de Milton Bigucci. Entre os estragos, pelo menos sobre um já conseguiu algum sucesso: estancou a hemorragia de mentiras deslavadas em forma de estatísticas fajutas que Milton Bigucci cansou de industrializar e de divulgar à Imprensa sempre dócil. Mentiras que ajudaram a cultivar a grande crise do mercado imobiliário da região – tudo antecipadamente informado por este jornalista.
Houvesse no País uma legislação que punisse dirigentes de entidades por abusos contra a sociedade, Milton Bigucci não teria como escapar de penalidades que pretende ver aplicadas a terceiros que o denunciam como fraudador de expectativas e de responsabilidades sociais.
Leiam na sequência todas as versões de Entrevista Indesejada encaminhadas a Milton Bigucci durante os últimos sete anos. E também a edição de Entrevista Indesejada respondida por este jornalista.
Leiam, portanto:
As perguntas enviadas a Milton Bigucci
Veja nova bateria de questões para Milton Bigucci responder
Veja as novas perguntas para Milton Bigucci
Pesquisas manipuladas estão entre perguntas dirigidas a Milton Bigucci
Bigucci vai fugir pela sexta vez de CapitalSocial? É o mais provável
Pressão sobre Legislativo é uma das perguntas para Bigucci responder
LivreMercado sempre ficou acima da expectativa da região, diz jornalista
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