Imprensa

Entrevista Coletiva

DANIEL LIMA - 25/06/2009

Tudo deverá se consumar em 40 dias. Os primeiros 10 dias estão reservados ao encaminhamento de indicações de nomes que poderão ser sabatinados. Os 10 dias seguintes, relação dos indicados exposta, votam-se nos nomes, com direito a cinco alternativas por participante. A etapa seguinte, de novos 10 dias, estará reservada à formulação de perguntas para os primeiros cinco indicados que passaram pelo afunilamento. Por fim, em novos 10 dias, os indicados responderão às questões formuladas. Esse é o resumo do projeto “Entrevista Coletiva”, que marcará o lançamento do portal “CapitalSocial”. Por enquanto, apenas os integrantes do Conselho Editorial do portal participarão dessa revolução de interatividade regional. Estamos estudando fórmulas que possam ampliar o universo de participantes.

É provável que ao final da tarde desta quinta-feira mais de 30 nomes já tenham sido indicados pelos conselheiros editoriais. Até terça-feira que vem, dia 30, quando termina o prazo da primeira fase, a relação poderá chegar à meia centena de agentes sociais, culturais, econômicos e públicos. A votação que se seguirá será interessantíssima. Os cinco primeiros nomes mais votados vão qualificar o grau de combatividade ou de parcimônia dos conselheiros. Sim, porque já há nomes listados que favorecem a perspectiva de polêmicas, quem sabe até de desmascaramentos.

O Conselho Editorial de CapitalSocial é agrupamento muito conhecido deste jornalista. Não está por acaso como protagonista desse projeto de responsabilidade social. Convivo com os integrantes há muito tempo. Desde quando decidiam tudo do Prêmio Desempenho, um case de 15 anos de sucesso no Grande ABC.

Deixar o Conselho Editorial à parte dessa iniciativa seria estupidez. Aliás, a perspectiva de que seus membros sejam ativos é que levou este jornalista à definição do nome do projeto. Entretanto, “Entrevista Coletiva” apresenta diferença fundamental em relação às entrevistas coletivas convencionais. Em vez de o convite partir do entrevistado aos entrevistadores, desta feita serão os entrevistadores que decidirão quem entrevistar.

Vamos aproveitar bem esse programa para apurar o faro de cada um dos conselheiros editoriais. É importante saber o perfil de comprometimento no novo projeto.

Prevejo dificuldades no desenrolar do programa “Entrevista Coletiva”. É muito provável que um ou outro entrevistado não demonstre muito interesse em responder. O problema será do suposto refratário. As perguntas estarão permanentemente expostas no portal e um banco de dados de milhares de leitores receberá farto material alusivo à negativa. É possível também que as perguntas não respondidas sejam matéria-prima de reportagem. Quem achar que isso não comprometeria a imagem, que faça a experiência. Principalmente quem participa de atividade pública em qualquer uma das instâncias sociais tem obrigação de responder à demanda da sociedade.

Quem preside uma entidade de classe empresarial, quem dirige um sindicato, quem comanda uma Prefeitura, quem é funcionário público de destaque, quem ocupa a presidência de um clube de futebol — todos têm o conceito de individualidade flexibilizado. Não há individualidade quando se atua publicamente.  Sobretudo para questionamentos à função que exerce e o quanto isso repercute socialmente.

Certo mesmo é que “Entrevista Coletiva” não será colocada em prática para necessariamente incomodar, mas se incomodar, ótimo. Também, se for para lançar um projeto cujo escopo seja a subserviência ou o passe sob medida para golaços demagógicos, seria melhor todos manterem-se nos respectivos lugares.

Como não acredito que o Conselho Editorial se comportará como um bando de cordeirinhos, porque não é esse o perfil que detectei ao longo dos anos, estou esperançoso que o somatório de jornalismo e cidadania vai dar excelentes resultados.

A ideia difundida por alguns prevaricadores de que este jornalista é voz solitária na cobrança por resultados de representantes da sociedade e que essa mesma sociedade está morta e enterrada como sinônimo de compromisso com o futuro, se comprovará ruinosa a eles. Aliás, está se comprovando já por conta de nomes listados à votação que se seguirá.

A vantagem de “Entrevista Coletiva” é que a sigilosidade dos inquirentes será preservada. Apenas o próprio conselheiro editorial poderá liberar a identidade em qualquer questionamento que faça. O anonimato é vantajoso porque estimula a possibilidade de que informações segregadas acabarão por emergir.

Quem disse que em sociedade tudo se sabe já foi desta para uma melhor, mas o conceito ficou porque é a essência das transformações. O nó górdio do jornalismo nestes tempos mercantilistas é que a sociedade é a última a ser ouvida, quando é ouvida. Há fontes de informações viciadas que transmitem aos consumidores de informação um mundo de faz-de-conta que parece verdadeiro porque a maioria silencia.

O portal “CapitalSocial” será lançado simultaneamente ao conjunto de entrevistas desse projeto. É claro que não haverá badalação alguma. Colocaremos no ar e está começado. A vantagem da Internet em relação ao meio físico de comunicação é que os custos são bem mais em conta. Conto com uma vantagem adicional de mercado (se assim querem definir esse empreendimento) — o recall do produto físico, no caso, nos últimos 19 anos, a revista LivreMercado. Sem dizer que já há mais de uma década frequento esse mundo virtual. Nossa lista de leitores fiéis é extensa e cada vez maior. De vez em quando entra alguém na linha sem vivência cultural específica e cai como paraquedista em depósito de explosivos.

Tenho absoluta certeza de que a planilha de controle de participação do Conselho Editorial de CapitalSocial apontará ao final da primeira versão de “Entrevista Coletiva” um número bastante considerável de engajados. Afinal, o que não falta na praça é gente que precisa ser sabatinada sim, entre outros motivos para prestar contas à sociedade ou para ser devidamente valorizada.

Ninguém deve se sentir a salvo da transparência numa sociedade em que os meios de comunicação ampliam os horizontes e ganham ferramentas de democratização com critérios e responsabilidade social.

Jamais faremos de CapitalSocial um meio de comunicação que mergulharia no mar mundano que infesta a Internet. O conceito de CapitalSocial jamais se desgrudará de princípios éticos. E será uma grande oportunidade, espelhada em “Entrevista Coletiva” para os representantes da sociedade se manifestarem em relação àqueles que contribuem para o sucesso ou para o fracasso do Grande ABC.


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