Várias indústrias de móveis do Grande ABC começam a funcionar de acordo com a ordem modernizadora do programa de reestruturação montado pelo Sindicato dos Moveleiros de São Bernardo e agentes parceiros dentro da Câmara Regional. O mais recente é a FEI (Faculdade de Engenharia Industrial), que acertou com o Sebrae-SP de São Bernardo treinamento em processos industriais com duas marcenarias: a Felitá Móveis de São Bernardo, que já conquistou financiamento via Patme (Programa de Apoio Tecnológico para Micro e Pequena Empresa) do Sebrae, e a Guairá de Diadema, em fase de consulta. Outro agente que também quer deixar sua marca no pólo da região é o gaúcho Cetemo (Centro Tecnológico do Mobiliário), o único espaço brasileiro de pesquisa e ensino de alto nível do setor, visitado em maio por comitiva do Grande ABC. Sindicato dos Moveleiros e Sebrae fecharam com o Cetemo o primeiro treinamento na região, sobre técnicas de pintura, e já recrutam o grupo inicial de até oito fabricantes que receberão consultoria individual.
Outras duas ações, também recentes, têm o propósito de puxar para o alto um setor que já foi a principal força econômica da região. Desde o mês passado, 12 fabricantes de móveis do Grande ABC estão entre as 67 empresas paulistas do catálogo virtual montado em CR-ROM pelo Sebrae-SP que está sendo divulgado em Israel, Espanha e Portugal, além do Brasil. Três setores fazem parte do CD-ROM – calçados, móveis e informática. HB Marçon, Dailan, Elem, Lalli, J.Carlos, Corazza, JH Leme, Felitá, Módulo, Morgon, Primaq e Savordelli são as marcenarias da região que mostram produtos no catálogo. Paralelamente, também em dobradinha com o Sebrae no âmbito da Câmara regional do Grande ABC, entra em cena o programa Mobilização Tecnológica – para implantar e viabilizar tecnologias modernas de fabricação. “O programa vai atender a 180 empresas no Estado de São Paulo e queremos inserir pelo menos 15 moveleiros do Grande ABC nesse grupo” – comenta Silvana Pompermayer, gerente do Sebrae em São Bernardo. “Trata-se de um programa a custo zero, mas que exige comprometimento total do fabricante no sentido de acatar todas as mudanças necessárias à reestruturação do negocio” – enfatiza Hermes Soncini, presidente do Sindicato, que já expediu circular entre os 90 associados. No caso do Cetemo, o Patme cobre até 70% dos custos.
A parceria com a FEI significa dupla inauguração. A Faculdade dá início a assessoria em processos industriais para empresas de pequeno porte, ao mesmo tempo em dá o pontapé à primeira ação prática dentro do grupo dos moveleiros na Câmara. Até agora, o programa de reestruturação trafegava no campo conceitual, de sensibilização e treinamento de empresários e funcionários para a necessidade de modernizar um setor que trouxe fama a região, mas perdeu competitividade para outros pólos ao desviar o foco industrial para o varejo. Sessenta empresários e gerentes já fizeram cursos e 500 vendedores passaram por treinamento. Calcula-se em 450 as marcenarias no Grande ABC, que geram seis mil empregos.
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12/11/2024 SETE CIDADES E SETE SOLUÇÕES