Imprensa

O outro (e sombrio) lado do
paraíso do jornalismo regional

DANIEL LIMA - 14/03/2018

Não é a primeira nem será última vez que me aproprio arbitrariamente de um texto de terceiros. Pego carona mesmo. Tudo vale em nome do jornalismo com responsabilidade social. Desta vez peguei a entrevista do diretor de Redação do Diário do Grande ABC, Evaldo Novelini, publicada na edição de segunda-feira daquela publicação. Sob o título “O jornalismo regional ainda terá vida longo”, Novelini, 42 anos, desenha um futuro alvissareiro às publicações que estão fora dos holofotes das capitais do País. 

Não faço necessariamente um contraponto às respostas do Novelini. Apenas respondo às perguntas formuladas pelo jornalista Wilson Moço. Se o antagonismo prevalece é outra história. 

Tive a ideia de adaptar à manchete deste texto o título da novela das 9h30 da Globo. “Do outro lado do paraíso”, de Walcir Carrasco, é um folhetim indecente do qual não abro mão como telespectador. Tenho a mania de consumir tudo que considero relevante como indicador sociológico para ter o direito de diagnosticar situações em geral. 

Não comparo as respostas de Evaldo Novelini ao enredo abusadamente inverossímil de Walcir Carrasco. Nada disso. Mais que isso: Novelini expõe avaliações com base no que a honestidade profissional o exige. Seu mundo é o da oficialidade de uma redação. Meu mundo é o da barafunda institucional e econômica da região. 

Quem deve fazer julgamentos sobre o conteúdo do que se segue (as perguntas do jornal, as respostas de Novelini e o que chamo de meus comentários) é o leitor desta revista digital. O que temos a seguir é um prato interessantíssimo para quem se preocupa com o futuro desta Província que muitos incautos imaginam ser um ponto de modernidade no mapa de mediocridades nacionais.   

Diário -- Nos primeiros 60 anos, o Diário ajudou a consolidar o Grande ABC como uma das regiões mais fortes do Brasil. O que esperar do futuro? 

Evaldo Novelini -- O jornalismo regional, ético e responsável, ainda terá vida longa. Para, no mínimo, mais seis décadas. Um veículo como o Diário pode colaborar sobremaneira para assegurar o bem-estar da população e garantir o desenvolvimento econômico e social do Grande ABC, na medida em que, além de noticiar com independência e rigor o que de relevante ocorre na região, for enxergado pela comunidade como tribuna de seus justos anseios.

Meus comentários – O jornalismo regional será cada vez mais importante. O paradoxo que tem a globalização do outro lado da equação expõe um desafio muito maior: terão futuro os jornais impressos regionais? Não faltam projeções catastróficas. Há publicações impressas que vegetam. Outras estão em direção à sepultura de representatividade social.  A maioria sucumbe às forças de pressão de uma sociedade individualista. Contorcionismos editoriais procuram dourar a pílula de uma independência editorial que vira pó.

Diário -- O leitor de hoje espera do Diário o mesmo que esperava o de seis décadas atrás?

Evaldo Novelini -- Creio que não. Houve algumas mudanças significativas. Atualmente, o leitor não quer mais apenas ser informado do que está acontecendo nas sete cidades; ele quer interagir, expressar seu ponto de vista, dizer se concorda ou não com o que se está fazendo. O tempo do leitor passivo ficou no passado. O jornal tem procurado atender a esses anseios, tornando-se cada vez mais aberto às colaborações externas. Abrimos canais nas redes sociais, como o Whatsapp, e resgatamos alguns projetos que ampliam a voz dos cidadãos, como a seção SOS Bairros publicada às quartas-feiras no caderno Setecidades.

Meus comentários – O tráfego entre jornalismo profissional e participação dos leitores será cada vez mais intenso, controverso, tenso e inquietante. Os jornais impressos não se dão conta de que, mais que noticiar, mais que informar, a interpretação dos fatos definirá quem tem garrafa para vender. A barafunda está instalada. O Diário do Grande ABC não tem salvaguardas editoriais para mensurar a demanda de grupos organizados de leitores cada vez mais exigentes, quando não atrevidos, voluntaristas e manipuladores também. Quem olhar a selva da informação como um oásis cairá do cavalo. O jogo é bruto, muitas vezes pernicioso. Não existe espaço para romantismo na demanda do leitorado. 

Diário -- O jornalismo regional vem se fortalecendo mundo afora... 

Evaldo Novelini -- É uma tendência global. Tome-se o mercado de notícias norte-americano, um dos mais profícuos. Os jornais locais e regionais vêm conquistando boa parte dos prêmios de excelência jornalística. No ano passado, por exemplo, The Storm Lake, que circula 3.000 exemplares em uma cidadezinha do Estado de Iowa, levou o Pulitzer por causa dos editoriais que denunciaram que a defesa de acusados por contaminação do meio ambiente era financiada por duas gigantes do agronegócio, Cargill e Monsanto.

Meus comentários – O aniquilamento dos jornais impressos no País não é obra do acaso e tampouco deixa de flertar seguidamente com os mandachuvas e mandachuvinhas, aos quais se submetem com ares de superioridade que não existe de fato. Os jornais regionais dos Estados Unidos passaram por dura faxina econômica e ética. Muitos sucumbiram. Aquele país está em estágio ao qual ainda não chegamos: de proliferação de jornais digitais em substituição aos impressos cada vez menos viáveis. Aqui há resistência indecorosa de gestores públicos em aceitarem as regras republicanas de transparência. Sugeri o que chamei de “Reportagem Premiada” para escarafunchar os podres poderes públicos. Ninguém topou. Há algo de estranha no reino desta Província quando políticos não se empenham para atender aos ensaios por mudanças de comportamento. 

Diário -- O Diário, apesar de ser regional, tem relevância nacional, como mostram algumas coberturas recentes...

Evaldo Novelini -- A repercussão nacional das nossas reportagens se deve à qualidade e à responsabilidade do jornalismo que praticamos. Em 2014, a nomeação de Arthur Chioro para o Ministério da Saúde quase foi abortada depois que o Diário revelou que ele infringia a Lei Orgânica de São Bernardo ao ser, concomitantemente, secretário municipal e sócio majoritário de empresa que prestava serviços para várias cidades. O Ministério Público chegou a investigar Chioro por improbidade administrativa.

Meus comentários – A importância relativa do jornal perdeu tônus internamente, com outros veículos a dividir as atenções cada vez mais segmentadas. E externamente essa importância existe de forma rarefeita, circunstancial. O jornalismo regional, e o Diário não é exceção, não pesa quase nada no enxadrismo brasileiro do macro informação. Basta ver que a Operação Lava Jato se concentra nas grandes capitais. A periferia, e esse é o caso desta Província, não dá Ibope. Ou alguém imagina que não temos matéria-prima abundante para muitas forças-tarefas? 

Diário -- É comum ver o Diário pautando os veículos nacionais...

Evaldo Novelini -- Tivemos um caso recentemente, graças a uma história inusitada – e saborosa – descoberta por um de nossos repórteres de Política, Júnior Carvalho. Ao pesquisar processos contra a Prefeitura de Diadema, o jornalista descobriu que um dos autores de uma ação contra a administração era o próprio prefeito, Lauro Michels, que julgava ter direito a receber aproximadamente R$ 70 mil do governo relativos a férias e a 13º salário da época em que ele havia sido vereador na cidade. A repercussão foi tamanha, extrapolando os limites do Grande ABC, que não sobrou outra alternativa ao Lauro além da de desistir do processo.

Meus comentários – Os jornais regionais que se cuidem porque exceção não pode ser comemorada como regra. Ainda mais que vácuos informativos agora se desnudam, com a principal rede de televisão do País dirigindo foco aos municípios da Região Metropolitana de São Paulo. O fechamento de unidades de saúde em Santo André, praticamente ignorada pelo Diário até a chegada da reportagem da Globo, é exemplo de invasão de domicílio mais que bem-vinda. O escândalo do IPTU em Santo André, desprezado pelo Diário, virou o que todos viram. Mais que supostos furos de atratividade externa, o peso do jornalismo regional deve estar concentrado no mundo em que está inserido.

Diário -- Como equilibrar os assuntos regionais e nacionais?

Evaldo Novelini -- É uma tarefa que exige bastante percepção do momento. Nesta segunda-feira, por exemplo, funcionários dos Correios devem cruzar os braços para pressionar os ministros do Tribunal Superior do Trabalho a votar contra o fim do plano de saúde extensivo aos seus pais, um benefício que representa custos em torno de R$ 1 bilhão e está corroendo o equilíbrio financeiro da companhia. O único jornal que discutiu a questão de maneira abrangente foi o Diário, ao qual o presidente da estatal, Guilherme Campos, concedeu entrevista exclusiva para tratar do assunto. Achamos o tema relevante, porque sabemos da importância dos serviços dos Correios para os nossos leitores e também para o Brasil. Nossa vocação é regional, mas qualquer tema relevante para o Estado, o País e o mundo também nos interessam.

Meus comentários – Mais uma resposta que toma a exceção pela regra. É impossível competir com as grandes publicações no noticiário nacional e internacional. A saída que propus ao Diário há uma década e meia, quando assumi a direção de Redação com um plano estratégico debaixo do braço, é fazer o melhor jornalismo regional possível, sem escravizar-se, como continua a escravizar-se, nas aspas dos entrevistados, na versão oficial sem contraditório. Conhecimento e interpretação, eis a melhor solução. Noticiário extra regional somente em casos excepcionais e, principalmente, na medida do possível, com tratamento regionalizado. Isso não significa que o Brasil e o mundo devam ser esquecidos. Apenas, em circunstâncias normais, não podem ser rivalizados com o noticiário qualificado local. 

Diário -- Quais são as bandeiras do jornal em defesa do Grande ABC?

Evaldo Novelini -- Três anos atrás, quando celebramos 57 anos, editamos a Carta do Grande ABC, documento no qual expressamos nossos princípios. Temos compromisso com Educação, Saúde, Desenvolvimento Econômico, Mobilidade Urbana, Segurança, Integração Regional, Industrialização, Sustentabilidade, Direito à Cidadania e Transparência. Nos últimos tempos, passamos a discutir de modo enfático maneiras de evitar a fuga de indústrias, processo que se acentuou e pode colapsar a região.

Meus comentários – Efetivamente nada preparado há três anos, quando estava este jornalista como consultor e ombudsman do jornal, foi realizado. Houve piora na qualidade informativa e desprezo à quebra do comando regional por forças de pressão improdutivas. O desmantelamento de organismos que poderiam subliminarmente dar amplitude e organicidade ao regionalismo é aprovado pelo jornal. Clube dos Prefeitos e Agência de Desenvolvimento Econômico jamais ocuparam preocupação crítica do jornal. A desindustrialização à qual o jornal se dobrou há pouco tempo já completou três décadas de fragilização da mobilidade social. 

Diário -- Qual o papel institucional do Diário? 

Evaldo Novelini -- Todos os profissionais do jornal têm a consciência de que precisam atuar para o fortalecimento do Grande ABC. Costumamos dizer que tanto o jornal quanto a região precisam ser fortes na mesma intensidade. De nada adianta ter um jornal forte em uma região fraca, ou vice-versa. Exatamente por isso temos muito respeito pelas instituições, sem, evidentemente, abrir mão das nossas liberdades de expressão e opinião. Temos a obrigação de denunciar o mau policial, assim como o dever de defender a Polícia Militar como corporação.

Meus comentários – O jornal “respeita” demais instituições que fraudam os interesses da sociedade. Há um amontoado de organização cujos integrantes, em larga escala, têm compromissos apenas com o próprio umbigo. Cidadania inexiste na região. Combater essas nulidades em representatividade não é algo que se coloque como ativo do jornal. A leniência com atores canhestros explica o estágio econômico e social de uma região que não para de perder posições no ranking paulista e nacional. 

Diário -- O jornal sempre se colocou ao lado da comunidade em questões importantes, como a necessidade de despoluir a Billings e a recuperação da Avenida dos Estados. Quais as bandeiras atuais?

Evaldo Novelini -- No momento, estamos nos preparando para a cobertura das eleições de outubro. Entendemos que o Grande ABC precisa de bancada forte de deputados estaduais e federais para lutar pelos interesses das sete cidades. Temos 2 milhões de eleitores, potencial enorme, mas que não se revertem em representatividade. Atualmente só possuímos quatro nomes na Assembleia e dois na Câmara, o que diminui muito o nosso poder de pressão. Há 24 anos, por exemplo, elegemos cinco federais e oito estaduais. Precisamos resgatar nosso prestígio. E de que modo fazemos isso? Escolhendo representantes que, depois de eleitos, escutem os nossos anseios e lutem por eles.

Meus comentários – A quantidade de legisladores da região na Assembleia Legislativa e no Congresso não quer dizer nada. Está comprovado na história. O individualismo e o partidarismo são irmãos siameses a solapar o coletivismo. É preciso eleger candidatos comprometidos com uma agenda regional de grandes mudanças, ao invés de esperar que eles, após eleitos, se preocupem com algo semelhante. O Congresso Nacional e a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo são o ancoradouro do descaso à regionalidade. Jamais tivemos um único deputado que rompesse o círculo de fogo de ineficiência. 

Diário -- Quais os planos para celebrar os 60 anos do Diário?

Evaldo Novelini -- A celebração é contínua. Colocar cada edição nas ruas, dadas as circunstâncias do mercado que nós discutimos há pouco, enche a equipe de orgulho e renova nosso entusiasmo. Nossos 60 anos serão comemorados em grande estilo. A programação será extensa e vai focar basicamente na relação bonita que o jornal construiu com o Grande ABC. Em biologia, associação assim é chamada de simbiótica, que se dá quando dois seres vivos se beneficiam concomitantemente da relação. É difícil imaginar como seriam as sete cidades sem o Diário, ou vice-versa.

Meus comentários – Superestima-se o valor social do Diário do Grande ABC. Um veículo impresso, por mais expressivo que seja, não tem o poder massificador sugerido. A capilaridade de circulação do Diário está aquém do potencial de consumo e de leitura da classe média da região, estrato social ao qual a publicação deveria centrar fogo. Esse foi um dos pontos que analisei há uma década e meia no planejamento estratégico.  

Diário -- As comemorações começam quando?

Evaldo Novelini -- Já começaram. Desde o dia 11 de maio do ano passado, por ocasião de nosso 59º aniversário, nossas edições têm circulado com o selo alusivo aos 60 anos na capa. A primeira grande realização foi a reformulação do DOL, o Diário OnLine, em 15 de outubro. A ideia era que a mudança fosse muito além da estética. O projeto inclui mudança significativa não apenas de layout, mas no espírito do site. Aprofundamos a cobertura factual, de modo que nossos leitores sejam informados instantaneamente dos acontecimentos que interferem no dia a dia das sete cidades, ocorram eles no Grande ABC ou em qualquer ponto do planeta.

Meus comentários – Há uma clara confusão entre cosmetologia e cirurgia corretiva. Sem nova concepção editorial, que siga novos rumos, teremos a perpetuação de frustrações. 

Diário -- Ainda há espaço para o papel ou o futuro do jornalismo está na internet?

Evaldo Novelini -- Creio que o jornal impresso ainda vai durar muito tempo. Muito mais tempo do que previu, recentemente, o diretor-executivo do norte-americano The New York Times, Mark Thompson, que deu mais uma década de vida ao jornal em papel. Particularmente, entendo que esta é discussão reducionista. Atualmente, as empresas de comunicação estão se reestruturando para serem fornecedoras de conteúdo relevante, independentemente da plataforma. Nossa meta aqui no Diário, onde não cogitamos abandonar a edição em papel, é seguirmos sendo referência em jornalismo de qualidade e com credibilidade, seja na versão impressa ou na on-line, nas bancas, no computador de casa ou no celular. Jornalismo ético e responsável sempre terá mercado, no papel ou em outros suportes.

Meus comentários – O jornalismo profissional jamais deixará de existir, independente da materialidade do papel. Não se pode perder de vista que agora as plataformas são múltiplas e desafiadoras. O risco de marqueteiros que inundaram a política de imundícies em nome da criatividade e da conquista do voto a qualquer preço pode ser transplantado ao jornalismo em forma de espetacularização em detrimento da informação e da análise aprofundada. O Diário está distante das exigências dos leitores mais qualificados.  

Diário -- Que avaliação o sr. faz da volta do tradicional Jornal do Brasil às bancas do Rio de Janeiro?

Evaldo Novelini -- Eis aí a prova inequívoca de que o papel ainda tem um futuro brilhante. Quando, há oito anos, os executivos do JB tomaram a decisão de suspender a edição impressa, argumentavam que o futuro estava na internet. De lá para cá, todavia, o cenário mudou. Hoje a internet é uma terra de ninguém, solo fértil para fake news – um fenômeno tão poderoso, e perigoso, que contribuiu para a eleição do presidente dos Estados Unidos. 

Meus comentários – O Jornal do Brasil ressurge com a força de interesses que trafegam muito distantes do que chamaria de jornalismo de responsabilidade social. Trata-se de projeto de fundo político que pretende usufruir de uma marca cujo descrédito parece muito superior à tradição que pretende reviver. Não serve, portanto, de paradigma sobre os efeitos da tecnologia no mundo da informação impressa. Quanto à Internet, quem sabe procurar encontrará densidade que jornais impressos não publicam porque estão de olho no buraco da rua e nas picuinhas palacianas, além da contenção de custos para contrabalançar a retração de receitas. 

Diário -- Muitas empresas de comunicação tradicionais acabaram sucumbindo à fuga de leitores e de anunciantes. Qual o caminho?

Evaldo Novelini -- Esta é a resposta de um milhão de dólares. Mas já é possível encontrar algumas rotas. Jornais tradicionais, como o já mencionado New York Times e o também norte-americano The Washington Post, tem dependido cada vez menos de publicidade e cada vez mais do interesse que as notícias geram. É evidente que os anúncios ainda respondem pela maior parcela das receitas, mas os leitores dos Estados Unidos, inclusive os jovens, já se mostram dispostos a segurar as pontas, pagando por conteúdo jornalístico, desde que de qualidade.

Meus comentários – Haverá um dia em que o leitor que paga para ler jornais e revistas fora da materialidade convencional de páginas impressas possivelmente dará sustentação aos veículos digitais em nível suficiente para a manutenção de profissionais de qualidade. Mas até lá os leitores vão consumir muita coisa impressa que se sustenta em pilares de marketing baseado no recall. Essa é uma corrida contra o relógio. A demografia e os avanços tecnológicos são implacáveis.  

Diário -- O Diário está preparado para o futuro?

Evaldo Novelini -- Completamente preparado. Além da reformulação no site, fazemos investimentos contínuos em outras plataformas, como a webtv, cujo retorno de audiência tem sido espetacular. Atualmente, nossa grade é composta por programas ao vivo, transmitidos pelas redes sociais, como o Facebook, onde temos quase 200 mil leitores e espectadores acompanhando o nosso trabalho. Queremos expandir a credibilidade que conquistamos com o papel nestes primeiros 60 anos para as demais plataformas. 

Meus comentários – Não se deve entregar à parafernália tecnológica a perspectiva de sucesso. Gente é que faz a diferença. E gente precisa ser preparada e qualificada. O conteúdo do Diário do Grande ABC é um desfiladeiro. Grandes e experientes profissionais já não constam da relação de colaboradores. O melhor período da publicação, a segunda metade dos anos 1990, com Alexandre Polesi no comando, esfarelou-se entre outros motivos porque a região perdeu musculatura econômica para financiar jornalismo de primeira linha.  Aquele período foi o canto do cisne do jornalismo diário regional com competência para cercar em terreno aberto o frango de algazarras individuais e institucionais nocivas ao conjunto da sociedade. E mesmo assim com alguns equívocos, apontados à época.  



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