Economia

Região aprende com os gaúchos
e decide colocar mão na massa

WALTER VENTURINI - 05/06/1998

“Temos pressa”. Assim o presidente do Sindicato da Indústria de São Bernardo, Hermes Soncini, justifica o misto de empolgação e angústia que precede o início da colheita de resultados das iniciativas semeadas para retomada do setor. Dois passos importantes foram dados no final de maio para alavancar o processo de modernização da indústria moveleira do Grande ABC: o contato com novas tecnologias durante visita ao Cetemo (Centro Tecnológico Moveleiro), em Bento Gonçalves (RS), e o resultado do diagnóstico feito pela agência São Bernardo do Sebrae com a mão-de-obra no chão das fábricas do Grande ABC.


“Trouxemos de Bento Gonçalves materiais que podemos adquirir por meio do SENAI e uma extensa relação de cursos e treinamentos” – revela Hermes Soncini. Ele adiante que em meados de julho os cursos já estarão em andamento. O presidente planeja salto ainda mais alto para aprimorar o setor moveleiro. A exemplo da Universidade de Caxias do Sul, que por meio de convênio com o Cetemo instituiu a Faculdade de Tecnologia de Móveis, Hermes Soncini começa a entalhar parceria com a FEI (Faculdade de Engenharia Industrial). “A FEI demonstra interesse e nós vamos consolidar este trabalho” – diz o presidente.


O desenvolvimento gradativo do setor moveleiro gaúcho foi o que mais impressionou a gerente da agência São Bernardo do Sebrae (Serviço de Apoio à Micro e Pequena Empresa), Silvana Pompermayer, que também visitou o Cetemo. “A visão deles é surpreendente” – diz a gerente. Responsável pelo calendário de treinamento e pelo diagnóstico do chão-de-fábrica do setor moveleiro da região, o Sebrae finaliza o levantamento para novas ações. “O Cetemo irá nos apontar as prioridades mais urgentes e colaborar na elaboração de projetos” – afirma a gerente. De acordo com Silvana, o principal objetivo da viagem foi conhecer os meios de formação de um centro tecnológico para o setor moveleiro.


Hermes Soncini confessa ter se surpreendido com estudos que o Cetemo desenvolveu com o eucalipto como substituto de madeiras nobres. “O IPT também faz pesquisa com eucalipto, procurando o de melhor qualidade, mas o Cetemo busca a melhor técnica para trabalhar com qualquer tipo de eucalipto e isso é fantástico” – revela o presidente. Tecnologias como secagem, pintura, acabamento, design e estofados apresentadas.


Participaram ainda da visita ao Cetemo Pietro Laganá, da Result Informática de Resultados; Armando Laganá, da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento Econômico da Prefeitura de São Bernardo; Marcus Antônio da Silva, da Secretaria de Desenvolvimento Econômico da Prefeitura de Santo André; e Tarso de Azevedo, coordenador do PADCT (Programa de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico). O setor moveleiro da região reúne cerca de 450 fabricantes e seis mil funcionários.


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