Conforme o prometido, inicio nova série nesta revista digital. É espécie de grito em defesa da liberdade de opinião longe do estrelato nacional da grande mídia. Uma demanda social que a Justiça em Santo André, do meritíssimo Jarbas Luiz dos Santos, penalizou ao dar guarida a uma queixa-crime sem fundamentação do famigerado empresário Milton Bigucci, ex-chefe de uma inexpressiva entidade de classe, o Clube dos Construtores do Grande ABC. Os leitores vão ter a oportunidade, nesta edição, de acompanhar o que chamaria de os melhores trechos de artigos escritos por oito colunistas dos principais veículos de comunicação do País. E poderão, a final, compará-los com os trechos selecionados pelos criminalistas do conglomerado MBigucci que, emprestados ao então Clube dos Especuladores Imobiliários, incriminaram este profissional de Imprensa.
Qualquer leitor medianamente perspicaz e sensível ao interesse público que emana do jornalismo independente reconhecerá na sentença do meritíssimo de Santo André (oito meses de prisão, vejam só) uma anomalia que precisa ser corrigida pelo sistema judiciário.
Trata-se de aberração jurídica. Fosse apenas isso já seria suficiente para a queixa-crime ser lançada à lata do lixo de atentados contra o direito de informar a sociedade muito além de declarações oficiais de raposas que tomam conta de galinheiros. Mas também há clamorosos erros processuais, conforme o advogado Alexandre Marques Frias. Além de tudo isso, a sentença do meritíssimo é um amontoado de imprecisões, incorreções e escorregões factuais.
Comparativos massacrantes
Deixamos aos leitores comparativos massacrantemente destruidores da sentença do meritíssimo. Leiam os oito artigos que se seguem. Não tivemos preocupação de, como os criminalistas contratados por Milton Bigucci, selecionar os trechos mais apimentados. Deixamos a critério dos próprios leitores. Só garantimos que são supostamente muito mais cortantes em quantidade e profundidade que os alegados pelos homens que Milton Bigucci contratou para perseguir este jornalista.
A pergunta que não quer calar: até que ponto o fato de este jornalista atuar de forma independente em consagrado desempenho profissional numa região periférica da Capital contribui para a investida de um empresário notabilizado nos últimos anos pela capacidade fluvial de se meter em escândalos, entre os quais a Máfia do ISS da Capital?
Os métodos de Milton Bigucci para fazer da Imprensa regional extensão de seus desejos jamais alcançaram ressonância junto a este jornalista. Isso é imperdoável para quem flerta o tempo todo com a unanimidade burra.
O meritíssimo de Santo André lhe concedeu o direito de alardear que este jornalista é criminoso. Antes um criminoso honrado do que um bajulador sistemático. Ainda mais quando o crime cometido é um conjunto de verdades irrefutáveis, desprezadas pelo meritíssimo.
Primeira matéria
Trechos selecionados do artigo “Roubo também é cultura”, escrito pelo jornalista Guilherme Fiuza para a revista Época em 23 de março de 2017:
O ex-ministro da Justiça José Eduardo Cardozo declarou à Lava Jato que caixa dois no Brasil “é cultural”. Se é para falar de cultura, cabe um adendo: o maior fenômeno cultural brasileiro hoje, disparado, é ainda haver integrantes do bando à solta e falando pelos cotovelos. Na Suíça, numa boa, Dilma Rousseff ridicularizou os brasileiros discursando em francês de padaria. A Interpol deve estar em greve. O ridículo não está no vexame – que é a especialidade da casa. Os brasileiros foram ridicularizados, mais uma vez, pelo crime que compensa: esfolou o país e saiu pelo mundo contando história triste (às gargalhadas). No Brasil, Lula anunciou que vai “andar pelo país alertando [sobre] o que está em jogo”. Não se sabe o que está em jogo, fora a necessidade urgente de substituir o jatinho da Odebrecht. Procuradores celebram os três anos da Lava Jato, ostentando os números impressionantes da operação. Parabéns. Mas cumpre avisar: se não for até onde tem de ir, a Lava Jato vai morrer na praia. Lula e Dilma à solta – inocentes e perseguidos – é a legitimação da narrativa: corrupção no Brasil é um problema “endêmico, disseminado, cultural etc.” – enfim, todos esses conceitos que irmanam filósofos bonzinhos e assaltantes partidários. E aliviam, delicadamente, os governos Lula e Dilma: os políticos sempre roubaram, a diferença é que agora foram pegos. Se não bastar, tem a sobremesa: Sergio Moro é fascista e odeia o PT. No cafezinho, a lista do companheiro Janot, que iguala todo mundo (e deveria ser encabeçada pelo próprio).Tríplex, Atibaia, OAS/Granero, Odebrecht/Instituto Lula, Pasadena/Cerveró, Bessias/Delcídio, Schahin/Bumlai, Vaccari/Focal – a torrente de escândalos dentro do escândalo parece telenovela: é preciso sempre um próximo capítulo para manter a audiência. É claro que se não fosse o trabalho incansável da bancada petista no Supremo, com o auxílio luxuoso do companheiro Janot e outros áulicos na órbita de Cardozo, o ministro cultural, Lula e Dilma já estariam em cana há muito tempo. Agora, o novo capítulo capaz de esquentar novamente a novela se chama BNDES.
Segunda matéria
Trechos do artigo do colunista da Folha de S. Paulo, Vladimir Safatle, sob o título “O fim do emprego”, publicado na edição de 24 de março de 2017. Vladimir Safatle é professor livre-docente do Departamento de filosofia da USP (Universidade de São Paulo):
Nunca na história da República o Congresso Nacional votou uma lei tão contrária aos interesses da maioria do povo brasileiro de forma tão sorrateira. A terceirização irrestrita aprovada nesta semana cria uma situação geral de achatamento dos salários e intensificação dos regimes de trabalho, isto em um horizonte no qual, apenas neste ano, 3,6 milhões de pessoas voltarão à pobreza. (...) Nenhum deputado, ao fazer campanha pela sua própria eleição em 2014, defendeu reforma parecida. Ninguém prometeu a seus eleitores que os levariam ao paraíso da flexibilização absoluta, onde as empresas poderão usar trabalhadores de forma sazonal, sem nenhuma obrigatoriedade de contratação por até 180 dias. Ou seja, esta lei é um puro e simples estelionato eleitoral feito só em condições de sociedade autoritária como a brasileira atual. (...) Sempre há uma claque a aplaudir as decisões mais absurdas, ainda mais quando falamos de uma parcela da classe média que agora flerta abertamente com o fascismo. Eles dirão que a flexibilização irrestrita aumentará a competitividade, que as pessoas precisarão ser realmente boas no que fazem, que os inovadores e competentes terão seu lugar ao sol. Em suma, que tudo ficará lindo se deixarmos livre a divina mão invisível do mercado.
Terceira matéria
Trechos do artigo escrito do colunista de Folha de S. Paulo, Gregorio Duvivier, sob o título “A Palestina é aqui”, publicado em 13 de março de 2017. Duvivier é ator, escritor e um dos criadores do portal de humor Porta dos Fundos:
Nasci no Rio e morei a minha vida inteira por aqui. Sou, como dizia o Millôr, "carioca de algema" –mais precisamente da rua Rumania, coração de Laranjeiras, centro não oficial do mundo. Já desisti de defender minha cidade. Décadas de desgoverno transformaram a cidade num frankenstein de concreto e vidro marrom espelhado. Tirem as montanhas e o mar, não sobra quase nada que presta além de pessoas muito simpáticas que marcam, mas não aparecem. Parodiando Elizabeth Bishop, "o Rio de Janeiro não é uma cidade maravilhosa, é uma cidade de merda num lugar maravilhoso". O Haiti não é mais aqui: ao contrário do Rio, o país do Caribe está passando por um processo civilizatório. O que nos resta é um protetorado ultrarreligioso governado ora por traficantes, ora por milicianos e que acaba de passar pras mãos de um pastor evangélico que consegue a proeza de agradar a traficantes e milicianos –nossos gregos e troianos.
Quarta matéria
Trechos do artigo do jornalista Janio de Freitas, colunista e membro do Conselho Editorial da Folha de S. Paulo, sob o título “Muito além das empreiteiras”, de 30 de março de 2017:
O avanço mais vistoso, nas ações anticorrupção no Rio, foi a prisão de cinco integrantes do Tribunal de Contas do Estado, mas a importância maior está em uma inovação até ali muito evitada. (...) As ações no Rio vêm incluir em seus motivos a abordagem, embora limitada, das relações viciosas entre administração pública e os serviços privados de ônibus. As empreiteiras são apenas um verbete na corrupção enciclopédica que esvai não só os cofres federais e de estatais, mas também os de municípios e Estados. (...) O mesmo se passa em governos estaduais e municipais desonestos. Com muita facilidade, note-se, porque os órgãos de controle são das próprias administrações locais. E a vigilância da imprensa é mais do que relativa, dependente de condições políticas, quando não financeiras. (...) Quem prefira pode também meditar sobre outro caso ilustrativo: como compras de vagões e outros equipamentos paulistas puderam ser tão irregulares e, depois de denunciadas, tão isentas de investigação? Um governador, um prefeito ou um dirigente setorial não conseguiria fazer tudo isso sozinho, sem companhias decisivas.
Quinta matéria
Do artigo do colunista Elio Gaspari, da Folha de S. Paulo, de 19 de fevereiro de 2017, sob o título “A Jararaca está viva e engordou”:
O primeiro aviso veio em dezembro, com uma pesquisa do Datafolha. Lula tinha 25% das preferências dos eleitores para o primeiro turno da eleição presidencial de 2018. À época havia um consolo, num segundo turno, ele perdia para Marina Silva. Agora saiu a pesquisa da CNT/MDA. Lula cresceu em todas as simulações e ganha com folga de todos os candidatos, em todos os turnos. Salvo Jair Bolsonaro, todos seus adversários caíram. Com 6,5% na resposta espontânea, Bolsonaro tem mais preferências que Aécio Neves, Marina, Michel Temer, Geraldo Alckmin e Ciro Gomes somados. E Lula, com 16,6%, janta todos, inclusive o paleozoico Bolsonaro. Na resposta espontânea, mais da metade dos entrevistados declarara-se indecisa, o que reduz o peso dessas percentagens. Na pesquisa induzida, quando o entrevistado deve escolher um nome numa lista de seis, Lula repetiu o desempenho. Foi de 24,8% para 30,5%. Todos os outros mandarins caíram, salvo Bolsonaro, que saltou de 6,5% para 11,3%. (...) Apesar da exposição que seus cargos lhes dá, Michel Temer, Aécio Neves e Geraldo Alckmin estão derretendo. Derrubaram-se também Ciro Gomes com seu estilo tonitruante e Marina Silva com seu plácido absenteísmo. As artes do Planalto levaram para 62% o índice de desaprovação de um governo que vive num mundo de trapalhadas, fantasias e marquetagens. (...) A jararaca está viva, engordou e arma o bote. Quem o viu no velório da mulher pode ter percebido uma emoção verdadeira, dentro da qual havia instantes úteis a uma retórica eleitoral.
Sexta matéria
Trechos do artigo da colunista do jornal O Estado de São Paulo, Eliane Cantanhêde, escrito em 14 de fevereiro de 2017 sob o título “Governo de Jucás”:
Desde ontem, a partir do pronunciamento do presidente Michel Temer pela TV, o governo está nas mãos de uma pessoa: Rodrigo Janot, o procurador-geral da República, a quem cabe oferecer denúncia contra os implicados na Lava Jato. Basta Janot denunciar os ministros “A”, “B” ou “C” para que sejam afastados “provisoriamente”. E, pelo andar da carruagem, as denúncias podem ser de “A” a “Z”. (...) O risco é virar um governo de Jucás, referência a Romero Jucá, que só resistiu uma semana e meia no Planejamento. Suspeito de ter recebido propina da Petrobrás, foi alvejado depois de uma conversa gravada pelo traidor-mor da República, Sérgio Machado, em que falava de um “pacto” para barrar a Lava Jato. Quando Henrique Alves e Geddel Vieira Lima despencaram, sumiram do mapa. Mas Jucá, igualmente muito próximo de Temer, ficou no limbo. (...) No pronunciamento de ontem, sem direito a perguntas, Temer colocou o seu governo nas mãos de Janot e diante da perspectiva de virar um “governo de Jucás” porque precisava desesperadamente reagir à versão comum de que ele comanda a resistência do Congresso, em geral, e do PMDB, em particular, à Lava Jato. Na avaliação palaciana, Temer tinha de se “descolar” desse imenso desgaste. (Até porque ele não tem popularidade para queimar.) Ao se comprometer em afastar “provisoriamente” ministros denunciados e permanentemente os que se tornarem réus na Lava Jato, Temer fez um cálculo de risco. O mandato de Janot na PGR termina em setembro e, portanto, ele tem sete meses para fazer um “strike provisório” na Esplanada dos Ministérios. Depois, é preciso o Supremo acatar a denúncia para finalizar o jogo. Logo, Temer deu uma resposta à sociedade, mas provavelmente conta com a lentidão na coleta de provas e nos julgamentos. Detalhe: a maioria dos ministros deve concorrer às eleições de 2018, tendo pouco mais de um ano para desfrutar de foro privilegiado. Hoje, eles são um problemaço para Temer, que governa espiando a PGR, o STF e as manchetes sobre delações da Odebrecht. Depois da desincompatibilização, é cada um por si, Deus por todos e um desses juízes Sérgio Moro no cangote. Tudo parece uma questão de tempo. Ontem, Temer ganhou exatamente isso: tempo.
Sétima matéria
Trechos do artigo do jornalista Mario Sergio Conti, na Folha de S. Paulo de 14 de fevereiro de 2017, sob o título “Ironia e tédio na política:
Um subproduto da infindável crise nacional é o mau humor. Ele ficou unânime. O Brasil outrora engraçado é agora movido a azedume. A faísca espirituosa, que iluminava falácias e liberava o riso, deu lugar ao rancor. A ironia política entrou em pane. (...) E Temer? Quando nomeou Angorá ministro, indicou um plagiador para o Supremo, se esfalfou para que Índio presidisse o Senado, mas continuou a jurar que preza a Lava Jato, ele foi irônico, socrático? Se o presidente pretendeu proteger a sua grei, para que ela prospere em paz, mas afirmou o contrário, não foi irônico nem sábio. Foi, isso sim, cínico. A ironia causa problemas. Sócrates a usava para fazer perguntas e chegar à verdade. Com as suas indagações, o filósofo sabotava as certezas do interlocutor, que ficava espiritualmente livre para aceitar o inesperado, o verdadeiro. (...) Por exemplo: muitos atenienses passaram a achar que, com o seu só-sei-que-nada-sei, Sócrates simulava humildade; dava uma de sábio, mas sofismava. Sem se dar conta da realidade (a irritação crescente), o pensador insistiu na sua retórica (irônica). Acabou condenado por corrupção e bebeu cicuta. No Brasil, há descompasso semelhante entre linguagem e realidade. Desde a Constituição de 1988, o sistema de representação política foi paulatinamente comprado pelo alto empresariado. Congresso e Planalto viraram agências da burguesia. Mas a linguagem da política continuou a mesma. Parlamentares, ministros e governadores faziam o que a classe dominante determinava, mas ao som de discursos contra a corrupção. (...) Essa conjuntura mudou nos últimos dias. Situação e oposição pararam de dizer que a corrupção é um mal. Querem se safar e seguir em frente. Se não houver protestos equivalentes aos que levaram Dilma ao patíbulo, o Brasil oficial trinfará. Alguns cleptocratas serão sacrificados, mas o mando burguês será preservado. (...) "O tédio, essa eternidade sem conteúdo, esta felicidade sem gozo, esta profundidade superficial, esta saciedade faminta".
Oitava matéria
Trechos do artigo do jornalista José Roberto Guzzo, publicada na edição de10 de março de 2017 na revista Exame, sob o título “Michel Temer e Dilma Rousseff”:
O Brasil vive no momento mais uma de suas fábulas fabulosas. Até o dia 31 de agosto de 2016, pela maior parte do que se pode ler, ver e ouvir hoje em dia, as coisas por aqui estavam uma maravilha. Tudo o que existia de melhor no mundo, dos hospitais públicos aos cursos de ensino técnico, do ritmo alucinante da distribuição de renda à iminente entrada do Brasil na Opep, estava aqui dentro ─ e estava aqui dentro como consequência direta da espetacular qualidade dos governos do PT, sem paralelo no resto do planeta. Mas aí veio o impeachment da presidente Dilma Rousseff, por falsificação das contas públicas, e sua substituição pelo vice-presidente Michel Temer, em obediência escrita e inevitável ao que a Constituição manda fazer nesses casos. Pronto: nada mais deu certo neste país, e já nos primeiros minutos do novo governo ficou entendido no universo dos formadores de opinião, ou coisa parecida, que o Brasil passava a viver a pior crise de sua história ─ essa mesma que está aí agora. É verdade que no momento em que Dilma finalmente foi deposta do cargo havia entre 11 milhões e 12 milhões de desempregados no Brasil. Outra de suas realizações, que não encontra comparação na nossa história econômica, foi manter o país em recessão por três anos seguidos. Sob sua direção, a indústria brasileira voltou ao nível que tinha nos anos 40 do século passado ─ ela, a padroeira do nacionalismo econômico e dos “campeões nacionais”, só conseguiu mesmo, na prática, construir uma montanha de sucata com as fábricas brasileiras e escolher Eike Batista, atualmente um presidiário à espera de julgamento, para ser nosso empresário-modelo. Suas obras ─ e as obras do ex-presidente Lula ─ são a Ferrovia Transnordestina, o desvio das águas do Rio São Francisco, a Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, talvez a obra mais roubada do sistema solar, recordes de congestionamento nos acessos aos portos, colapso nos transportes, em escolas e em hospitais, a ruína da maior estatal brasileira, a Petrobras, e a entrega da máquina pública do Brasil a uma estratégia de corrupção sem precedentes na experiência humana. Nem se fale, até por cansaço, do governo insano que a ex-presidente impôs ao país durante anos a fio ─ e de tantas outras calamidades. Mas hoje, seis meses depois, tudo isso praticamente sumiu. É como se nunca tivessem existido Dilma, Lula, o PT e os atos de cada um deles. Temer e seus ministros de curtíssima duração são herança direta de Lula e do PT ─ além de tudo o mais, deixaram isso também. Quem escolheu Temer para vice de Dilma? Quem viveu durante mais de dez anos no mais perfeito amor com os Renans e os Jucás, com os Geddéis, Padilhas ou Moreiras, para não falar do governador Sérgio Cabral, do Rio de Janeiro? Aguente-se, agora, até a próxima eleição.
Os trechos criminalizados
Agora, para completar esta primeira edição da série especial, acompanhem os trechos dos 11 artigos criminalizados pelos advogados de Milton Bigucci, publicados na revista CapitalSocial no primeiro semestre de 2013. Acredite quem quiser:
Pulverizados e desorganizados, mais de meia centena de pequenos empreendedores do setor imobiliário estão à deriva, segundo afirmações de vários de seus representantes. A quase totalidade dessas organizações já integrou a Associação dos Construtores, mas se afastou quando se constataram privilégios e exclusivismos sempre com o protagonismo de Milton Bigucci. Há demandas que simplesmente não passam pelos corredores das prefeituras. Quem não tem padrinho está morrendo pagão.
Ou seja, a Associação dos Construtores não passa de um ramal da MBigucci. A privatização da entidade causa revolta (...)
Não teria cabimento barrar gente que conhece bem o mercado imobiliário. A maioria já é vítima de discriminação e descaso da Associação dos Construtores do Grande ABC, entidade mequetrefe comandada pelo ilusionista Milton Bigucci. Ninguém pode ser excluído duplamente da atividade social. Construtores, incorporadores e imobiliárias que abandonaram ou jamais se integraram à entidade manipuladora de Milton Bigucci serão bem-vindos porque, como toda a sociedade, também são vítimas de uma organização que cuida dos interesses de alguns poucos em detrimento da comunidade como um todo.
(...) entidade que não conta sequer com um quadro associativo minimamente respeitável. É impossível ficar por muito tempo em qualquer organização onde se descobre que há outros interesses em jogo, interesses particulares, se é que me entendem.
(...) associação dos Construtores do Grande ABC, o Clube dos Construtores, entidade completamente alheia ao mínimo desejável de representatividade de classe e, mais que isso, inteiramente divorciada dos pressupostos de relacionamento comprometido com os anseios da sociedade,
O Clube dos Construtores e dos Incorporadores será completamente reformulado porque não guarda qualquer relação com as necessidades de classe e tampouco está comprometido com a sociedade consumidora de um dos produtos de maior necessidade à qualidade de vida.
O Clube dos Construtores e dos Incorporadores ganhará novos rumos no mínimo porque há muito tempo está sem rumo, (...)
Será que os dirigentes que pretendem, finalmente, apear Milton Bigucci da presidência do Clube dos Construtores, estariam decididos a convidar os representantes das bancadas majoritárias dos legislativos de cada um dos municípios da Província do Grande ABC, e também as bancadas de oposição, e formularem uma proposta moralizadora que sinalizaria novos tempos? Que proposta? Tornar de interesse público explícito o estoque de terrenos de propriedade municipal sujeitos a leilão. Mais que isso, ou desdobramento disso: que se estabeleçam nos certames regras moralizadoras e concorrência de verdade, não arranjos do tipo Marco Zero. Os cofres públicos seriam devidamente abastecidos sem traquinagens.
(...) uma associação de classe que por mais mambembe e chinfrim que seja (o Clube dos Construtores e Incorporadores é quase uma ficção, a ponto de a oposição estar-se organizando para apear Milton Bigucci do cargo) sempre é uma associação de classe e, como a classe é poderosa no conjunto, dita muitas regras antimorais e antiéticas na sociedade.
(...) em plataforma de omissões, abusos e tantas outras irregularidades (...)
(...), entidade estruturalmente falida e sem representatividade institucional na região (...)
(...) do inútil e especulativo Clube dos Construtores e Incorporadores do Grande ABC.
(...) A verdade não aparece nas estatísticas de entidades empresariais manipuladoras de informações.
Total de 1884 matérias | Página 1
13/11/2024 Diário: Plano Real que durou nove meses (33)