Nenhuma publicação do País reúne tanta gente qualificada num Conselho Editorial.
A maioria nem Conselho Editorial ou algo análogo apresenta como porta aberta à comunidade em que se insere.
Alguns veículos de comunicação têm alguma coisa que possa lembrar ensaios mal-ajambrados dessa instância de poder editorial. Preferem simulacros de democracia em forma de portas levemente entreabertas com tramelas de certo grau de folga mas que, de fato, impedem acesso à curiosidade alheia.
Por isso mesmo me preocupo com a assiduidade dos integrantes do Conselho Editorial.
É esse o único e decisivo critério de exclusão. Os critérios de inclusão são dos próprios conselheiros, aos quais se entrega a prerrogativa de seleção e convite.
Não tenho e não quero ter poder algum de promover exclusões por conta de outros pontos. Longe de mim qualquer preocupação em purificar o mundo, mesmo que o significado de purificação seja o mais elasticamente subjetivo possível.
Não teria sentido promover uma caça ética e moral no Conselho Editorial entre outros motivos porque não sou policial, não tenho vinculação alguma com o Ministério Público, o Judiciário é apenas uma referência em poucos casos aos quais tive de aportar como testemunha, vítima ou réu de ação vinculada à minha vida profissional, e a divindade de conhecimento passa longe desse pobre mortal.
Por isso mesmo, repito, os cortes que efetivei esta semana na relação do Conselho Editorial de LivreMercado estão única e exclusivamente vinculados ao grau mínimo de comprometimento com o calendário de eventos da revista LivreMercado e também às atribuições inerentes do Prêmio Desempenho.
Já mantive no Conselho Editorial profissionais que acabaram ganhando manchetes nada prestigiosas e por isso mesmo sofri o assédio daqueles que fazem do oportunismo, do moralismo ou também do que entendem ser senso de responsabilidade razão de viver. Já cortei do Conselho Editorial protagonistas dessas situações porque não marcaram presença nas demandas às quais se propuseram a oferecer serviços voluntariamente, não por qualquer outra razão. Da mesma forma que já foram eliminados do Conselho Editorial profissionais aparentemente sem máculas públicas.
Abomino caça às bruxas porque acredito que mais dia menos dia os eventualmente menos interessados nas cores regionais acabarão por ser sufocados e perderão espaços. Jamais me aproveitarei de eventuais contratempos públicos de determinados conselheiros para, com a crueldade dos impiedosos, ajudar a empurrar goela abaixo o veneno da discriminação. Pelo menos até que situações judiciais estejam transitadas em julgado, jamais me travestiria de juiz.
Procuro fugir de qualquer tipo de escravatura. Tanto de discriminação quanto de privilégio. Não é fácil, porque as armadilhas são preparadas diariamente.
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06/12/2024 Diário: Plano Real que durou nove meses (40)