Nada melhor do que um dia atrás do outro, outro dia atrás do outro e assim continuamente à formação cultural de uma sociedade. Nesta edição, mostramos dois textos publicados em 1997 que reafirmam a linha editorial reformista, quando não revolucionária, da revista LivreMercado, antecessora deste CapitalSocial. O primeiro texto, cujos primeiros parágrafos reproduzimos na sequência, entre aspas, trata do tratamento da imprensa. Quem imagina que é apenas recente a postura crítica deste jornalista é desinformada ou mal-intencionado. Sob o título “O que a Imprensa poderia fazer para ajudar o País”, eis as primeiras bordoadas que distribui há mais de 21 anos: “A imprensa tem muita responsabilidade nos destinos do País. Se o Brasil é o que é, um Terceiro Mundo com a mais grave das endemias, a disparidade de distribuição de rendas, parcela da conta deve ser debitada aos donos de órgãos de comunicação, sobretudo os mais influentes, e a boa parte de seus profissionais. Ao longo de décadas forjaram-se mitos que não valem pitadas de fumo. Escolheram-se heróis que não resistem à exumação moral e ética. Lustraram-se caudilhos demagogos e oportunistas. Endeusaram-se supostos líderes que não passaram de embustes. Tudo porque a Imprensa sofre da doença crônica do raquitismo analítico e do imediatismo informativo”. Agora vamos ao segundo texto da revista LivreMercado de 1997, também de fevereiro de 1997. Trata-se do Editorial (o pedaço de espaço de uma publicação voltado a repassar aos leitores a opinião da organização jornalística) sob o título “Novos números remetem à reflexão”. Observem o que escaremos com diretor de Redação: ““ A combinação de pelo menos duas leituras obrigatórias desta edição, a primeira relativa à cuidadosa e especial análise de números de documento da Confederação Nacional da Indústria e a segunda que contempla o novo Censo do IBGE, liquida de vez, como se ainda fosse preciso, o castelo de areia do ufanismo regional irresponsável que alguns agentes econômicos, sociais e públicos teimam em propagar. Quando esta publicação, há cinco anos, teve a ousadia de contrariar o lugar-comum da época, de endeusamento dos novos investimentos nas áreas comercial e de serviços, e lançou o primeiro petardo realístico sobre o esvaziamento econômico do Grande ABC, foi um deus-nos-acuda. O provincianismo falou alto. Fosse o período da Inquisição, o articulista teria sido sacrificado”.
05/02/1997 - O que a Imprensa poderia fazer para ajudar o País?
05/02/1997 - Novos números remetem à reflexão
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13/11/2024 Diário: Plano Real que durou nove meses (33)