Não sei se nos próximos dias vou escrever sobre a propaganda enganosa de página inteira que a Administração de Paulinho Serra publicou na edição de hoje do Diário do Grande ABC. A lista de espera para tratamento reflexivo nestas páginas é imensa e essa temática não merece prioridade, embora seja muito mais que a ponta do iceberg de embromações de quase todos os atuais prefeitos da Província dos Sete Anões, outrora poderoso Grande ABC.
Sinto-me na obrigação de repassar a metodologia de abordagens temáticas que adoto para alimentar os leitores com valor agregado de análises, ao invés do noticiário geralmente superficial, quando não subserviente, da maioria dos jornais da região.
Mas antes de revelar uma relação preliminar de assuntos de que devo tratar nos próximos dias, sem a garantia de que realmente o faça porque a demanda é imensa, passo diante o conceito de propaganda enganosa de Paulinho Serra na peça propagandística de hoje no Diário do Grande ABC.
Entenda-se por propaganda enganosa verdades, meias-verdades e mentiras num mesmo saco de gatos para ludibriar a boa-fé do distinto público. Não vou analisar a ação do tucano porque o que quero mesmo neste artigo é socializar a forma com que me oriento para destrinchar diferentes assuntos regionais.
A lista é acrescida diariamente conforme o andar da carruagem das informações que recolho, seja nos veículos de comunicação locais e da Capital, seja por instinto próprio, seja por conta de minhas fontes.
Decifrando entrelinhas
Quem acha que não valem nada mais de 50 anos de jornalismo provavelmente despreza a experiência como matriz de ações. Costumo dizer aos amigos mais chegados que sinto o cheiro das entranhas mais recônditas do que se pretende com determinada ação. As entrelinhas do que se pratica no jornalismo é o que mais me interessa como leitor e como jornalista. E poucos sabem decifrar as entrelinhas.
Até mesmo porque, de tão viciado e enviesado está o noticiário regional e nacional, nem de entrelinhas prescindo para ir adiante. Bastam leituras transversais, dessas que unem temáticas distintas e fontes de informações igualmente diferentes, para matar a charada.
Não vou aprofundar como abasteço minha carteira temática porque isso faz parte de estratégia profissional que não pode ser disponibilizada à curiosidade pública. Picasso cobrou caro por uma obra da qual deu conta em poucas dezenas de minutos porque havia uma vida inteira a lastrear suas habilidades. O que produzo em 30 minutos poucos jornalistas o fazem em uma jornada inteira de trabalho. Quando o fazem. Costumo dizer aos meus filhos que, quando tinha a idade deles, não passava de aprendiz. Mesmo tendo comandado com apenas 32 anos, juntamente Ademir Medici e Valdir dos Santos, o Diário do Grande ABC dos tempos em que a publicação estava para a região assim como a Globo está há muito para o Brasil.
Demanda imensa
Lamento muito não poder dar conta de tudo que aparece no radar de informações a serem metabolizadas no sentido crítico do termo. Há profusão de inconformidades principalmente geradas pelos administradores públicos da região a merecer incursões analíticas mais frequentes e diversas.
Entretanto, como sou solitário nesta revista digital, o melhor é não sofrer de ansiedade. Diariamente faço escolhas de Sofia ampliadas. Mais que entre duas alternativas, conto com cardápio indigesto (aos alvos das análises) com quase duas dezenas de pendências. Não é fácil lidar com prioridades quanto tudo parece prioridade. Pode-se chegar, com isso, ao paradoxo de que nada é prioridade.
Tenho uma ideia de como resolver esse problema. Aliás, o desafio é inclusive um dos temas que constam da lista de espera. Ora, se consta da lista de espera o melhor mesmo é não esmiuçá-lo ou tangenciá-lo agora, não é verdade? Até porque se for tangenciá-lo, perderá a substância que merece. E se esmiuçá-lo, terei de sacrificar hoje outras medidas para me organizar no dia a dia.
Relação de prioridades
Aos leitores, passo relação supostamente completa dos temas sobre os quais fiz anotações que me obrigaram a colocá-los na rota de análises. Entenda-se rota de análises tudo que sai do estado primário de informação e salta para um ganho qualitativo e quantitativo de densidade editorial. Essa é a premissa desta publicação digital. Claro que não é do agrado de todos, principalmente de quem produz notícia sem apetrechamentos contextuais e cujos resultados não suportam os rigores de desgastes no curto prazo.
Traduzindo tudo isso que expressei com certo intelectualismo elitista – foi de propósito, foi de propósito – é fácil saber a diferença entre uma coisa (o que a maioria dos jornais publicam na região) e o que esta revista digital reserva aos leitores. Basta que destrinche as bases conceituais do que chamo de propaganda enganosa da peça publicada no Diário do Grande ABC de hoje. Por isso, o melhor é esperar pelos próximos dias.
Vamos então à relação de temáticas, como escrevi acima, que são verdadeiras escolhas de Sofia ampliada. Vocês podem ler nos próximos tempos aqui ou, possivelmente, alguns descartes serão compulsórios por conta de prioridades mais prementes.
1. Empreendedorismo como peça contributiva às administrações públicas municipais.
2. Possibilidade da volta de ombudsman não autorizado por um período temporão.
3. Mais estatísticas sobre o comportamento econômico do G-22, o grupo dos 20 maiores municípios do Estado de São Paulo, fora a Capital, além de Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra, que completam a Província.
4. Vulnerabilidades do setor de habitação na região.
5. O voto distrital destrinchado mais uma vez.
6. Por que a Universidade Federal do Grande ABC é uma piada quando a referência é o fortalecimento econômico regional.
7. Quem se habilita para se tornar um novo exemplo de PIL, Produto Intelectual Líquido?
8. Como está o Clube dos Construtores do Grande ABC 20 meses após a queda de Milton Bigucci com seus números mentirosos?
9. Até que ponto os distratos imobiliários abalam o mercado da região?
10. Por que a Administração Paulinho Serra aprovou no Legislativo o IPTU na calada da noite?
11. Por que a festa de arromba de aniversário de São Bernardo promovida pelo prefeito Orlando Morando afronta a debilidade socioeconômica do Município e o contexto político-institucional do País?
12. Por que é certo, muito certo, que a Casa do Grande ABC em Brasília, conforme foi denominado o escritório político liderado por Orlando Morando, tem tudo para ser retumbante fracasso?
13. Como estão as relações entre os tucanos Paulinho Serra e Orlando Morando no campo político-institucional?
14. A guerrilha fiscal da Administração Orlando Morando para atrair fábricas a São Bernardo.
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