Duas entrevistas especiais publicadas nas edições de janeiro e de fevereiro de 1997 da revista LivreMercado são recuperadas hoje. Damos sequência a essa série que vai longe. O acervo de LivreMercado e, em seguida, de CapitalSocial, é volumoso e indispensável à compreensão do estágio atual do antigo Grande ABC. Vejam os primeiros trechos da primeira matéria (“Não há futuro para o sindicalismo brasileiro”): ”Especialista em administração e controle de empresas, com grande atuação em formação e desenvolvimento de Recursos Humanos, o executivo Reifer Nascimento, ex-professor da Fundação Santo André e ex-presidente da Faisa, Fundação de Assistência à Infância de Santo André, não vê nada no futuro do sindicalismo brasileiro senão um horizonte absolutamente escuro. Num confronto direto com o tom conciliador da maioria dos profissionais da área que atuam há muitos anos no Grande ABC e que tiveram oportunidade de vivenciar o florescimento e o arrefecimento do então novo sindicalismo de Luiz Inácio Lula da Silva, no final dos anos 70, Reifer Nascimento é duro crítico das consequências daquele movimento. Atribui ao sindicalismo parte do peso do esvaziamento econômico do Grande ABC. Em alguns casos, diz que o peso foi preponderante. E, também ao contrário do lugar-comum de elogios a Lula, Reifer Nascimento faz uma incursão histórica, relacionando o surgimento do líder sindical ao interesse de parte fraccionada do governo militar”. Agora os primeiros trechos da segundo entrevista (“Globalização não pode dispensar visão humana”): “A nova relação capital-trabalho a partir da reestruturação econômica neste final de milênio não deve dispensar a visão humana sobre o emprego. A relação de emprego não é mero contrato, pois possui uma função social que vai além do fato de os empresários considerarem um empreendimento como sua propriedade. Quem chama o empresariado a dar abrangência social à vinculação empregado-empregador é o professor universitário e juiz do Trabalho em Santo André, Gésio Duarte Medrado. Ele acha que Sindicatos, governo e trabalhadores devem encontrar alternativas para a mão-de-obra que está sendo excluída do sistema produtivo e defende o contrato coletivo de trabalho. Também afirma que, apesar de ainda estar sendo moldado o novo perfil do emprego, uma economia estável contemplaria a regulamentação da garantia do trabalhador contra despedida arbitrária ou sem justa causa”.
05/02/1997 - Não há futuro para o sindicalismo brasileiro
05/01/1997 - Globalização não pode dispensar visão humana
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13/11/2024 Diário: Plano Real que durou nove meses (33)